A educação no Brasil passou por diversas mudanças desde o Período Jesuítico (1549 – 1759) até A Classe Docente no Brasil atual, principalmente nesta última década (desde o início do século XXI). Um grande fator que possibilitou tais mudanças, foi a intensificação da globalização juntamente com o avanço tecnológico assim como o acesso de pessoas de baixa renda ao ensino superior através de programas do governo (Sisu, Prouni e Fies) que possibilitaram maior interação docente-discente proporcionando meios de melhor qualidade, velocidade, armazenagem e veracidade de informações relevantes para a pesquisa científica. Quando se cita “pesquisa científica”, logo vem em mente o ensino superior, onde as mesmas são mais comumente intensificadas e trabalhadas. No entanto, já há muitas escolas de nível médio espalhadas pelo mundo que trabalham a pesquisa com seus alunos. Muitas delas poderiam servir de modelo para que as demais instituições de ensino pudessem engajar-se neste domínio a nível médio e, em um futuro previsível, do mesmo modo, a nível fundamental.

Poderíamos usufruir de umas das melhores educações e sermos modelo para diversos outros países da América, África e até mesmo da Europa, Ásia e Oceania. Temos capacidade financeira para arcar com os custos de equipamentos avançados nas instituições de ensino; gozamos de uma biodiversidade incrível e inigualável, que nos possibilita heterogeneidade de enigmas para análises e/ou explorações para âmbito científico. Sim! O Brasil é um país rico, porém mal administrado. Está aí a chave do problema. O nosso sistema político e os nossos políticos.

O Brasil (governo) diz que está investindo cada vez mais na educação, mas cadê a melhora? A resposta pode ser a seguinte: o governo pode está investindo mais, entretanto ainda investe pouco em relação ao necessário.  Isso é indubitavelmente perceptível. Não se assuste se, ao sair pelas ruas de sua cidade perguntando para alguns jovens quantos deles pretendem ser professor (a) e constatar que poucos/nenhum destes possuem interesse em tal ofício. A profissão de ensinar, passar conhecimento e estimular o discernimento crítico é difícil e ao mesmo tempo desvalorizada. Medicina, Engenharia e Direito, têm chamado muito atenção dos jovens, não apenas pela profissão em si, mas também pelo retorno financeiro que estas lhes proporcionam. A pedagogia tem sindo tratada como outra profissão qualquer, e até mesmo deixada de lado pelos governantes, sem maiores investimentos na disseminação do curso nas universidades brasileiras, sendo que em muitas, o mesmo já deixou de existir. Essa é, lamentavelmente, uma realidade da educação brasileira. É sabido que para haver outras profissões, primeiramente este futuro especialista terá que passar por inúmeros professores, e mesmo assim ainda há tanto descaso. Mas, por quê? Simples. O auto nível de ensino estimula as pessoas a pensarem de maneira crítica e coerente, estimula o senso e interesse pela política e possibilita que estas pessoas tenham conhecimento de seus direitos e deveres quanto cidadãos e proletários. É importante que o aluno queira dedicar o maior tempo que lhe seja possível a atividades de aprendizagem, fazendo uso intensivo dos mais diversos tipos de ensino oferecidos e/ou disponíveis. Isto evidencia que, no final das contas, o aluno é o fator determinante no processo de evolução de uma sociedade, nação ou país. Como diz o provérbio americano: “You can bring the horse to the water, but you cannot make it drink” (É possível levar o cavalo à água, mas não se pode obrigá-lo a beber.). Consequentemente, iria-se exigir uma gestão melhor, mais capacitada e interessada em levar o estado para as primeiras colocações entre os rankings de melhores países em níveis de escolaridade e PIB (Produto Interno Bruto). O governo atual é egocêntrico, atua muitas das vezes em ações fraudulentas. Por isso o medo de se investir tanto em uma instrução qualificada e politizada de sua população. Para aqueles que não possuem perspectivas, já diria Jô Soares: “O material escolar mais barato que existe na praça é o professor”.  A constituição brasileira de 1988 estabelece que “educação é um direito para todos, um dever do Estado e da família”. Todo brasileiro deve estar voltado para educação.

No período de Regime Militar (1964 – 1985), houve um golpe que abortou todas as iniciativas de se revolucionar a pedagogia brasileira, sob um pretexto de que as propostas eram “comunizantes e subversivas”. O regime militar refletiu na educação o caráter antidemocrático de sua proposta ideológica de governo: inúmeros professores foram presos; universidades foram invadidas; estudantes foram encarcerados e calados e a União dos estudantes foi proibida de se pronunciar; ainda houve um decreto que calou a boca de alunos e professores (Decreto-Lei 477). Vivenciou-se momentos difíceis na ditadura militar, foi um grande retrocesso didático. A falta de estrutura, mais falta de qualificação, mais falta de investimentos, resultam em alunos com baixos rendimentos escolares e, de modo consequente, futura nação alienada.

Pôde-se observar melhorias pós Nova República (1986 – 2003) com a constituição, promulgada após um amplo movimento pela redemocratização do país, onde procurou-se inserir inovações e compromissos com a nação, destaque para a universalização do ensino fundamental e erradicação do analfabetismo. A educação é o fator mais fundamental para o desenvolvimento de uma nação. É através dela que pode-se crescer intelectualmente, erguer um país adequado (saúde, segurança, sanidade, lazer, etc.), sustentável, industrializado, com leis mais rigorosas e, principalmente, funcionais.

Ainda há tempo de lutar e garantir qualidade de vida, tanto para nós quanto para o futuro dos nossos filhos e netos. A educação não é encontrada nas prateleiras dos supermercados, mas é a cessão da cultura e conhecimento que recebemos todos os dias, seja na escola ou em casa, sempre estamos sujeitos e aptos para aprender coisas novas. A tecnologia, se usada de maneira adequada, está aí para isso. Nos dias de hoje, a internet encontra-se acessível para praticamente todas as pessoas e regiões do Brasil. Através dela, podemos aprender e tirar dúvidas de onde e quando quisermos. Tal ferramenta é uma grande facilitadora na dispersão do conhecimento artístico, científico, teológico, empírico, filosófico, etc. Estimular o interesse e curiosidade peculiar das pessoas, pela busca de maior mestria, não é apenas dever do professor em sala de aula, este espírito pela busca do saber também é dever do núcleo familiar e alicerce da sociedade como um todo, para tanto, é necessário que haja uma cultura obstinada ali praticada.

  A pedagogia não é mérito de um único ser, mas é o foco de todo docente e de toda a comunidade escolar. Ninguém escapa da educação. Em casa, na igreja ou na escola, estamos sempre sujeitos a novos aprendizados. A educação deve preparar a pessoa para a harmonia, a compreensão, a tolerância e a paz na sociedade. Não percamos o foco, sejamos sempre proativos, dispostos a mudar e lutar por um país melhor, acompanhando, sem ignorância e intolerância, a evolução necessária, fazendo jus ao lema nacional da República Federativa do Brasil: “Ordem e Progresso”.

“Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças” (Leon C. Megginson, 1963).