A    Epistemologia de Wilhelm Dilthey.

Dilthey estudou em Berlim formou com 24 anos e logo em seguida foi ensinar na universidade da Basileia, nesse período viveu sob a influencia da ideologia positivista que era comum a Filosofia alemã.

Dirigiu seus estudos na linha de pesquisa psicológica no sentido de entender a história e os movimentos literários.

 Após  lecionar em universidades tais como: Kiel e Bratislava, posteriormente ele ensinou em Berlim, vivendo nessa cidade até a sua morte.

Ele publicou diversas obras entre as principais, o livro a Introdução ao Estudo das Ciências, nesse trabalho magnífico,  procura defender a diferenças dos métodos das Ciências Humanas, particularmente as Ciências do Espírito, com as Ciências da natureza.

Com esse trabalho desenvolveu grandes polêmicas que permanecem aos nossos dias, isso em referência a epistemologia filosófica.

A primeira grande diferença as Ciências do Espírito, tem como objeto o homem e o comportamento humano, sendo que qualquer fenômeno em análise resulta-se do mesmo meio cultural do qual o homem está mergulhado.  

Portanto, para Dilthey é necessário, frente ao mundo e as relações humanas, é fundamental aceitar um entendimento, cuja compreensão vem do próprio interior humano, ou seja, da produção cultural do homem.

Diferentemente, diante do mundo da natureza, ou seja, da Ciência da Natureza, a compreensão é restrita, porque não vem necessariamente do mundo das relações sociais, mas do próprio objeto em análise ou da sua compreensão.

O mundo das Ciências do Espírito, todo entendimento é necessariamente compreendido a partir do sujeito histórico social, percebido por meio da experiência psicológica, e dos condicionamentos da cultura.

A vivência experimental apreende a realidade histórica e condiciona mutuamente sob formas concretas da existência e de seus mecanismos culturais.

Em seus escritos particularmente a respeito dos seus estudos sobre os Fundamentos das Ciências do Espírito e a Teoria das Concepções do Mundo, o que realiza Dilthey, uma análise rigorosa a respeito da Essência da Filosofia e nega por completo a possibilidade de chegar à verdade por meio da metafísica.

Em contrapartida propõe uma Filosofia histórica e relativa à análise dos comportamentos humanos e ao mesmo tempo procura entender as estruturas do mundo no qual vive o homem.

Ataca então a metafísica que sempre pretendia usar da imagem compreensiva da realidade pelo mecanismo da abstração, reduzindo todos os aspectos da realidade a um único princípio de caráter necessariamente absoluto.

Para Dilthey a história e sua mediação cultural são  partes fundamentais do homem e do mundo humano em geral, sendo que sua concepção,  o mundo histórico é constituído naturalmente por pessoas, como unidades psicofísicas.

São elementos fundamentais para o entendimento das Ciências do Espírito, compreender as Ciências do Social é necessário primeiro entender a realidade do histórico social.

 O homem só poderá ser compreendido pela sua própria cultura, entender como as forças do social determinam o modo do homem ser e vice versa.  

Exatamente por esse motivo, que as Ciências do Espírito têm em sua historiografia caráter de individualidade do homem e tende se a uma leitura do particular.

Com efeito, é necessário que a Filosofia entenda as estruturas como forma de análise, o papel do historiador é necessariamente buscar com sabedoria as relações humanas dentro de uma sociedade, compreendendo as diferentes manifestações do mundo cultural.

A Ciência da Natureza é especificamente diferente, estuda se um determinado objeto, a objetividade do mesmo encontra-se nele próprio, sem intermediação de nenhuma ideologia cultural, por exemplo, a análise do exame de DNA.   

    Dilthey quis uma compreensão objetiva e universalmente  dos textos produzidos, entretanto, esse desejo seria descartado por  outras correntes filosóficas, particularmente os estudos de  hermenêutica desenvolvidos por Hans Georg Gadamer.

 Dilthey foi influenciado pela escola hermenêutica romântica cujo fundamento enfatizava o homem no em seu contexto histórico e com sua capacidade de compreensão e penetração ao mundo  cultural e histórico do texto abordado, com o uso da interpretação crítica.

Procurou sempre evitar o dualismo cartesiano, na busca do conhecimento teórico a priori,  combinando psicologia humana com análise histórica do conhecimento social.

Outro  pensador famoso em seu livro: Em verdade e Método, Hans Georg Gadamer, influenciado pelo filósofo  Heidegger, critica veementemente Dilthey.

 Como se o referido tivesse desenvolvido uma epistemologia apenas estética e subjetiva, no meu modo de entender não correspondente com a verdade da sua compreensão.

Ainda o citado pensador entende Dilthey em sua essência como positivista. Para Gadamer a hermenêutica proposta por ele, não estava na sua natureza essencial preocupada com a verdade.

 Como se Dilthey estivesse apenas no desenvolvimento da sua análise preso a um centro, cujo fundamento fosse ligado a uma interpretação dentro naturalmente da  compreensão limitada essencialmente pelo tempo.

Edjar Dias de Vasconcelos.