A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Autor: Herlon da Silva Rezende[1]

Orientadora responsável: Sirney da Silva Rezende Magalhães[2]

Coautores: Joselita Francisca da Silva[3]

Marci de Moraes Artiaga Araujo[4]

Benamares Lemos de Magalhães[5]

Maria Evanize Rondon[6] 

 

Resumo: Este artigo tem por objetivo apresentar reflexões e discussões, onde é abordada a inclusão de crianças com deficiência de zero a cinco anos, nas creches e CMEIs e dos programas de Educação Inclusiva, Educação Infantil e Educação Especial. A inclusão da criança com deficiência face às necessidades especifica de cada unidade de ensino requer a aplicabilidade das políticas educacionais que devem atender e levar em conta as diferenças individuais e as diversas situações para que possa desenvolver uma pedagogia centralizada no ensino e na aprendizagem da criança com deficiência. A escolarização de crianças com deficiência depende do ajuste nos processos de ensino nos primeiros contatos com as unidades acolhedoras para que possa assegurar a autonomia de competências que atenda as necessidades educacionais especiais de cada criança.

Palavra-chave: Inclusão, acessibilidade, socialização.

Abstract

This article aims to present reflections and discussions, where the inclusion of children with disabilities from zero to five years of age is addressed in day care centers and CMEIs and in Inclusive Education, Early Childhood Education and Special Education programs. The inclusion of children with disabilities in view of the specific needs of each teaching unit requires the applicability of educational policies that must meet and take into account individual differences and different situations so that a pedagogy centered on the teaching and learning of children with disabilities can be developed. deficiency. The schooling of children with disabilities depends on the adjustment of the teaching processes in the first contacts with the welcoming units so that it can ensure the autonomy of competences that meets the special educational needs of each child.

 

Keywords: Inclusionaccessibility, socialization.

 

Introdução

A Educação Infantil é o primeiro passo em que a criança tem contato  e experiência com a vida escolar, sendo que na creche, CMEIS e CEIC engloba a fase de 0 a 3 anos e 11 meses. Dessa forma, ela contempla o desenvolvimento integral em todas as suas formas seja no seu aspecto físico, psicológico, intelectual e social. Sendo assim, cabe ao educador através de orientações e estudos propiciar a essa criança um aprendizado que abranja todas as possibilidades de aprendizagem, de forma a respeitar o desenvolvimento de cada um dentro do espaço em que esteja inserida. Desse modo, segundo Vygotsky (1989, p.148 apud HERMIDA, 2007, p. 285).

As experiências e as trocas afetivas são fonte de desenvolvimento. É através da experiência social mediada pelo outro, nas diversas situações de convívio social da qual participa, que a criança aprende parte significativa das ações e conhecimentos necessários para sua inserção no mundo.

 

Nesse sentido, o profissional da Educação Infantil deve criar estímulos para que a criança possa conviver com a diferenças seja religiosa, étnicas, econômicas, física e intelectual, sendo que o alcance da aprendizagem deve ser respeitado pela limitação que cada criança, assim em uma educação baseada nas condições de aprendizagem de cada criança respeitando como pessoas singulares.

 

Histórico da Educação Especial

A necessidade a inclusão de crianças com deficiências nas unidades de ensino tem um forte apelo das mídias e nas chamadas ao acolhimento e respeito à acessibilidade dentro do ambiente escolar para apontar caminhos que efetivem o atendimento como determina a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei 9.394/96.

A história da educação inclusiva no Brasil começa na década de 70, quando algumas escolas passam a aceitar alunos especiais, desde que os mesmos conseguissem se adequar ao plano de ensino da instituição. De acordo com o Ministério da Educação (MEC) no Brasil, o atendimento às pessoas com deficiência começou na época do Império. Nesse período duas instituições foram criadas: o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, em 1854, atual Instituto Benjamin Constant – IBC, e o Instituto dos Surdos Mudos, em 1857, hoje denominado Instituto Nacional da Educação dos Surdos – INES, ambos no Rio de Janeiro.
No início do século XX é fundado o Instituto Pestalozzi (1926), instituição especializada no atendimento às pessoas com deficiência mental; em 1954, é fundada a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE; e, em 1945, é criado o primeiro atendimento educacional especializado às pessoas com superdotação na Sociedade Pestalozzi, por Helena Antipoff. (www.portaleducacao.com.br).

 

Como se estabelece o primeiro contato da unidade escolar com a criança com deficiência?

A inteiração da criança com deficiência no processo de ensino aprendizagem deve ser acolhida com sentimento demonstrado nos primeiros momentos, com carinho e também ter a sensibilidade para que o ato favoreça o desenvolvimento social e educacional da criança com deficiência. Todo convívio depende da relação entre o receptor e o individuo que é acolhido no ambiente adequado e que proporcione os movimentos e a autonomia do mesmo.

As unidades educacionais diante da demanda acolhem a diversidade da deficiência na medida em que levam em conta as barreiras que a sociedade impõe nos momentos de socialização das crianças que necessitam de espaço acolhedor que garanta o mínimo de atenção de sua vida no ambiente educador.

 

Além de ser um direito, a Educação inclusiva é uma resposta inteligente às demandas do mundo contemporâneo. Incentiva uma pedagogia não homogeneizadora e desenvolve competências interpessoais. A sala de aula deveria espelhar a diversidade humana, não escondê-la. Claro que isso gera novas tensões e conflitos, mas também estimula as habilidades morais para a convivência democrática. O resultado final, desfocado pela miopia de alguns, é uma Educação melhor para todos. (MENDES, 2012)

 

Considerando que a educação é um direito de todos e o esforço que as entidades procuram sistematizar a socialização referente às crianças com necessidades educacionais especiais e sendo avaliada em todo processo, exige a capacitação de seus profissionais para o atendimento e acolhimento de crianças que precisam de atenção a dinâmica de inclusão.

Dessa forma no percurso da rotina que a criança passa na unidade educacional requer tal capacitação dos profissionais envolvidos e garanta um ambiente agradável à criança para superação a prática discriminatória que existe ao olhar da sociedade e desperte à unidade acolhedora a superação da lógica de exclusão.

Um avanço na legislação a respeito dos governantes assegura um sistema de educação inclusiva em todos os níveis de ensino e garante um desenvolvimento das crianças com deficiência com atendimento especializado e neste contexto se analisa inúmeras formas de acompanhar a evolução referente às crianças que são público-alvo da educação especial na rede de ensino. Não podemos dizer que um ser humano é igual a outro, naturalmente somos diferentes em diversos aspectos. O educador português, David Rodrigues, ressalta que a igualdade só existe do ponto de vista ético, devido a construção humana em valores e conceito de justiça, assim deparamos com diferenças que teremos que conviver e aprender com elas, pois mesmo no do outro, são vista diferenças na nossa constituição como ser humano.

Em um ambiente de ensino, muitas vezes, o que reconhecemos como diferença nada mais é características que não entendemos como padrões desejáveis para o convívio e com essa visão preconceituosa deturpamos a homogeneidade no agrupamento dos indivíduos. 

Todos têm direito de aprender e estar presente nos momentos de trabalhos em grupos, nos momentos em que as diferenças têm papel fundamental no processo de escolarização e socialização da criança, assim terá êxito tanto na unidade de ensino, quanto no indivíduo que queremos formar como cidadão. 

Um processo de ressignificação no planejamento demanda um estudo e conhecimento das crianças que acolhemos no ambiente escolar, pois as turmas heterogêneas na vista do professor ou do educador ainda causam desconforto na forma lidar, pois a mesma estratégia utilizada para todos certamente encontrará uma barreira ao estar com crianças que necessita de uma atenção especial e para isso é de suma importância também o papel social da Unidade de Ensino, assumindo o desafio de acolher, ensinar compreender as necessidades uns dos outros.

As práticas educacionais hoje desenvolvidas nas Unidades de Ensino promovem a inclusão dos alunos com deficiência e revelam a mudança de paradigma por parte de alguns educadores que eram incorporadas pelas equipes pedagógicas. Os esforços agora partem de todos, tanto nas capacitações como nas redes de apoio educacionais especializadas em atender e formar profissionais da educação especial. Assim o profissional passa a ser o organizador do ambiente, guia e orienta com garantia de aprendizagem no processo de aquisição de saberes e competências.

 

Quais dúvidas recorrentes no atendimento de crianças com deficiências nas unidades de ensino? 

Sem exceção, ao receber uma criança com deficiência, a unidade de ensino também concebe o dever à educação, a acessibilidade que garanta a plena participação nos processos educacionais. Esse acolher parte do pressuposto de que ao ensinar devemos dar o direito à educação a todos e compreendermos que a deficiência está em qualquer sociedade e que muitas vezes as barreiras são colocadas pelo próprio meio social.

Somos todos diferentes e seres únicos. Podemos dizer assim que ninguém é normal e que não podemos generalizar a inteligência. A criança com deficiência é diferente, como todos os outros. Mais é importante ressaltar que na relação de convivência diária a diferença está presente nos valores que cada criança com deficiência apresenta e que devem ser reconhecidas nas atividades diárias.

É de suma importância que a inclusão da criança com deficiência aconteça na Educação Infantil e que o local na qual a receba tenha respeito a diversidade, pois é na primeira infância o lócus excepcional, começo de tudo, ao qual devemos praticar a verdadeira educação emancipadora. A creche para a criança com deficiência deve ser um espaço de inteiração e socialização com a equipe de profissionais da educação e tem que ser uma ralação de precisa sensibilização no contato, um crescimento de forma humanizada e respeito às diferenças, para que não se sintam frustradas. Ao profissional será mais importante se apropriar e começar a lidar de modo diferente com a comunicação, através dos gestos, das palavras, das emoções e também pela afetividade, para que algumas expressões como: Pedagogia Curativa ou terapêutica, Pedagogia da Assistência Social, Pedagogia de Anormais sejam utilizadas a despeito de sua impropriedade (MAZZOTA, 2001, p. 17 apud DRAGO, 2011, p. 61).

Não estamos mais isolados, desenvolvemos um trabalho consciente, em uma perspectiva de mudança, a partir das Leis de Diretrizes de Bases 4024/61 que trata do atendimento ao deficiente dentro do possível na educação regular até a legislação vigente sobre as pessoas com deficiência. A mudança de cultura e de organização da unidade de ensino deve assegurar o acesso e participação para todos e não colocar a inclusão como forma de segregação, mas criar um ambiente que possam desfrutar o acesso proposto no currículo. O Estadão.Edu, em sua página com a temática - O Currículo Escolar como Instrumento de Inclusão escolar – blog dos Colégios de 29 de julho de 2015 coloca que: “”[...] Quando deixamos de ouvir os educandos e desconsideramos suas necessidades, quando nos esquivamos de conhecer verdadeiramente suas histórias e nos afastamos do contato com suas realidades, certamente os colocamos num leito “padrão”, sem respeito por diferenças individuais ou circunstâncias especiais, pois tentamos, ainda que, de maneira inconsciente, ajustá-los às nossas necessidades, a supostos saberes, lhes lançamos desafios para os quais ainda não estão prontos e esvaziamos a aprendizagem significativa”.

Já na segunda metade do século XIX surgem no Brasil as creches, com fins de atender ao abandono, a desnutrição e mortalidade infantil. Assim concebida no campo filantrópico. Nos dias atuais, estudos preliminares já apontam que a educação de crianças com deficiência, é possível, mas não se trata de um processo simples, porém “dúvidas em relação ao que representa a inclusão são enormes no meio acadêmico e prático” (DRAGO, 2011). Assim a família da criança com deficiência precisa acreditar nas unidades de ensino, nos benefícios da inclusão e no caminho educacional que ela terá, atendendo seus direitos já estabelecidos em lei. Sabemos que o número de Creches e CMEIs ainda são insignificantes, porém as que temos procura atender as Diretrizes Nacionais, aplicando a realização de atividades e avaliações diferenciadas, verificando o quanto cada aluno consegue evoluir durante o processo e o período em que desempenha as atividades propostas e isso inclui todas as crianças e não apenas aquelas com deficiências.

 

Considerações finais

As teorias e publicações estudadas durante o percurso da pesquisa foram de suma importância para a realização e desenvolvimento do artigo, ao qual proporcionou e oportunizou uma relação de enfrentamento as diversidades da formação profissional e das barreiras que o profissional depara na melhoria de qualidade de atendimento a criança com deficiência. A finalidade da escolha da temática A Educação Inclusão na Educação Infantil parte da necessidade de estarmos preparados para receber as crianças com deficiências e saber lidar com situações que envolvem sentimentos e expectativas de um ambiente favorável ao desenvolvimento da criança, consequentemente rever no planejamento maneiras de contemplar recursos e materiais que possam atender as especificidades de qualquer criança com deficiência. Na perspectiva do processo de inclusão, surgem barreiras e fatores que excluem a criança com deficiência ao qual devemos trilhar um caminho diferente e mergulhar em experiências inclusivas positivas com o compromisso de ajudar e respeitar as diversidades do ser humano. 

 

Referências Bibliográficas

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. 2. ed. Atualizada. Secretaria de Educação Especial. Brasília: MEC/SEESP, 2002.

CARVALHO, M. P. R; DENARI, F. E, Educação especial: diversidade de olhares. São Carlos: Ed. Pedro & João, 2006.

Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Inclusão: revista da educação especial. v.04, nº 1, Brasília: jan./jun. 2008.

DRAGO, Rogério. Inclusão na Educação Infantil. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2011.

AROEIRA, Maria Luisa Campos. Projetos para a educação infantil. Belo Horizonte: Dimensão, 2004.

BUSATTO, Cléo. Contar e encantar: Pequenos segredos da narrativa. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.

   ENSINO, D. G. (2019). ESCOLA CUIABANA. CUIABÁ: PRINT GRÁFICA E EDITORA. 

 

[1] Graduação em Licenciatura Plena com habilitação em Matemática, Especialização em Jogos Matemáticos na Educação Infantil, e-mail: [email protected]

[2] Graduação em Pedagogia na Educação Infantil, Especialização Educação Infantil , e-mail : [email protected]

[3] Graduação Licenciatura em Pedagogia/Educação Infantil, Especialização em docência na Educação Infantil, e-mail: [email protected]

[4] Graduação Licenciatura em Pedagogia, Especialização Psicopedagogia, Educação Infantil e Especial, e-mail: [email protected]

[5] Graduação Licenciatura Plena em Geografia, Especialização em Educação Infantil e Especial, e-mail: [email protected]

[6] Graduação em Pedagogia/Educação Infantil, Especialização Educação Infantil, e-mail: [email protected]