Ludmilla Paniago Nogueira

Neide Figueiredo de Souza

Tatiane Gil

           O Ato de educar é político e como tal é permeado de intencionalidade que estará em consonância com os conhecimentos  e a postura do educador do  mediante a realidade que o cerca. Nesse contexto cabe ao professor  refletir se sua práxis está contribuindo para a  transformação do contexto social vigente. Na obra Imagens Quebradas Miguel Arroio chama a atenção sobre a importância de uma educação que torne o ser humano, mais humano que o considere na sua totalidade numa perspectiva holística ,que o ato de educar vá além da visão conteudista, que a nossa pratica contribua para a humanização do ensino. Analisando as políticas públicas vigentes é nítida a tendência neoliberal que por sua vez conduz para uma educação que visa a formação para o mercado de trabalho ,perdendo assim a essência do ideal de educar numa perspectiva emancipatória e problematizante  que contribua para que o educando tenha visão critica e autonomia para se posicionar diante os desafios da vida sendo capaz sendo capaz de mudar uma realidade de submissão e opressão diante do sistema .

            Paulo Freire na sua obra Pedagogia da Esperança pontua a importância sem que represente o ato de espera ,uma vez que que a esperança sem atitude de nada adianta ,requer uma visão crítica, questionadora e reflexiva a cerca da realidade de forma que não sejamos vitimas do cansaço existencial que gera desânimo e a descrença diante dos desafios .Que a nossa pratica enquanto educadores não seja ingênua e nem tão pouco astuta ,mas direcionada para a inquietação  e o questionamento dos nossos alunos enquanto agentes da sua história e cidadão capazes de modificar o contexto político e econômico  ,pois é na escola que que se inicia as grandes mudanças que urge na nossa sociedade .    Nesse contexto em que os proibidos de ser são convidados a esperar com paciência, cabe ao professor não fazer da esperança uma esperança, posicionar com criticidade, fazendo que sua pratica contribua para que essas mudanças tão oportunas e necessárias.

            Paulo Freire em sua obra A importância do ato de ler, afirma que a leitura de mundo precede a leitura da palavra, e enfatiza o quanto é importante o cidadão ser um leitor crítico que saiba ler as entrelinhas  ,pois segundo ele nenhum tema é apenas o que aparece na forma linguística que o expressa ,há sempre algo mais oculto e mais profundo. Sabemos que é ainda um grande desafio para o professor despertar no seu aluno o gosto pela leitura ,seja ela deleite ou para fins pedagógicos de quais meios o professor deve lançar mão para efetivar o gosto pela leitura e formar leitores críticos .Sabemos que a oralidade antecede a escrita .que os nossos primórdios faziam uso da contação de histórias para manter viva sua cultura ,não seria uma possibilidade a contação de história como ferramenta para a formação de leitores? A oralidade usada de forma lúdica e atrativa e desperte no aluno o interesse pelo manuseio dos livros e assim aprimore o gosto pelo ato de ler.

            Como docente da Educação Infantil percebo o quanto é interessante para esse público ouvir as narrativas de histórias. Vamos investir na contação de história e assim inserir a nossa criança no mundo letrado.

ARROYO, Miguel G. Imagens quebradas: trajetórias e tempos de alunos e mestres. Editora Vozes, 2004.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. In: A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo, CORTEZ EDITORA/ AUTORES ASSOCIADOS, 51º edição. 2011.