Resumo 

Esta pesquisa foi realizada através de uma metodologia de natureza qualitativa que empregou as técnicas de diálogo por conversão, observação e bibliográfica, como recursos principais para a colecta de dados. O foco deste estudo consiste em compreender “como” os gestores públicos são felizes e saber o que lhes faz feliz. Na mesma circunstância, a pesquisa versou em perceber o que é que os gestores públicos têm como percepção e conceito, quando se fala da felicidade que reina neles. Toda a via, o desenvolvimento descritivo desta pesquisa, preocupou-se em perceber o conjunto de factores que influenciam directamente na felicidade do gestor público, a partir dos conhecimentos simbólicos e significados atribuídos a eles. Assim, a pesquisa mostrou que o gestor público, é uma pessoa humana que se encontra na busca incansável da felicidade. Por isso, percebeu-se que o gestor por si mesmo, não é feliz, pois, em muitas circunstâncias a sua realização feliz está submissa pelos desejos e vontades dos outros. Neste caso, só, é feliz aquele gestor que sabe colocar-se ao serviço dos outros, servindo. Durante a pesquisa, percebeu-se que alguns gestores públicos têm o desejo de ser feliz. Mas, só, não alcançam a felicidade desejada por meio da insatisfação que os acompanha, ambições desmedidas, arrogância, pessimismo, incluindo a falta de sabedoria para inibir algumas tendências de natureza pecaminosa. E, tudo isso, se faz acompanhado com défice na estabilidade e gestão emocional.

Palavras-chave: Felicidade, gestor, público

  

  1. Introdução

“Um gestor público, assim como os demais profissionais, tem grandes responsabilidades perante o mercado de trabalho, vale lembrar-se de que o papel de um gestor público é gerenciar organizações públicas, organizações não governamentais e também desenvolver projectos de empresas privadas realizados em parceria com o poder público. Podemos encontrar um gestor público em diversas áreas, como, por exemplo, educação, saúde, segurança etc.” (Piardi de Almeida, 2020, p. 1).

Geralmente, tem-se a consciente memória de que um gestor público, é uma pessoa bem sucedida na vida. Com isto, vê-se que o gestor é a pessoa mais feliz dentro de uma sociedade.

Nos diferentes grupos sociais, tais como: famílias, igrejas, amigos, equipas de trabalhos, etc. O gestor público, é tido como, sendo a pedra angular da causa e solução de todo problema que vem afligindo a sociedade.

E, parece que o gestor público tem quase tudo o que precisa, ou seja, o gestor público, tem tudo que a sua família e amigos precisam para serem felizes.

De facto, pode haver razões e motivos possíveis para acreditar que o gestor público possa ter quase tudo, pois, o contexto lhe dá todas as possibilidades possíveis para ser feliz e fazer os outros felizes. Julga-se ainda que a felicidade do gestor advém do tipo de carro que conduz, da casa onde vive, das bebidas que consome, hotéis que arrenda, etc.

Algumas sociedades, pensam que o gestor é mais feliz pelas vestes que usa, onde muitas das vezes, usa-se roupas caras, ostenta-se o poder e goza-se com a vida.

Há evidências que mostram que alguns gestores exibem a felicidade pela tamanha casa que consegue construir ou comprar. Outros, mensuram a felicidade pelo tamanho de hotéis já visitados, amigos que partilham a mesa e a caminhada juntos. Vem-se acreditando ainda que a felicidade do gestor habita no número de guarda-costas que o protegem e a força de armas que o acompanha.

Na verdade um gestor público poderia ser a pessoa mais feliz, tendo em conta a disponibilidade de bens e serviços dispostos em sua volta.

No olhar atento do bom espectador, vê-se que muitos gestores públicos, mesmo tendo toda hegemonia material possível, incluindo poder das leis e a sociedade que lida com eles, ainda sentem alguma falta da felicidade.

E, nisto tudo questiona-se, é possível uma pessoa que tem quase tudo ao seu serviço, sentir-se infeliz? Na mesma óptica, alguns gestores públicos admiram com o seu próprio ser que aparentemente seja estranho. Pois, tem sido inconcebível, ter uma vida minimamente de luxo e ser cada vez mais atormentado pela força dos desejos, onde a satisfação de um dos desejos, activa as outras necessidades adormecidas, tais como: a aproximação sexual, a bebida, vestuário, o desejo de um conforto, carinho de outrem, boa alimentação, habitação, etc.

Neste caso, os gestores na sua maioria questionam: será que existe outras forças que confortam a alma e conquistam a felicidade? Estas perguntas, são óbvias de serem feitas. Pois, muitas das vezes a felicidade confunde-se com o viver aparente das pessoas.

Assim, de forma especulativa, estas perguntas tendem a serem respondidas de forma irónica, confundindo o entender da pessoa atenta e que precisa ter mais esclarecimentos sobre a felicidade do gestor público.

Pela tamanha ironia que reveste as respostas dirigidas há estas questões, nem o próprio gestor é satisfeito nos seus desejos de querer saber se existe ou não algum força que possa animar a sua alma e conquistar a felicidade.

Para isso, foi fundamental aprimorar este estudo, de modo que possa ser possível responder e argumentar de forma sistemática todas estas questões.

  1. A felicidade do gestor

A felicidade do gestor é acima de tudo uma conquista que depende do seu saber fazer e agir do próprio gestor. De outra via, o gestor deve ter o trabalho que faz como um prazer e não como um dever. Pois, se o trabalho for um prazer, a vida se torna uma grande alegria. Mas, se para o gestor, o trabalho for um dever, a vida se tornará uma escravidão .

É, por isso, que a felicidade não depende muito dos bens materiais que o gestor público acumula. A felicidade está nas boas relações que os gestores conseguem construir com os outros e a sociedade que dirige. E, na plena consciência que o próprio gestor deve ter em compreender de que ser gestor público, é desempenhar uma função pública de mandato limitado;

É, ser agente público que exerce cargo de gerir bens e serviços públicos. E, este cargo não se alonga para toda a vida. Por isso, é temporário .

As boas relações fortalecem o nosso ser, contrapõe as angustias e previnem os possíveis atrofio da vida psíquica.

A mente não se motiva, nem anima somente com o bem material. Antes pelo contrario os bens materiais tais como: o dinheiro, carro, roupa, etc. Atraem inimizades e nos afastam dos nossos amigos, vizinhos e de aquelas pessoas humildes e de natureza moral pura.

A riqueza material quando é colocada em primeira instância e acima de tudo, passa a ser uma vaidade que traz ódio, vingança, ilusão, e todas as outras propriedades que geram turbulência na estabilidade emocional do gestor.

Os bens materiais, quando são tidos de forma irracional distraem a atenção e inibem os desejos do bem-estar comum.

A felicidade do gestor está presente na maneira do saber servir. Quanto mais sabe servir, mais o gestor se aproxima da felicidade.

E, quanto mais disponível for, na tendência de servir todos e fazer os outros felizes, mais feliz o gestor se torna.

A felicidade do gestor está na liberdade consciente de fazer o bem. Pois, o bem sempre faz o bem. O bem e o bem sempre se unem, reúnem e se pagam entre si. E, este pagamento, serve de retorno para compensar quase todas as noites e momentos em que o digno gestor perdeu pensando nos outros, servindo-os, tornando-os felizes, etc.

  1. Bases fisiológicas da felicidade do gestor

Há muitas formas para ser feliz. Assim, admite-se que não existe uma fórmula matemática que vem servir de guia orientador para descrever, explicar e fundamentar o desejo de ser feliz.

E, “os órgãos públicos passam a entender o bem-estar dos colaboradores como fundamental para ter bons resultados e investem em ter novos gestores especializados nisso” .

Por isso, a felicidade continua a ser uma conquista protagonizada pela própria pessoa que age em função ao meio ambiente social.

Assim, vamos encontrar felicidade no amor, trabalho, agir, pensar, realizar, viver, conviver, etc.

  1. Amor altruísta

Hoje falar do amor, já não é estranho. E, porque até, a palavra amor por si mesma, já perdeu o cunho de realização feliz das pessoas. Pelo que muita agente, já não acredita no amor.

Face ao propósito de agir e pensar, sem ter crenças no amor, o mundo vai-se tornando cada vez mais cruel. E, os órgãos de gestão, vão perdendo o desejo de servir.

Por isso, precisamos ser mais altruístas, isto é, pensar e agir no amor, tendo a pessoa humana como centro da nossa acção de realização feliz.

É, o amor altruísta que leva o gestor público a ser mais feliz consigo mesmo, com a sociedade e seus colaboradores. “Pelo que se as pessoas forem felizes, a organização também o será, e está demonstrado que organizações felizes são mais produtivas e consequentemente mais eficazes e rentáveis, tornando-se um diferencial competitivo no mundo empresarial” (Maio, 2016, p. 3).

O amor altruísta leva o gestor público a ser mais comprometido pela causa humana, onde, o termo servir é colocado em acção para fazer a sociedade mais feliz. E, as pessoas unidas nos deveres e direitos.

E, quando as pessoas são unidas nos direitos e deveres, os gestores ficam mais felizes, pois, aqui a sociedade comunga entre si, procurando apoiar as ideias, planos e projectos guisados em primeira instância pelo gestor principal.

O gestor quando encontra o apoio de todos, consegue transformar o impossível numa realidade de foco possível. Isto quer dizer que as pessoas quanto mais unidas são em termos de direitos e deveres, as coisas tornam-se fáceis e realizáveis. E, o gestor principal fica cada vez mais feliz, porque consegue ter o apoio de todos, viver na diversidade, e acompanhar o desenvolvimento de uma forma tangível.

Por meio do amor altruísta, o gestor torna-se uma pessoa triunfante, leal, amigos dos amigos e amigo de todos. É, neste sentido o gestor conquista o âmago dos seus colaboradores, procura viver e conviver com os mesmos no tom de confiança, esperança e prosperidade.

  1. Conhecimento e humanismo

“A gestão do capital humano na era do conhecimento demanda uma postura diferenciada das organizações diante da complexidade do cenário económico. Nesse contexto de transformação e constante mudança, a informação e o conhecimento substituem o capital físico e financeiro e dão lugar a um capital precioso: as pessoas e seu conhecimento” (Tubone, 2017, pp. 11-16).

Em todos momentos da vida e dos actos de gestão, o conhecimento é necessário. Mas, o conhecimento só é útil quando serve a humanidade. Por isso, o conhecimento deve conjugar-se com o sentido do humanismo.

O conhecimento deve levar as pessoas a descobrirem as fontes do desenvolvimento, criar eixos concretos para que as pessoas tenham facilidades na aquisição de uma habitação condigna, ter os problemas de saúde resolvidos no momento certo, obter a condição de saúde cuidada e controlada, primando essencialmente na saúde preventiva, onde a urbanização, a higiene e saneamento básico sejam factores ambientais do dia-a-dia das pessoas.

Assim, o conhecimento conjugado com o humanismo, leva o gestor a criar planos e projectos que focam directamente nas necessidades e desejos das pessoas. Neste sentido, o gestor deve saber dar importância e atenção significativa, aos seguintes indicadores de gestão: “criatividade, à diversidade, à motivação e à inovação” .

É, neste sentido em que o gestor trabalha com o povo, conhece as famílias e os seus problemas.

E, no contacto com a população, o gestor sempre saber questionar: o que aflige a população? Ou seja, o que a população quer?

A resposta dirigida a estas perguntas, não deve ser pendurada ao fio da promessa, cujo, o objectivo é conhecer os problemas que afeitam negativamente as populações e dominar as famílias.

As promessas de dominação não realizam, nem satisfazem as necessidades das famílias. E, não zelam pela felicidade do gestor.

As promessas de dominação podem ajudar o gestor a perpetuar no poder. Mas, não realça, nem ressalta a felicidade do gestor. Podem toda a via, causar insatisfação, revolta, pobreza estrema, miséria, sentimento de medo, ódio e tantos outros males que podem fomentar subdesenvolvimento social.

As promessas de dominação criam desespero, levando as pessoas a desistirem dos seus anseios, duvidar com a própria existência. Ao duvidar com a existência, normalmente as pessoas questionam, será que sou pessoa? Será que existe algum gestor que conhece os meus problemas? Será que sou mesmo cidadão e que pertence a esta nação?

Por meio das promessas de dominação, as pessoas até chegam ao ponto de não reconhecerem enquanto são inteligentes e competentes numa certa área do conhecimento.

Para além de duvidarem com os seus conhecimentos, competências e habilidades, ainda, são amorfos em acreditar que exista algum futuro para elas. E, isto não faz a felicidade do gestor público.

Assim, o importante para o gestor público é colocar em comum o conhecimento e o seu sentido humano, o saber, saber ser e o saber fazer são disponíveis para saber servir. E, levar o gestor a colocar-se ao serviço da humanidade, reconhecendo que tudo que se tem nesta vida, não vale quando não é colocado ao serviço dos outros. Pelo que a felicidade do gestor público depende muito da realização feliz das pessoas e da sociedade de forma geral.

  1. Responsabilidade para servir

Apesar da felicidade, ser algo amplo, complexo, abstracto, particular e difícil de discutir. É, por si um bem-estar subjectivo que caracteriza a pessoa enquanto um ser social, em prol de servir e desenvolver pessoas. Muitas das vezes, a felicidade está muito mais relacionada com a maneira como o indivíduo encara a sua vida, colocando-se em comum com os problemas dos outros.

Assim, o acto de responsabilidade do gestor público, consiste em servir. Por isso, o gestor deve ser pragmatista na razão suficiente de encontrar a felicidade através dos moldes como ocupa o seu dia-a-dia, procurando servir os outros. Deve o gestor servir sem cessar a intenção de desenvolver conhecimentos e habilidades para melhor colocar-se ao serviço dos outros.

É, servindo que a sociedade se sente feliz, realizada e plenamente afável com o ambiente técnico administrativo. Por isso, os gestores responsáveis e que sabem colocar em primeira instância a realização feliz dos outros, são pessoas mais felizes, mais produtivos, mais criativos e mais fáceis de lidar. E, estes gestores, “impactam no modo de vida do homem, exercendo, portanto, importante influência em sua busca pela felicidade” .

O gestor responsável, sabe valorizar os seus colaboradores e constrói uma estreita relação entre a instituição que dirige e a sociedade que consome directa ou indirectamente os produtos do trabalho árduo da organização que o gestor dirige. .

Por isso, o gestor precisa reter consigo que a sua responsabilidade social e organizacional, consigna-se em servir. E, para além dos actos de servir, somente, poderia comprometer-se em fazer o bem para colher o bem, na medida em que o bem por natureza paga o bem.

É, preciso que o gestor sinta-se útil em servir as pessoas e transformar a sociedade num lugar melhor para se viver em comunidade e respeito a diversidade.

O gestor responsável serve para servir. E, todos os seus pressupostos e metas, são dimensionados para servir os outros e não para auto-servir.

O auto-servir não assume um acto de responsabilidade colectivo, pois, é sumamente um acto de egoísmo e ambições desmedidas.

Por isso, a responsabilidade para servir, está na maneira de responder com toda lealdade, os actos de administrar o bem comum, primando essencialmente em unir, reunir e colocar em evidência todos os bens e recursos: humanos, materiais, culturais e toda a diversidade social, em prol de trabalhar em conjunto, a fim de obter objectivos comuns.

É, nesta certeza de colocar em evidência todo recurso disponível que a sociedade e o gestor interagem para assumirem as suas legítimas responsabilidades consistentes em produzir mais para distribuir de maneira equitativa e consumir melhor.

Assim, quando o gestor consegue unir todo capital disponível, demonstra, quão é responsável pela sua missão de servir a humanidade.

  1. Praticar a justiça

Praticar a justiça é uma forma mais leal e natural de ser feliz. Por isso, os gestores, deveriam aprender a praticar a justiça, procurando cada vez mais ser justos.

A prática de justiça de um gestor, deve começar contigo mesmo, transcendendo com a sociedade até alcançar os mais pequenos gestos de bondade que podem ser compensados e reconhecidos naturalmente pelas futuras gerações. E, esta, é a melhor via para ser feliz.

Assim, o gestor deve ser activo em praticar a justiça, começando, na primeira pessoa do gestor público. Pois, o gestor não pode cobrar justiça aos outros, sabendo que nele, ainda habita traços de incoerência e injustiça social.

Deve o gestor praticar a justiça em termos da produção, consumo e distribuição de bens e serviço.

É, na base da prática da justiça que o gestor busca igualdade, equidade e reduz as assimetrias sociais, mostrando que onde há défice de igualdade, equidade social e excessos de assimetrias sociais, não há justiça. E, onde não há justiça não há paz, desenvolvimento e democracia.

Assim, por falta destes indicativos, o gestor não pode ser feliz. Por isso, o gestor que deseja ser feliz, deve sempre procurar agir na base da justiça.

A justiça se relaciona com a felicidade do gestor. Pois, as sociedades, são alérgicas a injustiça. Por isso, quanto mais justa forem as acções de gestão, mais amor e carinho o gestor recebe dos seus colaboradores e da sociedade em geral.

E, este amor e carinho, se transforma certamente num modo de vida do gestor que condiz a perenidade da vida feliz de um gestor público.

O gestor que não pratica actos de justiça, está longe de ser feliz. E, está implacavelmente assumido pela infelicidade.

A prática de justiça pressupõe todos os actos de bondade. Na justiça tem amor, tem paz, tem concórdia, caridade, solidariedade e tem a realização feliz da pessoa humana.

Assim, o gestor público que pratica a justiça, para além de ser feliz, é acima de tudo uma pessoa cheia de virtudes. E, as suas virtudes, concorrem para a sua maneira de ser, fazer e ajudar os outros a serem felizes.

E, fazendo os outros felizes, o gestor guisa naturalmente a sua felicidade. Deste modo, os gestores felizes, são aqueles que guiam as suas acções em prol de fazer os outros felizes.

E, toda a felicidade tida por meio de actos de amor, serviço e incluindo sacrifícios, é uma felicidade que se alcança para a vida toda.

  1. Organização consciente do meio ambiente social: urbanização  

A organização consciente do meio ambiente social, é uma óptima forma de construir a felicidade. Pois, a felicidade se constrói na base da beleza. Beleza que mostra que a felicidade da pessoa singular depende da felicidade das outras pessoas circundantes. E, esta “felicidade, é o fim último de toda a acção humana” .

A beleza que advém do meio ambiente social organizado de forma consciente, consiste em fornecer às populações os bens necessários para a satisfação das suas necessidades, tais, como: a alimentação, vestuário, habitação condigna, saúde e educação de qualidade.

Assim, a organização consciente do meio ambiente social, pressupõe, construir escolas de carácter moderna, hospitais com serviços de saúde humanizado, onde o cidadão encontra a saúde e bem-estar psicomotor, psicossocial, da psicofisiologia, etc.

A organização consciente do meio ambiente social, está na construção de estradas de qualidade e que sirvam de factor do fomente empresarial, maximizando os níveis de produção, distribuição e consumo de bens e serviços.

De facto, trata-se da organização consciente do meio ambiente social, quando os gestores de forma consciente constroem, ruas asfaltadas, projectam uma arquitectura que vislumbra um futuro mais geocêntrico para todos.

Há organização consciente do meio ambiente social, uma vez que o gestor público, por iniciativa própria, entende que o estado não é o único detentor do poder económico e de dinâmica social. E, por iniciativa própria, dá-se uma autonomia de produção, diversificação e de dinâmica económica aos empresários, dando-lhes o poder de criar empresas que vislumbrem o tempo todo, passando de geração em geração.

Por isso, o belo conquista a felicidade, acomoda a nossa forma de ser e de melhorar o bem-estar físico, mental e social.

O meio ambiente social, influencia no modo de vida das pessoas. E, na forma de sentir, agir e de ser. Neste sentido, a organização estrutural e funcional do meio ambiente social, não pode ser construído de forma forçada. Mas, sim, que seja sempre de uma forma voluntaria e consciente.

É, esta organização consciente do meio ambiente que permite conscientizar as pessoas e motiva-las a participarem na prevenção do bem comum, cuidando-o, tratando-o, transformando-o e dando vida de brio a tudo quanto existe. E, se aproxima aos olhos das pessoas.

A organização consciente do meio ambiente social, mobiliza as pessoas, levando-os, a serem os príncipes construtores da paz, democracia e segurança pública.

Por isso, uma parte da felicidade das pessoas, depende muito do seu meio ambiente social.

Um meio ambiente social, desorganizado, desorientado e conturbado, não ajuda no bem-estar social das pessoas. E, não permite que as pessoas sejam felizes, pois, afugenta a luz da felicidade. Ao passo que um meio ambiente social devidamente organizado, estruturado e funcional, ajuda na melhoria da auto-estima das pessoas, criando nelas um sentimento de amor-próprio e de felicidade.

Um gestor público que dirige as suas acções na base de uma boa organização funcional e estrutural do meio ambiente social, alcança a felicidade e uma longa vida.

  1. Metodologia 

Esta pesquisa foi realizada através de uma metodologia de natureza qualitativa que empregou as técnicas de diálogo por conversão, observação e bibliográfica, como recursos principais para a colecta de dados. O foco deste estudo consiste em compreender “como” os gestores públicos são felizes e saber o que lhes faz feliz.

E, aprimorar os níveis de compreensão, explanação, apreensão e interpretação da relação de significações de fenómenos apurados para a realização feliz dos gestores públicos, os indivíduos e a sociedade.

Na mesma circunstância, a pesquisa versou em perceber o que é que os gestores públicos têm como percepção e conceito, quando se fala da felicidade que reina neles.

Toda a via, todo o desenvolvimento descritivo desta pesquisa, preocupou-se em entender os fenómenos atinentes a realização feliz dos gestores públicos. Ou seja, perceber o conjunto de factores que influenciam directamente na felicidade do gestor público, a partir dos conhecimentos simbólicos e significados atribuídos a eles.

Assim, o significado humano dado aos fenómenos referentes a felicidade dos gestores públicos, constitui o objecto direccional deste estudo.

E, o papel do pesquisador dentro desta pesquisa, consistiu em ter o seu objecto de estudo como sendo um referencial, segundo, o qual a solução dos problemas que lesam a vida feliz do gestor público, seja possível.

À luz da subjectividade que caracteriza o conceito da felicidade, o estudo envolveu dentro do contexto da procura da felicidade do gestor público, uma intenção de uma vida mais feliz para todos. Neste sentido, o pesquisador, durante a pesquisa, não preocupou-se com a neutralidade de alguns aspectos gerais do fenómeno. Mas, sim preocupou-se com a objectividade.

Assim, este estudo fundou-se em factos e evidências do problema honra identificado no dia-a-dia do gestor público.

A amostra deste estudo foi escolhida de forma propositada e intencional, sem toda, a via descurar a possibilidade dos gestores públicos serem autores da sua própria realização feliz. Deste modo, os sujeitos foram individualmente escolhidos com uma presença notável em grupos de pequena grandeza de gestão técnica e administrativa.

Para a persecução da pesquisa, as habilidades do pesquisador, a observação naturalística ou sistemática, participante, a bibliografia que esteve ao alcance do pesquisador, foram utilizados como sendo os instrumentos de colecta de dados de maior relevância teórica e prática.

O diálogo e a conversa foram de carácter fraterno, onde os gestores públicos e seus colaboradores, foram participando de forma consciente e voluntario.

Durante o momento e as diversas oportunidades que tivemos em dialogar e conversar com os gestores públicos, fomos observando traços de desejos de ser feliz e de fazer os outros felizes.

E, de algum modo, houve alguma demonstração de desejo pessoal de ser feliz. E, isto mostra que os gestores públicos na sua maioria, estão a procura de vias próprias de ser feliz. 

O tratamento de dados foi efectuado através da análise de conteúdo, definição de categorias por relevância teórica de repetição de assuntos referentes ao desejo de ser feliz, e análise de discursos proferidos pelos próprios gestores públicos.

Finalmente, a interpretação de dados foi efectuada em simultânea à apresentação de resultados. E, pela mesma via, fez-se a revisão de conceitos e pressupostos adiantados ao longo desta pesquisa.

  1. Apresentação dos resultados da pesquisa: analise e discussão 

Os resultados desta pesquisa mostram que o gestor publico é antes de tudo uma pessoa humana, cujo, sua existência é intermediada pelo fôlego da vida que alimenta. E, viver é dom natural que precisa ser agraciado diariamente.

E, para agraciar a vida, exige do gestor público um desejo de realização feliz. Isto implica ser feliz consigo mesmo e fazer os outros felizes.

Assim, a pesquisa mostrou que o gestor público, é uma pessoa humana que se encontra na busca incansável da felicidade. Por isso, percebeu-se que o gestor por si mesmo, não é feliz, pois, em muitas circunstâncias a sua realização feliz está submissa pelos desejos e vontades dos outros. Neste caso, só, é feliz aquele gestor que sabe colocar-se ao serviço dos outros, servindo.

Servir implica antes de tudo, doar-se, ou dar de si mesmo, a fim de realizar os desejos dos outros, submersos no íntimo das necessidades sociais.

Durante a pesquisa, percebeu-se que alguns gestores públicos têm o desejo de ser feliz. Mas, só, não alcançam a felicidade desejada por meio da insatisfação que os acompanha, ambições desmedidas, arrogância, pessimismo, incluindo a falta de sabedoria para inibir algumas tendências de natureza pecaminosa. E, tudo isso, se faz acompanhado com défice na estabilidade e gestão emocional.

Assim, foi possível perceber que:

  • A insatisfação é um vício capital que condiz a infelicidade do gestor público. Por esta razão, muitos gestores públicos não são felizes, pois, não têm capacidade de aceitar o que são e respeitar as suas condições de vida. Alguns gestores clamam a falta de tudo por um pouco mais, faltando-lhes a capacidade de reconhecer e valorizar o pouco que têm. E, assim, estão quase todo o tempo, empolgados, pela busca incansável de bens, fundos e mundos que têm servido de meros indiciadores de infelicidade.

Por efeito, todo gestor público observado com a característica de insatisfação, não é feliz, está imerso numa pobreza extrema, pois, mesmo tendo alguns bens, estes bens quase que não servem para satisfazer as suas necessidades que são bastantes e imensas. E, isto leva-lhes a opção de preferência indecorosa que cria um distanciamento maior entre o gestor público, seus colaboradores e a sociedade. e, algumas vezes, isto torna-se a via para a revolta intrínseca, revolta social, provocando nestes condenação, cadeia de valores e prisão pela justiça social.  ~

  • Ambições desmedida é uma arruína da alma feliz. Por isso, há gestores públicos que desejariam ser feliz, mas, por motivos de ambições desmedidas, não conseguem ser feliz, pois, as ambições quando são desmedidas, fazem perder o foco pelo prazer de realizar-se de uma forma feliz.
  • A arrogância quando cega a visão do gestor público, este perde o caminho para o desenvolvimento. E, isto impede todo o foco possível para a vida e realização feliz da pessoa humana.
  • Pessimismo: um gestor público pessimista está longe de alcançar a felicidade, pois, uma pessoa pessimista não vê o bem. E, a luz do horizonte visível da realização feliz, não foca nele. Por isso, o gestor pessimista não consegue ver o desenvolvimento.  
  1. Conclusões

Todo o ser humano nasceu para ser feliz. Por isso, o gestor público é uma pessoa humana que veio neste mundo para ser feliz.

Por natureza, o gestor público, está presente no meio ambiente social para exercer as suas funções com brio. Pois, ser gestor publico, é desempenhar uma função de atribuição social, cuja, confiança e consideração social, dependem muito da maneira como cada gestor publico serve as pessoas a sua volta.

Assim, dentro das ilações conclusivas, foi possível perceber que:

  • Há no gestor público o desejo e a vontade de ser feliz. Por isso, entre vários gestores públicos conhecidos, existem aqueles que realmente são felizes, pois, têm a realização feliz dos outros como eixo de orientação de toda a actividade de gestão pública;
  • Algumas atitudes comportamentais, tais como: as ambições desmedidas, a insatisfação, egoísmo e pessimismo, não levam os gestores públicos a serem felizes;
  • O défice na sabedoria para servir, constitui um problema de relevância teórica e pratica das actividades diárias do gestor público;
  • Há muitos gestores públicos infelizes, pois, têm défice na referência do tempo. E, não conseguem perceber que ser gestor é exercer um cargo ou função de confiança publica e administrativa, cujo, fim ultimo está em servir as pessoas;
  • Os gestores que não sabem colocar-se ao serviço da humanidade, têm pouca possibilidade de alcançar a felicidade;
  • Os gestores públicos só, são felizes quando fazem os outros felizes, servindo-os. Assim, quem não vive para servir, não serve para viver.
  1. Sugestões 

Que aqueles gestor público que tem o desejo e a vontade de ser feliz, tenham a realização feliz dos outros como eixo de orientação de toda a actividade de gestão pública;

Que as atitudes comportamentais dos gestores públicos, tais como: as ambições desmedidas, a insatisfação, egoísmo e pessimismo, sejam moderados, a fim de optarem em práticas humana que condigam a serem felizes;

Que os gestores públicos, superem o défice de sabedoria, a fim de optimizarem os moldes de servir, pois, o défice na sabedoria constitui um problema de relevância teórica e pratica nas actividades diárias do gestor público;

Que os gestores públicos saibam fazer leitura dos tempos, a fim de serem infelizes. E, que consigam perceber que ser gestor é exercer um cargo ou função de confiança publica e administrativa, cujo, fim ultimo está em servir as pessoas;

Que os gestores públicos, saibam colocar-se ao serviço da humanidade, a fim de obterem a imensa possibilidade de alcançar a felicidade;

Que os gestores públicos, entendam o facto, segundo o qual, só, são felizes quando fazem os outros felizes, servindo-os. Assim, quem não vive para servir, não serve para viver.

 

 

Bibliografia

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Tubone, W. C. (2017). A influência da qualidade de vida na felicidade do trabalhador do setor financeiro. (F. d. Veterinárias, Ed.) p. 208.

 

 

A FELICIDADE DO GESTOR PÚBLICO

Autor

Alberto Mahúla Francisco (Msc.). É, Mestre em Economia e Gestão de Educação, pela Northeast Normal University, Licienciado em Ciência de Educação na especialidade de Pedagogia, Professor de careira desde 2005, leccionando a disciplina de Inglês no Ensino geral, Docente Universitário pelo Instituto Superior de Ciências de Educação do Uíge, professor do Primeiro Ciclo do Ensino Secundário, na Escola 1812 de Pambos de Sonhe, Município de Samba-Cajú, Província de Cuanza Norte.

E, actualmente, é professor de Inglês no Município sede de Samba Cajú.

[email protected]/[email protected]/+244941612807