A Fenomenologia de Husserl.

Edmund Husserl.

1859-1938.

A grande crise do pensamento da Europa, está ligada  diretamente ao desvio do pensamento epistemológico, refiro a forma do conhecimento,  o racionalismo fugiu da sua verdadeira lógica, não sustenta mais a racionalidade em si mesma, do mesmo modo a Filosofia ilumista perdeu seus verdadeiros propósitos.

Edmundo Husserl nasceu 1859-1938, estudou primeiramente Matemática, mas em seguida influenciado pelo filósofo alemão Franz Brentano 1838-1917, apaixonou por Filosofia, transformando em um grande filósofo, e ficou muito famoso ao construir uma teoria do conhecimento denominada de Fenomenologia.

Num primeiro momento como era de esperar sua metodologia nasceu e desenvolveu no campo especificamente ligado à Matemática, posteriormente atingiu a Psicologia, por último tomou corpo definitivamente na Filosofia, acabou desenvolvendo preocupações humanas, influenciou os filósofos existencialistas.

Como funciona seu método, é uma metodologia a princípio muito simples, consiste basicamente na observação dos fenômenos, de como são os fatos, de como eles acontecem, na natureza deles, sem nenhuma projeção ideológica do sujeito, compete ao mesmo apenas a observação.

A descrição deve ser rigorosa dos fatos, daquilo que manifesta o fenômeno, como ele aparece ou oferece aos sentidos ou a consciência, sua leitura política objetivamente correta.

  O sujeito que analisa não pode manipular um determinado fato ideologicamente, portanto, é necessária boa observação, sendo ela o grande mecanismo para proceder adequadamente aos fatos. 

Desse modo é fundamental  analisar de que forma os fatos são manifestados, qual é o campo de ação da nossa experiência, isso sem que o sujeito ofereça resistência, compete ao mesmo observar tão somente a manifestação dos fenômenos.

Com efeito, o sujeito jamais pode desviar do fenômeno, caso isso aconteça, o mesmo perde toda perspectiva para a análise em questão, isso significa que o sujeito tem que ser coerente, deixar seguir-se pelo objeto, pelo campo da experiência, entender qual é a verdadeira manifestação do objeto ou do fenômeno.

Não competem na análise à ideologização do fenômeno, muitos entendimentos podem ser apenas a projeção de uma conjunção de forças subjetivas desenvolvidas pelo processo de síntese dentro do sujeito que analisa o objeto, exatamente a respeito desse aspecto a condenação à epistemologia desenvolvida por Husserl.

 Desse modo o fenômeno não pode em nenhuma hipótese ser a produção do processo de síntese, porque perderia nele mesmo qualquer possibilidade de objetividade, o objeto deixaria de ser uma realidade em si mesma, o que é inadmissível para natureza dos fatos.

Como muito bem formulou o grande filosofo existencialista francês, Merleau-Ponty, para ele de certo modo Husserl tentou formular a recuperação da Filosofia, reabilitando a ontologia do sensível.

Isso significou no mundo prático, a reconsideração da história da Filosofia, uma volta ao mundo das coisas, da manifestação dos objetos em estudo de como compreender a natureza da Filosofia como instrumento para análise.

 O sujeito tem que voltar ao mundo real, do qual tinha afastado o mecanismo científico para essa volta é a fenomenologia.

Edjar Dias de Vasconcelos