A esposa companheira.

Tenho um amigo com quem me dou muito bem, é uma espécie de confidente particular, converso muito com ele sobre assuntos diversos, ultimamente temos conversado algumas vezes sobre família, ele me fala muito de sua vida em geral, mais com frequência, sua situação conjugal, casado a muitos anos, mais de duas décadas, três filhos, netos, mas sinto que lhe falta algo, embora  tente me passar a impressão de que está tudo bem, da última vez que conversamos provoquei de propósito um assunto cujo tema é difícil de ser discutido pela sua complexidade do ponto de vista da definição do termo. “FELICIDADE”, perguntei ao meu amigo se ele era feliz, ele parou um pouco, olhou pra mim tirou o olhar novamente, levantou a cabeça como que olhando para o infinito, voltou a me olhar, baixou a cabeça, sentou e me indagou, como assim? Repeti a pergunta, você é feliz? Ele disse sou, tenho família, filhos, casa, carro para me locomover para onde quiser, tenho emprego quando muitos que precisam não tem, tenho netos (lindos), tenho saúde no momento, amigos, de que mais posso precisar? Eu concordei com sua resposta é verdade, mas uma coisa me deixou encucado ele não mencionou a esposa, perguntei e a esposa? Tudo bem? Ele me fitou o olhar mudou de direção novamente e perguntou, como assim? Aí repeti a pergunta, tudo bem? Ele respondeu, esse é um assunto que não gosto de falar, não tenho esposa, a mulher com quem moro somos casados à mais de duas décadas é a mãe dos meus filhos, somos casados civil e religioso, tenho muito respeito por ela mais não consegui convence-la de ser a minha esposa, talvez o erro esteja em mim, não sei, a verdade é que a única coisa que me falta para ser feliz se é que ela exista mesmo (felicidade), é uma esposa companheira, confidente, cúmplice que me ame e permita que eu a ame. Sobre esse assunto, até tenho importunado um pouco a Deus, pedindo uma esposa companheira e amante, mas ainda não fui atendido, mas não reclamo, afinal, Deus tem me dado tudo que pedi até hoje, mesmo me achando indigno de tanta bondade de Deus, tem coisas que Ele me deu três vezes, a primeira vez eu perdi, pedi e Deus me deu a segunda vez, perdi, pedi de novo e Deus me deu a terceira vez, então acho que até posso dizer que sou feliz. Mas aí fiz mais uma pergunta ao meu amigo, quer dizer que tu queres te separar de tua mulher para casar-se com outra que possua essas características? Aí ele me deu uma resposta que pude entende-lo, ele me disse não, a mulher com essas características, precisa ser a que hoje sou casado com ela e que é a mãe dos meus filhos, Deus não poderia ter dado uma mãe melhor do que ela para os meus filhos, enquanto isso vou vivendo a angústia de não ter uma companheira assim.

       Francisco Alves de Sousa.

       Jornalista / defensor da motivação conjugal