A ETERNIDADE É ETERNA

 Também há corpos celestiais e corpos terrestres; e, sem dúvida, uma é a glória dos celestiais, e outra, a dos terrestres.

Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios, cap. 15:40.

 

Desde a monera

Que só tem uma célula:

Somos eternos.

 

 “Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro,
Ó ser humilde entre os humildes seres.
Embriagado, tonto dos prazeres,
O mundo para ti foi negro e duro.”

 Cruz e Sousa – poeta brasileiro (1861-1898).

 

Desde o mineral

Que nasce na fonte

E ali se esconde

Para sobreviver:

Somos eternos.

 

Desde a semente

Que entra contente

No terreno ventre

E ressurge no vegetal:

Somos eternos.

 

Desde o animal

Que tem a sua cria

E alegre vigia

O seu crescimento:

Somos eternos.

 

Desde o hominal

Que surge afinal

Num corpo de carne

Desce ao vale

E lá se decompõe

Como a Lei Física impõe:

Somos eternos.

 

Desde o Espírito

Que dá o seu grito

No Ventre do CRIADOR INCRIADO:

Somos eternos.

 

Desde os Anjos

Que não se cobrem de panos

Como os seres humanos,

Mas se cobrem de luz:

Somos eternos.

 

 “Atravessaste num silêncio escuro
A vida presa a trágicos deveres
E chegaste ao saber de altos saberes
Tornando-te mais simples e mais puro.”

Cruz e Sousa – poeta brasileiro (1861-1898).

 

Desde os Cristos e os Deuses

Que iluminam os mundos,

Percebemos os profundos

Feitos do SENHOR DEUS.

 

Espíritos todos somos

Porque dispomos

Do Sentido da Vida Eterna.

 

Tudo existe

E na vida persiste

Apenas se renovando

E sempre mudando

A Face dos Universos.

 

Tudo permanece

Porque sempre investe

Numa Permanência

Em qualquer existência

Sempre esteja.

 

A Eternidade é Eterna

E através dela

Todos nós evoluímos.

 

 “Dessas tristezas sem fundo,
sem origens prolongadas,
sem saudades deste mundo,
sem noites, sem alvoradas.”

Cruz e Sousa – poeta brasileiro (1861-1898).

 

Tudo tem a glória

De uma Vida Constante

Que vai adiante

Acompanhando os Grandes Astros

Que deixam os seus rastros

Para os próximos caminhantes.

 

 

 “Junto aos mortos, por certo, a fé ardente 
Não perde a sua viva claridade; 
Cantam as aves do céu na intimidade 
Do coração o mais indiferente.” 

Cruz e Sousa – poeta brasileiro (1861-1898).