A FAMÍLIA E A ESCOLA - DUAS FACES DE UM OBJETIVO

Por Sandra Cristina Cappi Silva | 11/05/2023 | Educação

RESUMO

Uma das maiores dificuldades dos professores em sala de aula hoje, bem como a coordenação escolar, está relacionada além da indisciplina dos alunos, também a falta de comunicação entre os responsáveis pela criança e o educador. Esse processo é desafiador, pois o objetivo principal que é o aprendizado consistente, só é valorizado por alguns pais e responsáveis, pois ainda é uma minoria das famílias que valorizam e incentivam sua participação nas atividades escolares. O exercício da “democracia” na educação deve ser eficaz e pontual, a fim de fortalecer e desenvolver essa parceria entre “FAMILIA E A ESCOLA”. Algumas Escolas desejam a participação mais ativa da família, porém encontram dificuldades na irresponsabilidade e na ausência de envolvimento dos responsáveis na execução e acompanhamento das atividades pedagógicas que contribuam para o desenvolvimento da aprendizagem e da sociabilidade dos alunos. Sem contar as Famílias que não participam do processo de aprendizagem. Como trazer a Família para a Escola?
Palavras Chave: Aprendizado, Transformações, Parceria.
ABSTRACT
One of the biggest difficulties faced by teachers in the classroom today, as well as school coordination, is related, in addition to the indiscipline of students, to the lack of communication between those responsible for the child and the educator. This process is challenging, as the main objective, which is consistent learning, is only valued by some parents and guardians, as it is still a minority of families that value and encourage their participation in school activities. The exercise of “democracy” in education must be effective and timely, in order to strengthen and develop this partnership between “FAMILY AND THE SCHOOL”. Some schools want a more active participation of the family, but find difficulties in irresponsibility and in the absence of involvement of those responsible in the execution and
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monitoring of pedagogical activities that contribute to the development of students' learning and sociability. Not to mention Families who do not participate in the learning process. How to bring the family to school? Keywords: Learning, Transformations, Partnership.
.
1. INTRODUÇÃO
Após inúmeras leituras e estudos o presente trabalho vem afirmar o quanto é positiva a interação família/escola para o desenvolvimento escolar da criança. Também é relevante afirmar que este tema se dá pela fragilização que existe nos novos contextos, modelos e estruturas familiares que interferem diretamente no cotidiano entrelaçando todos os problemas de vivencia em sociedade e na dinâmica escolar de forma que hoje a família transfere algumas responsabilidades educativas (antes de cunho paternal), para a escola. É importante ressaltar que o desenvolvimento e a aprendizagem da criança segundo Vygotsky (1998) se dão a partir de princípios fundamentais como: o indivíduo tem que estar pronto para aprender; o desenvolvimento leva a aprendizagem e vice-versa; desenvolvimento e aprendizagem são simultâneos. Delors observa:
Os meios de vida, de estudos, por onde circulam os aprendizes são tão importantes quanto às atividades educacionais que abrigam. Sua influência deve-se ao fato de que eles são desigualmente motivadores, diferentemente estimulantes e mais ou menos propícios a aprendizagens significativas. A cultura da instituição, da família e da sociedade é igualmente um fator de ensino. (DELORS, 2005, p. 196)
No interior de nossa própria cultura, sem sair de nossa própria cidade nem de nosso próprio bairro, um belo dia observamos nosso ambiente e nos damos conta de que tudo mudou tanto que mal somos capazes de saber como as coisas funcionam. Sentimo-nos, então, desorientados como se tivéssemos viajado para uma sociedade estranha e distante, mas sem esperança de voltar a recuperar aquele ambiente conhecido no qual sabíamos nos arranjar sem problemas. (ESTEVES, 2004, p. 24).
O Projeto Relação Família/Escola e o Desempenho escolar, desenvolvido pela pedagoga Maria Ester, veio resgatar o fortalecimento de um vínculo há tempos esquecido pela sociedade. A família possui um papel primordial para o desenvolvimento saudável das relações de seus filhos com a escola e desta com eles. Por ser ela a base da pirâmide social, responde pela maior parte dos valores apreendidos na infância. E são esses valores que, certamente, incluirão o indivíduo à sociedade da qual dependerá para realizar seus objetivos de vida. Essa relação família/escola/educação tornou-se um árduo desafio, o qual as escolas precisam, a qualquer custo, amenizá-lo, de forma que, pais, professores, alunos, funcionários possam efetivamente fazer parte dessa relação, dessa estrutura tão complexa, mas ao
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mesmo tempo, tão debilitada, tão precisa de apoio, de compreensão e por que não dizer, de carinho, afeto, amor, paz, tranquilidade, tudo que faça com que a família e escola encontrem nessa parceria uma forma de resolverem seus problemas. Para mim, que participei de alguns momentos relativos a esse projeto, me senti privilegiada. Nada é mais gratificante do que ver essa relação acontecendo de perto: família e escola juntas, tentando reacender uma chama, que eu diria, não totalmente apagada, mas precisando de um pouco mais de lenha para tornar-se uma grande fogueira, onde todos as sua volta consigam contagiar um ao outro com o seu calor. (A.A.R. - Professora de Ensino Religioso).
Diante do cenário social atual vimos alertar sobre a importância do envolvimento da família, quanto ao aprendizado e desenvolvimento cultural de nossas crianças. Levando em consideração a dificuldade de as aulas remotas e o ensino híbrido (adotados pelo nosso governo) em oferecer o necessário para um eficaz aprendizado.
A elaboração deste trabalho se baseia em pesquisa bibliográficas, com base em inúmeros materiais publicados, artigos científicos, legislações e documentos de autores que abordam tal tema. Lembrando que a finalidade é proporcionar maior familiaridade com o problema, tornando-o explicito e proporcionando a construção de hipóteses e caminhos para o resgate de ações que tragam a interação prática da família como ambiente escolar na busca da integralidade educacional e social da do indivíduo.
2. TRANSFORMAÇÕES CULTURAIS
Os processos educacionais, nas sociedades primitivas eram perpassados pela prática e conhecimentos através de serviços domésticos de geração em geração. Os currículos eram norteados pela cultura local e com o passar dos tempos e com os agrupamentos sociais, surgiram organizações especificas encarregadas de educar e transmitir a herança cultural chamadas de Escolas; com esta instituição a educação se formalizou não substituindo totalmente a informal que ainda hoje permeia entre as relações humanas.
Mas a educação jamais pode ser considerada uma transmissão de valores sociais, mas uma mudança de concepção evidenciando o processo distinto de ser de cada sociedade, estável ou dinâmica. As primitivas resistiam às mudanças, principalmente devido a questões religiosas, pelo caráter divino das crenças, já as sociedades urbanas seriam mais flexíveis às transformações sociais que viriam surgir na área educacional.
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A partir da relação estabelecida entre si os homens criam padrões de comportamento, instituições e saberes que se modificam em meio às gerações futuras e essas mudanças trazem uma reflexão e um maior melhoramento dos modelos de valores de determinados tempos. Então a Educação vem para manter viva a memória de um determinado grupo social e possibilitar condições deste sobreviver, e este processo mediador da Educação torna possível a complementação e junção entre indivíduo e sociedade, família e escola. E a escola é o fruto de todas as mudanças de concepção que se acumularam pelos séculos.
O modelo de escola hoje absorve algumas características da família educadora da era primitiva, e infelizmente este modelo traz resultados negativos quando nos deparamos com genitores assumindo papeis sociais neste mundo globalizado, negligenciando ou delegando a unidade escolar a responsabilidade solitária de abranger o processo educacional de suas crianças. No início do processo educacional o educando tem uma experiência social fragmentada e confusa e necessita ser levado ao estágio de desenvolvimento organizacional, por esse motivo na escola tratamos de uma educação formal, planejada, com profissionais preparados para desenvolver algumas funções específicas, mas no ambiente familiar o processo educacional é intencional, deliberada, com valores, natural, sem controle, sem planejamento, contribuindo para um desenvolvimento integral, permitindo a assimilação das informações de forma a definir sua concepção de mundo. Para Libâneo (1985, p. 97):
Educar (em latim, é educare) é conduzir de um estado a outro, é modificar numa certa direção o que é suscetível de educação. O ato pedagógico pode então ser definido como uma atividade sistemática de interação entre seres sociais, tanto ao nível intrapessoal, quanto ao nível da influência do meio, interação essa que se configura numa ação exercida sobre sujeitos ou grupos de sujeitos visando provocar neles mudanças tão eficazes que os torne elementos ativos desta própria ação exercida.
2.1 TRANSFORMAÇÕES NA INSTITUIÇÃO FAMILIA
Segundo Prado (1981) o termo família origina-se do latim famulus que significa conjunto de servos e dependentes de um chefe ou Senhor; e afirma que as sociedades antigas, eram baseadas num sistema patriarcal, onde o patriarca é o chefe da família em todos os sentidos, tendo autoridade e moral econômica sobre a mulher, os filhos e os empregados e normalmente eram os que detinham o poder econômico, correspondendo assim ao modelo
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ideal de família, modelo propagado pelo grupo economicamente dominante. Baseado nesta afirmação na idade primitiva, a família tinha a necessidade de assegurar e proteger seus integrantes e esta “proteção” era determinada pelo número de integrantes que compunha esta família.
Em algumas culturas as famílias tinham seus próprios cultos e tradições, os casamentos eram realizados através de acordos, ou arranjos familiares segundo os interesses, usualmente eram monogâmicos, e união entre homem e mulher, a sociedade muito limitada se restringia a um número de camadas sociais restrita.
Ressaltamos que a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988), em seu artigo 5º, caput e inciso 1º, declara a igualdade entre o homem e a mulher; no artigo 226, parágrafo 3º e 4º reconhece na família a relação proveniente de uma união estável e da monoparentalidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes; e, ainda no artigo 227, parágrafo 5º, as relações ligadas pela afinidade e pela adoção. O Código Civil Brasileiro em vigor desde 11 de janeiro de 2003, considera qualquer união estável entre pessoas que se gostam e se respeitam, mudando assim o conceito de família, até então considerado ideal.
Várias mudanças ocorridas no século XX, Sendo a mais significativa no período de 1960, com a entrada da mulher no mercado de trabalho, as famílias começaram a mudar como por exemplo o número crescente de divórcios que gerou casamentos sucessivos, filhos dos diferentes casamentos e/ou filhos de pais separados. Conforme Prado (1981), no século XXI ocorreram várias mudanças no conceito da família, como a mudança da cultura em geral. Crises são ocasionadas por vários fatores, como por exemplo, independência feminina, tanto financeira, como mulheres que não querem ter filhos, não querem casar, portanto vários modelos de família têm surgido, a mais conhecida e valorizada atualmente é a família composta de pai, mãe e filhos, este é o modelo que a sociedade aprende desde criança; outro modelo é a família homossexual, quando duas pessoas de mesmo sexo vivem juntas, com crianças adotivas ou resultantes de uniões anteriores; ou ainda, no caso de duas mulheres, com filhos por inseminação artificial.
A saída da mãe para o mercado de trabalho, que é a figura central na educação de seus filhos, é um dos fatores que tem abalado a relação entre mãe e filho, as relações de amor, confiança, segurança, relacionamento social são construídas no decorrer do cotidiano, em um determinado tempo histórico e um delimitado espaço físico. A nova mãe da sociedade, que trabalha e possui grandes responsabilidades, muitas
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vezes não dispõe do tempo necessário para estabelecer uma relação com seu filho e educá-lo. (SOUSA; JACQUELINE; 2012; p.13)
As mudanças mais significativas acontecem nas famílias de baixa renda, onde as mães assumem a responsabilidade de chefes de família, trabalhando e cuidando de filhos, tarefas domesticas e/ou as que pais assumem o lugar das mães nas tarefas diárias. Este cenário deixa claro a vulnerabilidade e disponibilidade das famílias com relação ao desemprego, doenças graves, distúrbios gerais (mentais e físicos), atividades ilegais, envolvimento com drogas e álcool e a falta de moradia própria que acarreta a junção de famílias morando sob o mesmo teto vivendo da mesma renda. Para (OLIVEIRA,1993, p. 92):
Uma das principais funções da família é a função educacional e, que esta é a responsável por transmitir à criança os valores e padrões culturais do meio social em que está inserido.
2.2 TRANSFORMAÇÕES NA INSTITUIÇÃO ESCOLA
A escola enquanto instituição tem a função de formar o indivíduo inserido no processo de ensino, no que se refere a humanidade e vida em sociedade. Mas não é correto pensar no ambiente escolar como o único lugar de formação, a educação integral acontece em todos os tempos e espaços. Para Libâneo (2001), o campo da educação é bastante amplo, pois abarca as diferentes modalidades da educação: educação formal, informal e a não formal, e essas vão se distinguir pela espontaneidade do ato educativo, sistematização dos conteúdos, etc. Diante desta afirmação a família é um suporte essencial para a integralidade pois é um mundo à parte da escola, onde as pessoas vivenciam seus costumes, suas trocas, sua religião e aprendem a importância de respeitar e ser respeitado. A escola por sua vez deve complementar a tarefa da família no aprendizado refinando o caráter e legitimando, autenticando as vivências sociais.
A busca pela educação integral deve acompanhar as transformações sociais do mundo, exigindo um indivíduo interativo, dinâmico, capaz de buscar novas ideias, na busca de transformação do eu e do outro nas relações interpessoais. Claro que este papel não é somente da escola, mas das diversas instituições sociais, inclusive a família das quais venha a participar e as quais venha a move-los a assumir posturas de formação de caráter e personalidade refletindo dobre o verdadeiro papel da escola na sociedade, pois antes do contato escolar este indivíduo já esta inserido em um contexto de vivência construindo suas relações afetivas, sociais e cognitivas. A instituição escola tem objetivos voltados ao desenvolvimento das potencialidades cognitiva, potencialidades físicas, potencialidades
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afetivas, aprendizagem de conteúdos e estes objetivos devem desenrolar-se de maneira a contextualizar a realidade vivida. Aranha (1996, p. 52) afirma que:
A educação deve instrumentalizar o homem como um ser capaz de agir sobre o mundo e, ao mesmo tempo, compreender a ação exercida. A escola não é a transmissora de um saber acabado e definitivo, não devendo separar teoria e prática, educação e vida.
Então a escola se encarrega dos processos educativos e assegura a inserção do indivíduo na sociedade, embora este trabalho seja afetado pela forte mudança que família e sociedade sofrem ao longo dos tempos, neste momento afirmamos que a educação esta inserida no contexto histórico, pois é a prática social escolar que dá o ponta pé inicial a prática pedagógica, marcada como a sistematização e interação dos sujeitos envolvidos no processo educativo. As instituições de ensino e famílias, tem a incumbência de juntas se complementarem na tarefa da educação não permitindo lacunas no momento de oferecer meios para o desenvolvimento integral da criança, que é um ser ativo e pensante.
2.3 TRANSFORMAÇÕES NA PARCERIA
O fracasso escolar está relacionado à família e/ou ao ambiente familiar de forma muito efetiva e é indispensável haja uma parceria dos pais com a unidade escolar fazendo parte do trabalho, com foco na formação de cidadãos críticos e pensantes. De acordo com Lane (1994), a instituição familiar é, em qualquer sociedade moderna, regida por leis, normas e costumes que definem direitos e deveres dos seus membros e, portanto, os papéis de marido e mulher, de pai, mãe e filhos deverão reproduzir as relações de poder da sociedade em que vivem. Conforme Prado (1981), a família como toda instituição social, apesar dos conflitos é a única que engloba o indivíduo em toda a sua história de vida pessoal. É no contexto familiar que a criança adquiri suas primeiras experiências educativas e aprende a se harmonizar nos diferentes ambientes, independente das normas que lhe são impostas, através da família, da escola ou qualquer que seja a realidade vivida na sociedade.
Para Rego (1996, p. 86):
A vida em sociedade pressupõe a criação e o cumprimento de regras e preceitos capazes de nortear as relações, possibilitar o diálogo, a cooperação e a troca entre membros deste grupo social. A escola, por sua vez, também precisa de regras e normas orientadoras do seu funcionamento e da convivência entre os diferentes
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elementos que nela atuam. Nesse sentido, as normas deixam de assumir a característica de instrumentos de castração e, passam a ser compreendidas como condição necessária ao convívio social. Neste modelo, o disciplinador é aquele que educa, oferece parâmetros e estabelece limites.
Prado (1981) afirma que:
A família influencia positivamente quando transmite afetividade, apoio e solidariedade e negativamente quando impõe normas através de leis, dos usos e dos costumes. É no seio familiar, que a criança aprende a socializar, dividir, compartilhar e conviver em grupo. (p. 13).
3. CONTRIBUIÇÕES DESTA PARCERIA
[...] tanto a família quanto a escola desejam a mesma coisa: preparar as crianças para o mundo; no entanto, a família tem suas particularidades que a diferenciam da escola, e suas necessidades que a aproximam dessa mesma instituição. A escola tem sua metodologia e filosofia para educar uma criança, no entanto ela necessita da família para concretizar o seu projeto educativo. (PAROLIM, 2003, p. 99)
A Educação, direito de todos e dever do Estado e da família. Será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988, p. 57). E também na nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) de 1996 que em seu 2º Artigo reafirma a Educação como dever do Estado:
A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1996, p. 07).
Considerando que, o Estado e demais autoridades façam sua parte no cumprimento de seus deveres para com a educação, ainda há a grande responsabilidade da colaboração dos pais, neste processo, pois não há meios que obriguem a participarem da vida escolar de seus filhos. Surge então o questionamento:
Como estabelecer essa relação?
A primeira e grande tarefa da família é escolher em que instituição em que matricular seus filhos, e a partir daí o relacionamento pode ser de confiança ou desconfiança. Os Professores devem se empenhar em suas funções, assegurando condições plena de aprendizado e integração do individuo a sociedade e ao mercado de trabalho. Neste contexto considerar, reconhecer e reforçar os conhecimentos prévios do aluno, facilita a aproximação da família, inclua em seus Projetos Pedagógicos praticas familiares, invista na convivência
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afetiva e na participação da comunidade no meio escolar e a família mostrar seu interesse no aprendizado e desenvolvimento integral, acompanhando as tarefas, os tipos de relações interpessoais, afirmando o respeito à individualidade.
Planeje, estabeleça compromissos, estabeleça metas, mantenha um cronograma que possibilitem o cumprimento do planejamento com qualidade na educação em casa e na escola. Quando existe uma eficaz parceria, há uma melhoria significativa na aprendizagem da criança, proporcionando melhor aproveitamento, desenvolvimento e interação na integralidade do individuo trazendo força capaz de provocar mudanças da estrutura social, pois atuando juntas são facilitadores do desenvolvimento pleno físico e mental. Esta relação é um dos temas mais discutidos na atualidade, por pesquisadores, gestores, rede de ensino tanto publico como privado.
As abordagens quanto ao fracasso escolar é recentemente muito discutida no cotidiano acadêmico, e suas associações quanto a rotina familiar e social do aluno; nesta perspectiva podemos afirmar que a família é um estreito ramos em que as pessoas vivenciam costumes, trocas, culturas e aprendem a importância de respeitar e ser respeitado e a escola completa a tarefa da família aperfeiçoando o caráter e validando, confirmando este caráter para as vivencias sociais.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), capítulo IV do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer diz no Art.53. A criança e adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-lhes:
I - Igualdade de conduções para o acesso e permanência na escola;
II - Direito de ser respeitado pelos seus educadores;
III - Direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias superiores;
IV - Direito de organização e participação em entidades estudantis;
V - Acesso à escola pública e gratuito próximo de sua residência. 84
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais. (ECA. 8.069/1990).
A Grande preocupação das escolas também se encontra nas afirmações de Freire (2000, p. 29) “a mim me dá pena e preocupação quando convivo com famílias que experimentam a „tirania da liberdade‟ em que as crianças podem tudo: gritam, riscam as paredes, ameaçam as visitas em face da autoridade competente dos pais”. De acordo com Ferreira:
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Na sociedade de hoje, infelizmente, a educação está sendo abandonada, como decorrência da falta de preparo dos pais, pela pressão econômica e de sobrevivência, que mantém os pais longe dos filhos e principalmente, pela exemplificação inadequada de hábitos, comportamentos e atitudes (FERREIRA, 2011, p. 285).
Infelizmente alguns pais para suprir a deficiência de atenção de qualidade em questão as constantes e inúmeras responsabilidades cotidianas tem errado na educação de seus filhos, e esta “falta” de educação chega a escola onde o sujeito não é o centro das atenções, e tem de dividir os espaços, materiais, seguir regras, seguir horários, e como em casa não é cobrado acaba desenvolvendo comportamentos inadequados, nos levando a dizer que existe uma “perda de controle” de seus filhos, favorecendo o surgimento de uma geração sem limites, sem base para lidar com dificuldades impostas;
Todos concordam que a relação com as famílias é um elemento essencial na educação, relação que acredita-se deve ser tanto mais estreita quanto menor for a criança. Com certeza, todos concordam também que nosso sistema educativo, da educação infantil até o final da obrigatoriedade escolar, as relações família/escola em geral são escassas e frágeis (GEMA, 2007, p. 211).
Mesmo diante de todos estes agravantes, as instituições devem manter uma comunicação constante para proporcionar uma harmonização no processo de ensino, sempre tendo em mente que seu papel é oferecer formação integral; de acordo com Heidrich (2009, p. 25) “a escola foi criada para servir a sociedade”. Esta afirmação nos obriga a prestar um trabalho eficaz, explicando o processo de aprendizagem e como ele deve acontecer criando mecanismos de parceria com as famílias; de acordo com Tiba (1996, p. 21) “cada aluno traz consigo sua própria dinâmica familiar, ou seja, seus próprios valores e características”. Nas palavras de Sousa (2008, p. 02):
A família funciona como o primeiro e mais importante agente socializador, sendo assim, é o primeiro contexto no qual se desenvolvem padrões de socialização em que a criança constrói o seu modelo de aprendiz e se relaciona com todo o conhecimento adquirido durante sua experiência de vida primária e que vai se refletir na sua vida escolar.
Segundo Piaget:
Uma ligação estreita e continuada entre professores e pais, leva, pois a muita coisa, mais que uma informação mútua: esse intercâmbio acaba resultando em ajuda recíproca e, frequentemente, em aperfeiçoamento real dos métodos. Ao aproximar a escola da vida ou das preocupações profissionais dos pais, e ao propiciar, reciprocamente, aos pais de um interesse pelas coisas da escola, chega-se até mesmo a uma divisão de responsabilidades. (1972/2000, p. 50).
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A escola é um importante elo entre a família, a sociedade e o educando, ocupando um delicado lugar de formação pois cada modelo de família tem sua própria identidade, modo de educação e cultura, e o posicionamento da instituição pode provocar um ato de união com a família no quesito educar, dando significado á responsabilidade de formadora que lhe é atribuído quando se trata de preparar um ser social e atribuir-lhe a função que lhe cabe.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Fica evidente que tanto família como escola é a base para o sucesso escolar pois vida familiar e vida escolar se complementam; após o desenvolvimento deste trabalho de pesquisa, entendemos o quanto é necessário estabelecer uma relação escola/família, no processo da educação formal, e quanto maior o relacionamento entre as instituições mais positivo será o desempenho do aluno.
Também é evidente que deve haver uma maior e constante preocupação familiar na busca do aprendizado integral e eficaz assumindo seu papel neste trabalho, bem como da instituição escolar em abrir suas portas para que estes conheçam o trabalho desenvolvido, tenha interesse, e familiarize com a realidade e dificuldades encontradas pelos docentes, mesmo tendo estes seus momentos de formação n o processo buscando qualidade no ensino. Vale destacar que o desempenho escolar dos educandos será mais significativo e eficaz a partir do bom relacionamento entre família e escola.
Durante toda a vida escolar a instituição irá trabalhar a forma critica do individuo se portar na sociedade, se preocupando com valores fundamentais também aprendidos no cotidiano social e familiar. Professores também são pais e este na educação tem os mesmos objetivos isto prova a integração e união que deve haver na busca de uma relação satisfatória, segura, integrada, impedindo que maus comportamentos se instalem no processo favorecendo problemas graves nos resultados acadêmicos e conduta irregular. Porém não existem formulas para um bom e eficiente relacionamento e sim vontade e ferramentas que estimulem esta vontade de ser ativamente participativo na vida escolar do filho.
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