A DOENÇA CELÍACA NO ORGANISMO HUMANO

 

Shirley Marinho dos Santos1,3

Lorrany Pessoa Feitosa Caracas1

Juscimária da Silva Aguiar1

Graciara Oliveira Benício1

Zilmar Timóteo Soares²

INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DO SUL DO MARANHÃO

RESUMO

 

Doença Celíaca é classificada como uma alergia alimentar, causada pela intolerância ao glúten; uma proteína presente em alimentos como o trigo, cevada, centeio e derivados. Que, ocasiona a disfunção no sistema trato gastrointestinal, provocando inflamações no mesmo.Esse trabalho teve como finalidade identificar e esclarecer a disfunção do trato gastrointestinal diante da doença celíaca. Através de revisões bibliográficas; das publicações sobre o assunto em estudo, leituras, pesquisas em artigos [sites]com aproveitamento dos dados pertinentes. A partir dos estudos realizados acerca da doença celíaca popularmente conhecida como “intolerância ao glúten”, viu-se que o glúten é definido como uma espécie de proteína encontrada em alimentos como o trigo, a cevada, a aveia, o centeio e seus derivados. Ao ser diagnosticada a doença pelo gastroenterologista, o paciente deverá buscar auxílio de um nutricionista, o qual irá orientá-lo na exclusão total de alimentos que contenham o glúten, substituindo estes por outros que compensem essa perda nutricional. Segundo pesquisas a doença celíaca é incurável. Diante disso, o paciente que contém essa intolerância deve manter-se atento a sua alimentação, observando as rotulagens dos alimentos, para que informações como a presença de glúten, não passe despercebida.Salienta-se também, que o portador dessa doença deve ter um grau de conhecimento tanto a respeito da mesma, como de seu tratamento, retirando assim o glúten total de sua alimentaçãopara não haver agravamentona situação do portador da doença, tendo assim a substituição dos alimentos que contenha-o poroutros que lhe forneçam o mesmo teor nutricional na alimentação.

Palavras-chave: Alimentação,Equilíbrio Homeostático, Substituição, Observação

¹.Acadêmicas do curso de Nutrição do IESMA/UNISULMA

².Prof. Dr. em Educação do curso de Nutrição do IESMA/UNISULMA

³[email protected]

 

INTRODUÇÃO

O sistema digestório funciona auxiliando na homeostasia, decompondo alimentos em formas que são absorvidas e usadas pela célula do corpo. E, age também na absorção de água, vitaminas e minerais, e elimina resíduos do corpo(TORTORA, 2014, p.915).

Os alimentos ingeridos pelo organismo humano possuem uma variedade de nutrientes que são utilizados na formação de novos tecidos corporais e reparação de tecidos danificados. O alimento também exerce função vital para a vida, por que é através dele que se obtém a única fonte de energia ATP (TORTORA, 2014, p.915). Os alimentos possuem moléculas, as quais as células não são capazes de absorver diretamente, devido a sua complexidade, portanto necessitam ser hidrolisadas por enzimas, processo esse conhecido como digestão. A digestão química é a etapa essencial, que é facilitada quando os alimentos são previamente triturados e fragmentados pela digestão mecânica A digestão pode ser intracelular ocorrendo somente dentro da célula e extracelular ocorrendo totalmente fora da célula (UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA).

Os órgãos acessórios da digestão incluem dentes, língua (que entram em contato direto com o alimento), e glândulas salivares, fígado, vesícula biliar e pâncreas, (onde os mesmos nunca entram em contato direto com o alimento)(TORTORA, 2014, p. 916).

O sistema digestório de uma pessoa saudável realiza seis processos básicos e essenciais por meio da ingestão, secreção, mistura e propulsão, digestão, absorção e defecação (TORTORA, 2014, p. 915-916).

O trajeto percorrido pelo alimento ao longo do trato gastrointestinal, possui uma frequência repetitiva, na qual o alimento ingerindo é levado desde a ingestão até o momento que é expelido. Quando ocorre o mau funcionamento de alguns de seus órgãos, o sistema digestório sofre danos acarretando no desequilíbrio homeostático, fator provocado por doenças comuns nesse meio como adoença celíaca.

Esse trabalho teve como finalidade identificar e esclarecer a disfunção do trato gastrointestinal diante da doença celíaca.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 

 

1.1            Glúten definido nos alimentos

 

 

Glúten é o termo usado para designar uma fração proteica, presente em alguns cereais, que se caracteriza por apresentar uma grande quantidade dos aminoácidos prolina e glutamina (WOODWARD, 2010). No trigo, o glúten é composto basicamente pelas proteínas gliadina e glutenina. Centeio e cevada contêm proteínas similares, que recebem os nomes de secalina e hordeína, respectivamente (BRIANI; SAMAROO, 2008); na aveia, está presente a avenina, cuja toxicidade é ainda controversa (WOODWARD apud BENASSI, 2010, 2013, p. 13).

“O glúten é uma proteína encontrada no trigo, aveia, cevada, centeio e malte de cereais. Esses alimentos, por serem fontes de glúten, comumente causam reações alérgicas em um grande número de indivíduos” (MUNDO VERDE, 2013, p. 01).

Atenção ao rótulo de produtos industrializados em geral. A lei federal nº 10674, de 2003, determina que todas as empresas que produzem alimentos precisam INFORMAR obrigatoriamente em seus rótulos se aquele produto “CONTÉM GLÚTEN” ou "NÃO CONTÉM GLÚTEN" (INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE DOENÇA CELÍACA).

1.2          Intolerância ao Glúten

 

 

Segundo SILVA e FURLANETTO (2010, p. 122) à doença celíaca (DC) é uma intolerância à ingestão de glúten em indivíduos geneticamente predispostos, caracterizada por um processo inflamatório que envolve a mucosa do intestino delgado, levando a atrofia das vilosidades intestinais, má absorção e uma variedade de manifestações clínicas. As proteínas do glúten são relativamente resistentes às enzimas digestivas, resultando em derivados peptídeos que podem levar à resposta imunogênica em pacientes com DC.

Doenças humanas relacionadas à exposição ao glúten, são mediadas principalmente pelo sistema imune adaptativo: alergia ao trigo e doença celíaca. Ambas as condições são mediadas por ativação das células T na mucosa intestinal (OSTBLOM apud APRIGIO, et Al., 2008; 2014, p.10)

“A intolerância ao glúten pode se manifestar em qualquer idade, em ambos os sexos. Em crianças, geralmente entre o primeiro e o segundo ano de vida, na forma clássica” (FEDERAÇÃO NACIONAL DAS ASSOCIAÇÕES DE CELÍACOS DO BRASIL, 2010, p. 10).

 

1.3         Diagnóstico e tratamento ao Glúten

Para CAPPELLANES e MOREIRA (2009-2010) a Doença Celíaca pode-se apresentar de várias formas clínicas, incluindo uma síndrome típica de mal absorção com diarreia crônica, distensão abdominal, perda de peso e um espectro de sintomas, que potencialmente podem afetar qualquer órgão ou sistema do organismo. Três formas de apresentação clínica da doença celíaca são reconhecidas: clássica ou típica, não clássica ou atípica, e assintomática ou silenciosa.

“A fisiopatologia da doença celíaca envolve uma complexa interação entre o glúten, a suscetibilidade genética do hospedeiro e o seu sistema imunitário. Em indivíduos predispostos, o glúten e peptídeos derivados da sua degradação desencadeiam uma resposta imunitária que pode ser do tipo inata e/ou do tipo adaptativa, levando à lesão da mucosa do intestino delgado” (TEIXEIRA, 2012. p.07).

     O tratamento da DC é basicamente dietético e baseia-se na exclusão do glúten da dieta, durante toda a vida, tanto dos indivíduos sintomáticos, quanto assintomáticos, devendo atender às necessidades nutricionais do paciente de acordo com a idade. O glúten poderá ser substituído pelo milho (farinha de milho, amido de milho, fubá), arroz (farinha de arroz), batata (fécula de batata), e mandioca (farinha de mandioca e polvilho).Retirando-se o glúten da dieta, a resposta clínica é rápida, havendo desaparecimento dos sintomas gastrintestinais com restauração da morfologia normal da mucosa, dentro de dias ou semanas. (SILVA, ALMEIDA, AZEVEDO, GRÉGIO, MACHADO e LIMA, 2006, p. 403).

“Quanto maior o grau de conhecimento da doença e de seu tratamento, maior a obediência à dieta desprovida de glúten” (NASCIMENTO, BARBOSA e TAKEITI, 2012, p. 60).

 

 

METODOLOGIA

Esse trabalho foi realizado acerca de uma revisão bibliográfica, que consiste no recolher e armazenamento de elementos, através das publicações sobre o assunto em estudo, fazendo uma seleção, leitura e aproveitamento dos dados pertinentes. Uma vez que este teve o intuito de investigar doenças do sistema digestivo, voltada pela má absorção dos alimentos.

Dessa forma, foi preferível a realização de várias pesquisas, através de literaturas e artigos científicos, tendo assim, uma investigação mais específica e detalhada. Levando em consideração o objetivo do estudo, houve a seleção de artigos e livros-textos acadêmicos, para uso no desenvolvimento dos conteúdos a respeito do sistema digestivo e doenças que o afeta, devido à má absorção dos alimentos.

Com a investigação na literatura, os artigos foram selecionados a partir da leitura dos títulos e resumos, dando foco apenas aos que apresentavam relação com a temática do trabalho. Após a seleção dos artigos, seguiu-se pela leitura dos mesmos, enfatizando os conceitos e aspectos significativos para a construção do estudo.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

 

Através das pesquisas e estudos realizados acerca da doença celíaca popularmente conhecida como “intolerância ao glúten”, viu-se que o glúten é definido como uma espécie de proteína encontrada em alimentos como o trigo, a cevada, a aveia, o centeio e seus derivados. Os alimentos que contém essa proteína, quando ingeridos podem causar disfunções no organismo humano, se não houver a enzima específica disponível para a quebra das moléculas dessa proteína, ocasionando em inflamação intestinal levando a diarreias, inchaço da parede abdominal e náuseas em casos mais extremos.

Sendo diagnosticada a doença pelo gastroenterologista,o paciente deve buscar auxílio de um nutricionista, o qual irá orienta-lo a exclusão total de alimentos que contenham o glúten em sua composição, substituindo estes por outros que compensem essa perda nutricional.

Segundo pesquisas a doença celíaca é incurável. Portanto o paciente que contém essa intolerância deve manter-se atento a sua alimentação, observando principalmente a rotulagem dos alimentos,como os industrializados, para que informações de tal importância como esta, não passe despercebida, agravando ainda mais na situação do portador da intolerância ao glúten.

 

CONCLUSÃO

Diante das pesquisas direcionadas à doença celíaca, foi observado que a o portador dessa doença deve fazer uma exclusão do trigo, e também de alimentos que possuem glúten, como centeio, aveia, cevada e malte da dieta alimentar. E isso é considerado um desafio já que a exclusão do trigo da sua dieta alimentar pode gerar grande risco na deficiência de calorias, sendo assim, é necessário que ele seja substituído por farinhas de arroz, milho, mandioca, polvilho doce e azedo, fécula de batata, amido de milho, creme de arroz, araruta e quinoa, evitando assim deficiências nutricionais. 

 

REFERÊCIAS

1.UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA SP. Disponível em: http://sites.unisanta.br/teiadosaber/apostila/biologia/sistema_digestorio-teorica1109.pdf. Acesso em: 26 mai.2015.

2. BENASSI, Vera de Toledo. Orientações e receitas para uma alimentação com soja e livre de glúten. Brasília-DF. Embrapa, 2013. p. 13. Disponível em: http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/101014/1/Receitas-SemGluten.pdf. Acesso em: 30 mai. 2015.

3. MUNDO VERDE. Receitas Mundo Verde. Viva bem sem glúten. Ano 03, nº13. 2013. p. 01. Disponível em: http://www.mundoverde.com.br/UploadDocumentos/Sem_Gluten.pdf. Acesso em: 30 mai. 2015.

4. SILVA, Tatiana Sudbrack da Gama e FURLANETTO, Tania Weber. Diagnóstico de doença celíaca em adultos. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre- RS. 2010. p. 122. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ramb/v56n1/27.pdf. Acesso em: 30 mai. 2015.

5. FEDERAÇÃO NACIONAL DAS ASSOCIAÇÕES DE CELÍACOS DO BRASIL. Guia orientador para celíacos/Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil. Elaboração de Almir Correa Moraes et. Escola Nacional de Defesa do Consumidor, Ministério da Justiça. São Paulo. 2010. p. 10. Disponível em: http://www.fenacelbra.com.br/arquivos/guia/guia_orientador_para_celiacos.pdf. Acesso em: 30 mai. 2015.

6. CAPPELLANES, Carlos Alberto e MOREIRA, Edivaldo Fraga. Projeto Diretrizes Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva Gestão DOENÇA CELÍACA. 2009-2010. Disponível em: http://sobed.org.br/wp-content/uploads/2013/10/doencaceliaca.pdf. Acesso em: 03 jun. 2105.

7. TEIXEIRA, Nelson Fernando Gavina. Doença Celíaca Atualizada. Universidade da Beira Interior- Ciências da Saúde. 2012. p. 07. Disponível em: https://ubithesis.ubi.pt/bitstream/10400.6/1077/1/Doen%C3%A7a%20Cel%C3%ADaca%20Atualizada.pdf. Acesso em: 03 jun. 2015.

8. SILVA, Paulo César; ALMEIDA, Patrícia Del Vigna; AZEVEDO, Luciana Reis; GRÉGIO, Ana Maria Trindade; MACHADO, Maria Ângela Naval e LIMA, Antonio Adilson Soares. Doença Celíaca: Revisão. PUCPR. Curitiba. 2006. p. 403. Disponível em: file:///C:/Users/Samsung/Downloads/aor-1623%20(1).pdf. Acesso em: 03 jun. 2015.

9. NASCIMENTO, Kamila de Oliveira; BARBOSA, Maria Ivone Martins Jacintho e TAKEITI, Cristina Yoshie. Doença Celíaca: Sintomas, Diagnóstico e Tratamento Nutricional. Piracicaba. 2012. p. 60. Disponível em: file:///C:/Users/Samsung/Downloads/85-3606-2-PB.pdf. Acesso em: 03 jun. 2015.

10. INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE DOENÇA CELÍACA. Disponível em: http://www.fbg.org.br/Arquivos/Inform_J9JVVS.pdf. Acesso em: 03 jun. 2015.

11. APRIGIO, Danielle Catharine Alves. Glúten Free- a sensibilidade adquirida pela internet. Universidade Federal de Juiz de Fora Instituto- Ciências Biológicas- Departamento de Nutrição. 2014. p. 10. Disponível em: http://www.ufjf.br/gradnutricao/files/2015/03/GL%C3%9ATEN-FREE-A-SENSIBILIDADE-ADQUIRIDA-PELA-INTERNET.pdf. Acesso em: 03 jun. 2015.

12. CASTRO, Fábio F. Morato; JACOB, Cristina Miuki Abe; CASTRO, Ana Paula BeltranMoschione e YANG, Ariana Campos. Alergia alimentar. Barueri- São Paulo. 2010.