1 INTRODUÇÃO

No que diz respeito à educação ambiental, entende-se que a mesma está ligada aos processos em quais os indivíduos passam a conhecer sobre valores, conhecimentos, conservação do meio ambiente. Para isso é necessário promover ações educativas para a comunidade escolar, assim como para a sociedade em geral para que as mesmas possam compreender o verdadeiro sentido de se trabalhar a educação ambiental nas escolas de rede pública.
Afinal entende-se que as questões ambientais emergem desde o final das décadas de 60 e 70, quando começaram a discutir e a compartilhar as ações e as causas de destruições para com o meio ambiente, com base nesses critérios se faz necessário um estudo de caso mais aprofundado de como as instituições de ensino de rede pública está lidando com as questões de educação ambiental.
Pautada na busca por soluções a escola tem como papel primordial sensibilizar os lunos e comunidade para que os mesmos vivam com harmonia, não poluindo, não desmatando e preservando a fauna e a flora da sua região e assim compreender a sua importância para o mundo.
A preocupação de discutir as ideias relacionadas à educação ambiental se tornou bastante importante a partir das últimas décadas, para melhor destacar pode-se compreender as ações dos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) que traz uma reflexão de como trabalhar a educação ambiental nas escolas, além dos temas transversais que são incluídos na educação básica e que não se restringem apenas ao meio ambiente, como também a saúde, orientação sexual e entre outros. Porém a maioria das escolas trabalha a educação ambiental de forma isolada com as datas comemorativas, no entanto a proposta é promover certa interação com a interdisciplinaridade, além de ser uma boa forma de conscientizar a comunidade escolar, seja ele educador ou educando.
A iniciativa de se trabalhar esse tema surgiu da necessidade vista a partir de ações dos professores de escolas públicas com relação à preservação do meio ambiente, que muitas das vezes os mesmos se sentem vazios para comentar algo sobre o tema proposto, esquecendo um pouco o que se tem por detrás da EA (Educação Ambiental) que são valores, atitudes e comportamentos. Nesse contexto os dados coletados nesse projeto serão analisados mediante uma pesquisa quantitativa utilizando como principal objetivo analisar como os educadores e comunidade escolar trabalham a educação ambiental num contexto de interdisciplinaridade.

II- História da Educação Ambiental

A educação ambiental vista nos anos 60 apenas como a disciplina que se trata da ecologia sofreu importantes mudanças no contexto atual, passou a atender outras esferas e não se limitar apenas as questões ambientais, mas também as questões sociais e políticas. Sendo assim na década de 70 o Conselho para o EA (Educação ambiental) fazia o seguinte alerta por meio de um relatório:
Pessoas diferentes atribuem diversos significados [à EA], e também muitos que usam o termo não tem certeza do que querem dizer. Parte da confusão emerge da tendência de ministrantes de diversas disciplinas em que se apropriam do termo "ambiental" para a sua área, qual seja ecologia, geografia, história, arqueologia e outros estudos. Alguns pensam exclusivamente em termos ambientais naturais, outros apenas ambientes urbanos ou em qualquer estágio de ambiente construído. (WHEELER, 1975, p.10)

Essa mesma educação ambiental era limitada, e foi a partir da década de 60 na Inglaterra que surgiu a ideia de impor a Educação Ambiental como algo importante para a inserção da cidadania. Foi no ano de 1972 que começou surgir os principais eventos ligados a Educação Ambiental, como pode ser citada a "Conferência da ONU sobre o Ambiente Humano", (ou Conferência de Estocolmo), que aconteceu na Suécia e teve como objetivo conhecer as ações ambientais e promover medidas de preservação. Assim como a Conferência de Estocolmo, outras conferências vieram a acontecer em todo o mudo, dentre esses eventos em muitos desses países surgiu documentos que pudessem contribuir para a melhoria das questões ambientais. Afinal nessa mesma época surge a ideia de tentar recuperar o problema das questões ambientais, que só eram as áreas poluídas e os animais em extinção.
A Agenda 21 propõe dentre todas as ações retratadas as questões ambientais, também o combate à pobreza e a fome, a criação de uma política ambiental que possa estar voltada a preservação do meio ambiente, bem como a proteção dos recursos naturais. Além da agenda 21, pode ser citada a Conferência em Tbilisi, o Rio-92, além de outros eventos que tinham como objetivo o mesmo, desenvolver uma percepção de consciência ambiental para a sociedade atual.
Partindo desse pressuposto pode-se entender que a EA está amparada pela legislação podendo assim promover certa interação entre meio e escola, segue assim os dois primeiros artigos que integram a educação ambiental, segunda a lei 9.795 de abril de 1999:

Art. 1.º Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

Art. 2.º A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal.

Diante das questões que norteiam a busca por soluções para os problemas ambientais as escolas juntamente com a sociedade tendem a desenvolver técnicas e práticas que visam amenizar os impactos causados pelo uso irracional dos recursos naturais realizando assim promoções que possam estar contribuindo para a preservação do meio ambiente, bem como promovendo uma sociedade a ser considerada sustentável. Pois a educação ambiental deve estar pautada como instrumento importante para a gestão e a visão de desenvolvimento sustentável, afinal o processo de degradação atualmente reflete aos hábitos da moderna sociedade partindo assim do seu exacerbado consumo.

E para compreender como o individuo se relaciona com esses recursos naturais é preciso destacar como o mesmo usufrui, apresentando assim os padrões no que se refere ao desenvolvimento:

 Subconsumo: típico de países em desenvolvimento, onde os países apresentam baixa renda. Não apresentam nenhum tipo de preocupação com a questão ambiental.

 Consumo Sustentável: padrão típico de países desenvolvidos, onde a população se preocupa em consumir de maneira adequada, selecionando assim os produtos que menos agridem o meio ambiente.

Para VASCONCELLOS (1997), a presença, em todas as práticas educativas, da reflexão sobre as relações dos seres entre si, do ser humano com ele mesmo e do ser humano com seus semelhantes é condição imprescindível para que a Educação Ambiental ocorra.
Seguindo os critérios apresentados por Vasconcellos às escolas são as principais fontes que podem trabalhar a educação ambiental de uma maneira mais ampla, mais contextualizada, apresentando atividades para ser desenvolvidas nas salas de aula, assim como elaboração de projetos para ser discutidos com a comunidade, afinal é de fundamental importância que o aluno apresente no ambiente onde vive ações que ele costuma fazer na escola em prol da defesa do meio ambiente.
As escolas públicas no contexto de se trabalhar a educação ambiental deverá sensibilizar pais, alunos e professores a buscar valores ligados à ética, a cidadania, trabalhar as fontes de energias, bem como os recursos naturais e apresentar que os mesmos não estarão aqui para sempre, que precisam de cuidados assim como qualquer outra coisa, ter clareza que nossa natureza é de fundamental importância e que sem ela jamais conseguiríamos sobreviver.

SOUZA (2000) afirma, inclusive, que o estreitamento das relações intra e extraescolar é bastante útil na conservação do ambiente, principalmente o ambiente da escola.
Visando esses critérios a inserção da educação ambiental nas escolas públicas visa à melhoria na qualidade de vida dos educadores e dos educandos, na forma de que os mesmos possam desenvolver ações para compreender os possíveis problemas do mundo contemporâneo, transformando o seu espaço, reivindicando seus direitos enquanto cidadão e promovendo a cidadania.

Segundo o Tratado de Educação Ambiental para Sociedade Sustentável e Responsabilidade Global,
" a educação ambiental é individual e coletiva. Tem o proposito de formar cidadãos com consciência local e planetária que respeitem a autodeterminação dos povos e a soberania das nações. A educação ambiental não é neutra, mas ideológica. É um ato politico, baseado em valores para a transformação social [...] Deve estimular a solidariedade, a igualdade e o respeito aos direitos humanos, valendo-se de estratégias democráticas e da interação entre as culturas."

Além desses conceitos pode-se compreender que quando se trabalha a educação ambiental precisa envolver a interdisciplinaridade fazendo assim um elo de comparativo das questões ambientais com as disciplinas propostas. Pois a interdisciplinaridade está acima de ações isoladas, não trabalhando apenas na ciência ou na geografia, a mesma deve ser vista como principio de exploração para que possa estar extraindo muitos conceitos e muitas ações de como se trabalhar a educação ambiental nas escolas públicas.
Partindo do pressuposto da educação ambiental ser inserida nas escolas públicas brasileira em especial em Simão Dias se dá pela dedicação, formação de professores, funcionários e comunidade em geral, para que juntos possam promover ações de mudanças de comportamentos quando o assunto é questões ambientais, além dessas mudanças também devem existir equipamentos para que possam estar desenvolvendo situações para ser trabalhada na comunidade.

Para que assim possam ser desenvolvidos também alguns princípios gerais que gere a educação ambiental:

 Sensibilização
 Compreensão
 Responsabilidade
 Competência
 Cidadania

Agindo assim as escolas segundo (ANDRADE 2000) deve posicionar-se "por um processo de implementação que não seja hierárquico, agressivo, competitivo e exclusivista, mas que seja levado adiante fundamentado pela cooperação, participação e pela geração de autonomia dos atores envolvidos". Envolvendo toda a comunidade nos seus projetos que possam a vir a beneficiar a escola, a comunidade e principalmente o meio ambiente.

III-Referências bibliográficas

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: ambiente e saúde. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, 1997.

ARLINDO, Philippi Jr; Maria Cecilia Focesi Pelicioni, editores ? Barueri, SP: Manole, 2005. (Coleção Ambiental)

SEIFFERT, Mari Elizabete Bernadini. Gestão Ambiental: instrumentos, esferas de ação e educação ambiental. São Paulo: Atlas, 2007.

FAJARDO, Elias. Ecologia e Cidadania: se cada um fizer a sua parte... Rio de Janeiro/ Senac Nacional, 2006. 160 p.

MELLOWS, apoud DIAS, Genebaldo Freire Dias. Educação Ambiental: Princípios e práticas.

Caderno de Educação Ambiental: Diretrizes de sustentabilidade.

SEGURA, Denise de Souza Baena. Educação ambiental na escola pública: da curiosidade ingênua à consciência crítica. São Paulo: Fapesp, 2001.