A Educação Inclusiva como Política de Direitos Humanos
Por genice frederes | 30/01/2009 | ResumosConforme a Declaração Universal de Direitos
Humanos de 1948, todos têm o direito pleno à
Educação, e renovados estes direitos pela
Conferência Mundial sobre Educação para
Todos, de 1990, garantindo esse direito a todos, independentemente de
suas diferenças particulares, no contexto amplo da
globalização neoliberal, pensando a
Educação como uma prática
política e dialógica. O modelo de
inclusão escolar em curso atualmente nos leva a refletir
sobre os limites e contradições
teóricas dos Estudos de Surdos e sobre a perspectiva
bilíngüe e intercultural como possibilidade de
superar as dificuldades e contradições do atual
modelo de Educação inclusiva.
O mundo caminha
para a construção de uma sociedade cada vez mais
inclusiva, apesar dos resultados ainda serem pequenos, porém
crescentes e animadores. Cada vez mais pessoas desejam conhecer e
aplicar a filosofia e a metodologia da inclusão escolar.
Ensino este que exige uma terminalidade específica para
aqueles com diferentes necessidades, capacidades e níveis de
desenvolvimento individuais. Respeitando assim as diferenças
que limita o indivíduo, seja na
restrição física, mental ou sensorial,
de natureza permanente ou transitória em suas atividades
essenciais da vida diária, causada pelo ambiente
econômico e social. Para que a inclusão seja bem
sucedida, as diferenças dos alunos devem ser reconhecidas
como um recurso positivo, livre, abundante e renovável,
depois capitalizadas para fornecer oportunidades de aprendizagem para
todos. Trabalho em equipe e cooperação com outros
membros da comunidade escolar deve servir não só
como elemento de aprendizagem, mas como objetivo educacional. Tendo por
base as necessidades dos alunos, os currículos padronizados
e materiais impostos pelo sistema, estão por
definição, em direção
oposta ao trabalho efetivo de inclusão.
Uma
organização curricular flexível, com
reclassificação e peculiaridades locais se faz
necessária, com uma pedagogia centralizada, uma
avaliação digna que possibilite o acesso
à herança cultural, a fim de possibilitar a
articulação de diferentes culturas produzidas nas
sociedades contemporâneas. Analisados todos esses aspectos,
segundo Skliar e Candau, ao invés das propostas
pedagógicas partirem dos problemas dos surdos,
problematizariam as dificuldades dos ouvintes com uma
educação bilíngüe,
possibilitando um maior diálogo entre os dois grupos com uma
perspectiva intercultural, levando em
consideração as condições
educativas e os fatores políticos e ideológicos
presentes em cada indivíduo, comprometendo assim a todos e
não a um grupo específico. Para que ocorra a
implementação de uma
educação intercultural, mudanças
urgentes devem acontecer no cotidiano escolar, entre elas a
formação de professores com
habilitação em cultura indígena,
Língua de Sinais, de Português e de
intérpretes de Libras. A participação
de pessoas surdas na elaboração de pesquisas
sobre a educação de surdos, de
gramática, da elaboração de projetos
de ensino, com vistas á reflexão sobre o ensino
da Língua Portuguesa como segunda língua e o
papel da Língua de Sinais nesse processo.
Demagogia ou
não, acredito que é responsabilidade de todos
estimularem a mudança nas escolas, nas salas de aula, e
sistemas que podem nos levar na direção de
oportunidades educacionais inclusivas, na criação
de políticas públicas acessíveis ao
encorajamento contínuo de aprendizado entre todos os membros
da sociedade.