A ÉTICA X HUMANISMO NOS AMBIENTES CLÍNICOS – HOSPITALARES: Até onde esta interação poderá interferir

Texto produzido e divulgado em webartigos.com em 07 de abril de 2021 em Santarém Pará

Por: Elizete da Silva Brito[1]

A ética na área da Enfermagem e em quaisquer outras áreas da saúde, deve ser considerada como algo primordial, tanto na questão da defesa dos direitos do ambiente clínico-hospitalar, como de seus profissionais, assim como do paciente, quando estão ligados ao ambiente, pois se trata de defender os interesses alheios a qualquer custo. Logo, em hipótese alguma, a exposição sobre as atividades existentes dentro do espaço laboral do profissional da saúde, em especial do trabalho e cuidados expressos pela Enfermagem pode serem divulgados pelas "onda" da exposição das mídias sociais, o que poderá ser constituído como crime ou ainda abertura de PAD - Processos Administrativos disciplinares, o qual consiste em uma investigação interna para a apuração dos fatos e possibilitar o direito de defesa aos envolvidos.

Desta forma, entendo que embora exista um papel humanista e humanitário dentro dos ambientes, no que tange aos tratamentos feitos aos pacientes pelos profissionais da saúde, no caso particular dos enfermeiros, esta sensibilidade não poderá ultrapassar as portas das unidades; visto que, o Código de Ética profissional, não permite que haja exposição, tanto do trabalho executado dentro dos diversos espaços, assim como das relações existentes entre o profissional, o paciente e a família deste, pois colocar em constrangimento, vexatório ou em situação incômoda sobre os procedimentos ocorridos nos ambientes, estão além dos compromissos laborais pronunciados por cada membro que compõem as equipes internas destes ambientes de tratamento; como falado anteriormente, mesmo que se tenha a boa vontade de expressar, através dos meios informatizados, qualquer quadro de melhoria, vai de encontra com normas existentes dentro dos ambientes, assim como da própria conduta ética do profissional da saúde.

Porém, mesmo que exista este sentimento, ou ainda podemos denominar como aproximação emocional, desencadeada entre o paciente e o profissional, que às vezes passa a olhar aquele paciente de muita idade, como um membro existente da sua família, e que após a vivência começa a transmitir este humanismo, e possibilitar uma inter-relação mais aproximada do que deveria, acaba por vezes, interagir de maneira que não poderia, acarretando com isto, uma liberdade maior, assim divulgando momentos da rotina no tratamento e cura, em algo mais "familiar", que dentro das circunstâncias e possíveis consequências elencados pelas também, possíveis divulgações pelas mídias sociais, criando uma confusão em saber diferenciar o seu profissionalismo com uma atenção mais aproximada, pode acabar em uma exposição que poderá acarretar em punições administrativas, judiciais e civis.

Assim, devemos ter uma noção clara, de que, as nossas relações profissionais, embora constituídas de sentimentos e aproximações de forma afetiva com determinados pacientes, não podem ultrapassar os limites da ética proferida dentro dos limites, assim como a humanização decorrente, deve ter seu limite imposto pelas próprias regras e normas, sejam de formação do profissional, seja do local de trabalho ou ainda impostas pelas condições das informações e conhecimentos obtidos, dentro e fora dos ambientes clínicos - hospitalares. Pois ser bondoso é uma coisa, mas ser profissional, é melhor ainda.

 

[1] Bacharelando em Enfermagem pela UNAMA – Universidade da Amazônia

Profissional do Quadro da Saúde do HMS em Santarém – Pará.