A doença gera doença
Joacir Soares d?Abadia

A doença. Ela perfaz a fraqueza humana? Na doença a vida ganha sentido. Sofrer sabendo que sofre é humano. Só o homem tem consciência de sua enfermidade.
Não é fraqueza humana a doença. A fraqueza humana é a manifestação do exercício de sua capacidade racional; é, não somente! A fraqueza humana é todo o utensílio que o homem cria para lhe manter vivo.
A grandeza do homem é sua racionalidade? Jamais! Não pode excluir sua existência. Porque o homem existindo é que pode utilizar de sua racionalidade.
O que é a doença, então?
É uma pausa. Não o fim. É uma pausa para o fim. Um descanso para o corpo e um remédio para a alma. Ela é o que não existe sem sua manifestação. Enquanto a pessoa não descobre que está enferma ela não estará enferma? O certo é que sua doença não foi manifesta.
O descobrir a doença gera doença. A partir daí a pessoa cai enferma. Ela se vê em uma pausa, a qual lhe indica uma aproximação do fim. Temerosa, se reconhece frágil; sem alento. Entregue a si mesma. Desprotegida!
Com isso, olhando para sua força esgotada, depara-se necessita. Não mais de ver despontar sua grandeza, até porque neste momento ela também se mostra como que limitada ao simples refletir a respeito do presente, antes precisa ganhar forças definitivas, capazes de lhe dar esperança. Ela recorda-se de Deus, sua única esperança. Sente-se protegida e esperançosa da saúde. Isso porque a doença dá a Deus para a pessoa enferma.