A Experiência do Prazer

A palavra que exprime literalmente toda esta época do descartável é “Experiência”. Através da prática desta junção de letras podemos compreender muitos dos desajustes sociais que a humanidade enfrenta primordialmente no que se refere aos valores. Contudo, esta experiência se torna completa quando vem junto ao prazer. É como se na consciência de cada indivíduo estivesse ecoando uma voz que diz: “experimente todos os prazeres desejáveis deste mundo, em excesso, sem se preocupar com qualquer valor normativo”.

Usar prazerosamente os benefícios do mundo em forma de experiência levam às pessoas a se colocarem no centro de toda esta discussão. Cada indivíduo se vê na obrigatoriedade de experimentar tudo que lhe vem disposto: comer em demasiado; ouvir música sempre no último volume; dirigir na velocidade máxima que conseguir; usar em desmedida as mídias sociais; falar alto em lugares públicos; usar de todos os tipos de drogas; fazer compras desnecessárias... Estes e outros tantos comportamentos compulsivos mostram que o homem quer a todo custo “experimentar o prazer”.

A preocupação centrada no próprio indivíduo, o qual precisa ter o corpo esculpido pela academia, nem sempre consegue manifestar o que tem dentro do seu mesmo ser: uma angústia de viver; uma vida sem sentido; as realizações não servem senão para expor, através de fotos de “status” e companhia, um grande vazio; as referências de amizades se perdem facilmente, uma vez que se pode ser amigo de umas 5mil pessoas, ter apenas uns três amigos de verdade se torna um desafio; todos fazem as mesmas coisas nesta vida sem sentido: Academias, corridas, barzinhos... Até usam as mesmas marcas de roupas e sapatos. Pra ser honesto: nem as cores e os modelos mudam nestas marcas que insistem nas coleções, as quais não passam de um reflexo opaco de um capitalismo que vai perdendo força em muitos países com a desvalorização de suas moedas.

Esta forma de viver concorre o homem para um grande vazio, tendo como referência a si mesmo para viver todas as experiências que o prazer pode oferecer. Contudo, por baixo destas roupas de coleções, corpos malhados, vidas permeadas de “curtidas” e seguidores... Mas lá dentro. Sim. Bem no interior deste ser humano existe um coração. Você sabia? Você tem um coração para amar as pessoas, sentir saudades delas e dizer, sem nenhum medo de todos os falsos ditames deste nosso tempo do descartável: _ eu te amo.

Todavia, falta você ter a coragem de ir contra estas fracassadas vivências e trilhar um novo caminho, o qual você pode até ser o protagonista, porém ouse se abrir para o Sagrado. Vá às Santas Missas, reze o terço, viva o simples de Deus! Essa é a maior experiência de prazer que você pode ter sem se comprometer sua vida à depressão deste tempo de plástico ou se preferir pode apelidar este tempo de “A modernidade Líquida” como fez Zygmunt Bauman: "um mundo repleto de sinais confusos, propenso a mudar com rapidez e de forma imprevisível" em que vivemos, traz consigo uma misteriosa fragilidade dos laços humanos, um amor líquido”.

Padre Joacir d’Abadia, Filósofo _ Buenos Aires-BA, 09 de janeiro de 2019.