A FÉ CONVENIENTE
Os homens se referem a Deus de acordo com seu momento atual.
Sem querer levar para a defesa de credos ou ideologias religiosas, ainda me espanta quando ouço alguém dizer que Deus é mal ou que é bom.
Tente imaginar que alguém se refere a Deus como bom, por ter conquistado tudo que sonhou na vida, pela plenitude de sua saúde e pela harmonia de sua família.
O que pensaria de Deus aquele que habitou na miséria por toda sua vida, que se definharam numa doença terrível e onde tudo parece ter conspirado contra ele.
O mais racional e decente para os homens que acreditam em Deus como seu único salvador, talvez fosse se referir a Deus como justo.
Que ele é um juiz tão justo que deixa seus filhos escolherem seus próprios destinos sem interferir.
Sem o rótulo de ter sido bom para um filho e ruim para outro.
Quando o homem se distancia muito da idéia que o poder de Deus é justo, ele de vez em quando comete o erro de dizer coisas do tipo, Deus foi tão bom para os outros e me privou de tantas coisas.
O que Deus tinha contra mim?
Temos a incrível capacidade de sempre empurrarmos o peso da nossa cruz para Deus.
Creditamos todos nossos fracassos ao fator sorte que Deus não nos deu.
São muitas especulações, são vagos conceitos.
Somos todos aprendizes, mas Deus não é um réu, ele é o juiz que julga o bem e o mal, com imparcialidade única e por isso não pode ser o objeto a ser julgado.
Às vezes reclamamos de coisas que queremos e esquecemos coisas importantes que temos e sequer percebemos.
A ansiedade pela vida melhor, parece estar ligada ao fato de estarmos sempre buscando mais.
As coisas que você já tem são suas, merecem cuidados.
Quando se faz muitas buscas desesperadas atrás do que se quer, normalmente o indivíduo perde o que tem de melhor, a fé.