A Distância do Tempo.
Publicado em 30 de setembro de 2012 por Edjar Dias de Vasconcelos
A distância do tempo.
Lembro-me do teu sorriso
Não trazia promessa de nada
Cabia no meu abraço.
Mas não tinha os teus significados.
O mundo era desse modo, recordo-me.
Leptossômico era o teu olhar encantador.
Lembro-me do teu andar a distancia.
De o seu pensar em outros mundos.
Solitariamente imaginava o destino.
Como poderia ser a fantasia.
Tão perto e longe ao mesmo tempo.
Contemplava apenas o obscuro.
Imaginávamos que naquele tempo.
Éramos amáveis.
Destinação metafórica.
Lembro-me dos teus gestos calmos.
Recordo-me do teu sorriso puro.
Da tua serenidade espantada.
Das tuas verdades estampadas aos segredos.
.
Quanto tempo foi tudo isso.
Recordo-me do teu pensar incompleto.
A vida uma recordação imperfeita.
Distante e metafônica.
Talvez um único desejo métrico.
Lembro-me do teu olhar inconstante.
Tão só viajava muito antes do início.
Procurava pela vida....o que você.
Silenciosamente negava.
E de ti mesma roubava, como soluço.
Apenas a tua imaginação.
Lembro-me de ter tentado te traduzir.
Mas você me roubou os pensamentos.
Armou dialéticas tortas.
Para não poder entender quem tu de fato foste.
E na prática pude saber o que você não deveria ser.
Mas de ti nada consegui entender.
Lembro-me de te ver absorta.
Em certo tempo.
Senti apenas o distanciamento.
Desejei tudo o que eu não poderia ter.
O que você reservou para perder.
Lembro-me das tuas ideias liames.
Dos teus medos metafísicos.
De ter escondido de ti o meu avesso.
Por não saber o mundo lexiogênico .
Lembro-me de um instante seu.
No qual gostaria de estar presente.
Mas não tinha direito a esta ilusão.
Não me foi preferido a escolha.
Lembro-me do tempo acabando.
Lembro-me do teu corpo ao encanto.
Dos teus sentidos que estavam perto.
Pude apenas dizer o teu nome.
Tuas palavras confundiram minha alma.
Tua aparente calma levou-me ao silencio.
Lembro-me do teu olhar das tuas conversas.
Da tua voz oscilante e dos dias fascinantes.
Da tua história, como tudo aconteceu.
Das tuas indagações, dos seus medos.
Daquele belo poema.
Você nunca soube quem de fato escreveu.
Lépido, cada palavra interpretava um sonho seu.
Uma metonímia metodológica que você esqueceu.
Recordo-me quando tive que partir.
Tinha certeza que a história interpretaria outro tempo.
Era necessariamente, a metábole do que tinha acontecido.
Finalmente, amanha teria que ser outro dia, e no outro dia, nenhum dia.
Foi exatamente, o que aconteceu.
Edjar Dias de Vasconcelos.