A Divisão do Trabalho.

Por Yuri de Souza Alves da Silva

Em um universo em que a linha de avanços e aprimoramentos humanos, dentro de todas as áreas sofre mudanças constantes, muitas vezes através de muitos anos, é evidente que o homem busque sempre uma forma para aperfeiçoar o que conhece, levando-o da Idade da Pedra até os mais modernos computadores.
Dentro de todas as áreas o homem evoluiu e através de gerações encontrou sempre maneiras mais simples, rápidas ou cômodas de viver e administrar a vida, levando a grandes avanços sociológicos, políticos, econômicos e epistemológicos.

Pode-se dizer que o maior passo dado como aprimoramento da força produtiva do trabalho, com grandes resultados e usada como padrão desde então é a divisão do trabalho.

A divisão do trabalho gera em cada setor um aumento de força de produção proporcional ao quanto é aplicada e introduzida.
Em uma sociedade desenvolvida, com um alto grau de evolução; o que é trabalho de várias pessoas; é o de uma única pessoa em uma sociedade primitiva. Nas sociedades evoluídas o operário industrial é um operário industrial, um carpinteiro é um carpinteiro. O trabalho que é necessário para se fabricar um produto é dividido entre um grande numero de pessoas.

Tomemos por exemplo: um homem que fabrica móveis faz ele próprio seu móvel por completo, do começo até o fim. Desta forma, ele usa diferentes habilidades: marceneiro, tapeceiro, moldador ou cortador, o que fazia do trabalho, segundo Marx, uma atividade mais prazerosa e menos estressante, porém extremamente demorada. Logo, o modo capitalista de produção percebeu que separar os trabalhadores em atividades causava uma incrível aceleração da produção, o que resultou no surgimento da separação por funções: cortador, colador, moldador, ferramenteiro, carpinteiro, soldador. Com o surgimento dessas funções, houve uma explosão na produção. Dependendo do caso da divisão, um mesmo trabalhador que operava em todas as funções pode render ou produzir centenas, até milhares de vezes mais quando opera em um sistema dividido.

Adam Smith nos dá um exemplo do poder de produção desse método comentando sobre uma fábrica de alfinetes onde 10 empregados trabalhavam dividindo as funções, cada um executando duas ou três operações diferentes. Diz Smith que, mesmo não sendo hábeis e não possuindo devido treinamento para o uso das maquinas, os operários conseguiram com esforço fabricar 12 libras de alfinetes (1 libra = ± 4.000 Alfinetes). Sendo assim, essas 10 pessoas juntas fabricaram por volta de 48.000 alfinetes. Dividindo esse total por numero de funcionários temos 4.800 por pessoa em um dia. Se tivessem trabalhado independentemente um do outro, com a mesma falta de habilidade e com o mesmo despreparo com as maquinas ou para o ramo, certamente cada um não teria fabricado nem 20 alfinetes, e talvez nem mesmo um único alfinete. Esse é um caso onde a divisão do trabalho rendeu uma produção 240 vezes mais alta POR PESSOA na pior das hipóteses, ou seja, se com muito esforço, conseguissem cada um fabricar 20 alfinetes, algo próximo ao impossível. Na melhor das hipóteses, a divisão do trabalho renderia a essa fábrica uma produção 4.800 vezes maior POR PESSOA.

A explicação para que esse aumento de trabalho possa ser realizado pelo mesmo numero de pessoas no mesmo período, se deve a três circunstancias:

1 ? Aprimoramento da destreza do operário à medida que ele torna uma operação a única de seu trabalho. Isso o torna incrivelmente mais produtivo que as pessoas que exercem varias funções, pois não à praticam tanto quanto o funcionário dedicado a uma única operação.

2 ? Economia do tempo gasto no passar de um tipo de trabalho para outro. O empregado não perde tempo nem para trocar de um trabalho para o outro, nem de se concentrar ou dedicar ao novo trabalho.

3 ? A criação de maquinas que abreviam ou facilitam o trabalho. A invenção dessas maquinas geralmente tem sua descoberta e criação por pessoas quem tem toda a atenção focada em um objeto único.

Entende-se que os resultados da divisão do trabalho são notáveis na economia social de imediato se considerarmos o processo em um grupo específico de manufaturas: as pequenas manufaturas, pois nessas o numero de trabalhadores de cada setor é consideravelmente pequeno o suficiente para que se possa reuni-los e mantê-los sob sua perspectiva, observando assim resultados mais rápidos. Enquanto em uma grande manufatura, que supre grandes necessidades do povo ou de grande parte dele, o trabalho, apesar de poder ser dividido em partes muito maiores, não é tão óbvio de imediato, e por isso não é constatado, dando a impressão de um efeito menor, mesmo sendo tão ou até mais eficaz, em certos casos.


Bibliografia:

SMITH, Adam. A Riqueza das Nações VOL.I. Hemus, 3a ed. 2008.