O debate sobre as burocracias criadas pela economia brasileira não é recente, diversas vezes o Estado ou a máquina pública brasileira foi apontado como um dos principais, senão o principal, gargalo para o avanço da economia. Isso se deve ao fato de que o grau de facilidade ou desburocratização nas economias mais avançadas façam com que seja mais fácil incubar novos empreendimentos que gerem alto valor agregado e bem estar socioeconômico para a população, além das externalidades positivas provenientes do processo produtivo.

No entanto, essa comparação com economias avançadas deve ser feita de modo a comparar o grau de amadurecimento das instiuições naqueles países, além de contar também com todo o arcabouço cultural no qual determinada sociedade está inserida. Fazendo um breve resumo, o desenvolvimento da história ao longo dos anos e das trocas de culturas fez com que os países atrasados necessitassem de outras formas de se industrialzarem e crescerem, especificamente no século XX.

Nesse período, nas economias latino americanas especificamente a industrialização e a migração de uma economia agroexportadora para uma manufatureira e industrial se deu muito através da intervenção do Estado por causa da não resposta do minguante setor empresarial nacionais. Não havia regulamentações, sistemas e instituições que organizassem um ambiente propício ao surgimento de empreendimentos nesses países. Portanto, o Estado começou a interferir de maneira intensa para construir um mercado interno, no Brasil por exemplo, para basear os futuros novos investimentos que deveriam ser feitos por capital privado nacional.

Em comparação com as economias desenvolvidas, a presença do Estado nestas é igual ou superior às dos países em desenvolvimento, fato que se deve tanto ao grau de participação do Estado em programas de bem estar social como principal regulador das atividades econômicas de um país. Nos países nórdicos principalmente o grau de participação é alto devido ao estágio de idade média em que aqueles países se encontram, carecendo de serviços fornecidos pelos governos e também do sistema de governo vigente, na maioria dos casos, a social-democracia, a qual prioriza diversos investimentos em bem estar social da população, valorizando a eficiência da máquina pública e colaborando para uma saúde econômico financeira do Estado.

Assim, observa-se que a questão da participação do Estado nas mais diversas economias tem estrita relação com a política vigente naquele governo. A questão de um maior ou menor tamanho do Estado depende obviamente da escolha da população. No caso brasileiro a ideia de criticar a participação do Estado vem com situações que apenas avaliam a parte negativa, como os casos de corrupção, a ineficiência e a burocracia, dentre outras coisas. Por outro lado, aqui no Brasil ele foi o principal o indutor da indústria e, nos países avançados, a economia sofre bastante interferência do Estado, não de maneira a enrijecer o dinamismo e o fluxo das negociações mas de promover o crescimento da oferta de serviços públicos que a população possa usufruir.