Muita coisa que se aprende na escola hoje estão ligadas com a escola de ontem, mesmo com a chegada da tecnologia.

Me recordo de quando eu era criança e os meus pais sempre diziam “se quiser ser alguém na vida tem que estudar”, então como eu e muitas pessoas da minha geração cresceram associando a escola com emprego, ou seja, ir para escola significa ganhar o seu próprio dinheiro quando se tornasse adulto.

Desta forma as escolas somente repetia o conhecimento que provavelmente seria utilizado para comprar, vender, escrever um bilhete etc.

A educação tradicional considera os alunos como pessoas isoladas do mundo, como recipientes que devem ser “preenchidos” de conteúdos repassados por quem sabe mais, não há aquela trocas de saberes. Esse modelo de educação aplicado nas escolas de ontem tem em síntese o papel de reproduzir e de manter a lógica do sistema, pois adapta os indivíduos ao modelo político-econômico existente.

Em Pedagogia da Autonomia FREIRE diz que “ensinar exige a convicção de que a mudança é possível”, pois caso contrário à educação tradicional perderia o sentido de futuro.

Com as diversas mudanças que a sociedade vêm sofrendo, nós professores devemos refletir sobre o que estamos ensinando e como mediadores entre educando e conhecimento como estamos no portanto frente a realidade que se encontra a sala de aula, acredito que não adianta termos diversas ferramentas de trabalho, tecnologia, recursos disponíveis e sermos leigos no uso desses componentes, pois apesar de estarmos em pleno século XXI e aprendermos os novos métodos de educação ainda continuamos nos comportamos como se estivéssemos dando aula para uma outra sociedade.

É preciso mudar algumas atitudes em relação aos alunos é necessário ter mais aproximação e ensina-los sempre com um olhar na sua realidade. Não somos educadores e educandos objetos da história, mas sujeitos capazes de ao refletir sobre a realidade e buscar a mudança. Para tanto nós educadores tem como tarefa primordial criar condições pedagógicas para que os educandos pensem sobre suas condições de vida, façam a leitura de mundo e reescrevam a sua história.

Então a escola de hoje não é muito diferente de ontem, seu papel principal ainda é formar cidadãos para serem “alguém na vida”, porém o primordial é tornar este cidadão com senso crítico capaz de pensar e criar novas estratégias e fazer novas descobertas para uma sociedade cada vez mais exigente.

Por fim, a educação de hoje, precisa-se de uma escola reflexiva, para rever o seu papel na sociedade, de um professor reflexivo, para que juntos escola e educador possam chegar a uma tomada de ação urgentemente para que os educandos continuem em busca do conhecimento e tendo como parceiros e facilitadores o professor.

“Para mim a questão não é acabar com a escola, mas é mudá-la completamente, é radicalmente fazer com que nasça dela, de um corpo que não mais corresponde à verdade tecnológica do mundo, um novo ser tão atual quanto à tecnologia”. Paulo Freire

Referência Bibliográficas:

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa, São Paulo e Terra, 1996. (Coleção Leitura).