INSTITUTO LUTERANO DE ENSINO SUPERIOR DE ITUMBIARA

BACHARELADO EM PSICOLOGIA


GISELLE SOUZA DINIZ

YURE NOIO SOUSA


A DIFICULDADE DOS JOVENS EM ASSUMIREM SUA SEXUALIDADE

Itumbiara

2018


INTRODUÇÃO



Na contemporaneidade uma quantidade razoável de jovens vivenciam um conflito dentro de si a respeito de sua orientação sexual, tal fato está propenso e acarretar diversas dificuldades sociais e familiares, das quais estas irão ser tratadas ao decorrer deste trabalho.

Neste projeto de pesquisa será abordado o tema: A dificuldade dos adolescentes em assumirem a sua homossexualidade. A partir do assunto delimitado, pergunta-se: A maneira como a sociedade, principalmente a família do indivíduo, reage à noticia da homossexualidade afeta o adolescente?

Acredita-se que a forma como as pessoas reagem à revelação da orientação sexual do adolescente pode o afetar de diversas maneiras. Em caso de reações negativas, há a possibilidade de que o seu desenvolvimento saudável seja prejudicado, podendo o abalar emocionalmente, acarretando em transtornos psicológicos, como a depressão, obstrução de identidade, aumento da probabilidade de tentativas de suicídio e a busca de amparo nas drogas.

O presente trabalho tem como objetivo geral identificar os principais fatores que contribuem para que o adolescente que assumiu sua sexualidade se sinta censurado. Como objetivos específicos, tem-se conceituar a visão de diferentes autores sobre o tema proposto; descrever como a maioria das pessoas, em especial os familiares, reagem e lidam com homossexuais; compreender as dificuldades enfrentadas por adolescentes homossexuais dentro da sociedade; e analisar as mudanças ocorridas no adolescente mediante à reação das pessoas de seu convívio.

Como justificativa pessoal, destaca-se que a realização deste estudo ocorre pelo interesse em entender o tema exposto, já que é um assunto presente em nossa realidade atual; e, também, no intuito de adquirir conhecimento sobre as dificuldades enfrentadas por adolescentes que se assumem homossexuais.

Quanto à justificativa social, faz-se importante mencionar que é um trabalho que poderá despertar o interesse de várias pessoas, tanto as que têm curiosidade a cerca do assunto quanto as que vivenciam essa realidade, psicólogos e estudantes da área, assim possibilitando o compartilhamento desse material e podendo ser utilizado para outros fins.

Academicamente, justifica-se por ser um trabalho de cunho bibliográfico, no qual serão analisadas as visões e estudos de autores que possuem conhecimento na área discutida, assim contribuindo para a compreensão do tema, que, além de ter relevância social, reveste-se de importância para o meio acadêmico. Esse material poderá servir de auxilio para discussão do tema e, também, para tratar questões referentes ao assunto, podendo-se assim, entender as dificuldades enfrentadas por adolescentes homossexuais em nosso contexto histórico-social e contribuindo para que esses jovens possam ter apoio profissional.



REFERENCIAL TEÓRICO

O tema em questão se trata da homossexualidade entre adolescente e o quão difícil é conviver com a discriminação exercida pela sociedade. Desde os primórdios da humanidade, há uma concepção de que um casal pode apenas ser formado por um individuo do sexo masculino e outro do feminino, assim isto foi instalado no consciente coletivo como um padrão de normalidade e que deveria ser seguido por todos.

A história da humanidade sempre foi marcada por um padrão heteronormativo, onde o indivíduo estava inserido num padrão de identidade coletivo, regido por regras, sem grandes possibilidades de questionamentos, onde cada um tinha com clareza sua responsabilidade com o mundo. (GUIMARÃES, 2015, p.5)

A heterossexualidade era considerada algo biológico do indivíduo, tendo como função principal a reprodução da espécie. Além disso, comportamentos eram taxados de acordo com o sexo pertencente ao sujeito, certas ações eram adequadas somente para homens e outras para mulheres, o que contribuía para o machismo e, também, para a discriminação de pessoas que não se comportavam de acordo com o estabelecido socialmente.  

Com base nisto, Martins-Silva et al (2012, p.177) aponta, “Durante muito tempo, os estudos sobre gênero enxergaram a heterossexualidade como algo essencial, determinado biologicamente. A concepção de que alguns comportamentos são tipicamente femininos ou masculinos está apoiada na possibilidade de procriação.”

Neste mesmo sentido, Santos et al (2013) afirma que o casamento heterossexual e com fins de procriação, ainda é visto como uma regra imutável, pela sociedade, e que deve ser seguida por todos os indivíduos. Desta maneira, qualquer outro tipo de família, fora do padrão tradicional, é considerada incorreta.

A escola é uma grande influenciadora da homofobia. Nela, é pregado um padrão heterossexual, no qual é estabelecido que é permitido somente relações afetivas entre pessoas de sexos opostos, assim, indo contra à ideologia de gênero, que aponta que os gêneros são apenas construções sociais e não um aspecto que pode ser descoberto ao longo da vida do indivíduo. Assim, há uma contribuição para a marginalização de LGBTQIA+.

[...]a escola é uma instância de disciplinamento da sexualidade – heterossexual-, configurando-se um território que reproduz mecanismos homofóbicos. Isto nos remete à questão do heterossexismo enquanto institucionalização da norma ou padrão heterossexual, que estabelece e perpetua a noção de que todas as pessoas são ou devem ser heterossexuais, excluindo as necessidades, as preocupações, as culturas e as experiências de vida dos gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros, travestis e intersexuais. (KOEHLER, 2013, p.135)

Além da escola, outra instituição que contribuiu e ainda contribui bastante para essa marginalização, é a igreja. De acordo com as pregações feitas dentro, e fora, desse ambiente, se deve ter relações sexuais somente após o casamento, o que ainda não é permitido entre indivíduos do mesmo sexo, e o sexo tem apenas a função de procriação, assim condenam casais em que ambos são pertencentes ao mesmo sexo. Pode-se acrescentar ainda que os atos homossexuais são tidos como pecados e considerados abomináveis, assim esses indivíduos são julgados e excluídos.

A discriminação ao homossexual é histórica e se dá há séculos, uma vez que qualquer manifestação sexual sem fins de reprodução foi e ainda é bruscamente condenada. A religião, principalmente as fundamentadas no cristianismo sempre foram marcadas pela marginalização e condenação dos homossexuais, pois embasados em escrituras, o ato é tido como pecado e até mesmo uma abominação, segregando e excluindo este grupo da maioria dos grupos religiosos, e quando são aceitos, são conduzidos ao caminho de uma pseudocura, ou de manutenção e repressão dos desejos sexuais homoafetivos. (GUIMARÃES, 2015, p.12)

Faz-se importante mencionar também as relações de poder que ocorrem. É determinado o jeito que cada sujeito deve ser, se comportar e se relacionar dentro da normalidade do contexto sociocultural, assim a heterossexualidade é priorizada e considerada imprescindível. Desse modo, todas as pessoas que não se enquadram nas normas impostas são vítimas de preconceitos e discriminação, podendo sofrer agressões, físicas e verbais, de terceiros, incluindo a família.

Essa divisão binária de gênero se relaciona com comportamentos e atitudes identificados com o feminino ou o masculino em coerência ao sexo biológico correspondente. Aqueles que desviam em relação a essa norma, comumente, enfrentam dificuldades para serem aceitos pela sociedade, podendo sofrer agressões físicas, verbais, sexuais, bullying, estigmatização social, discriminação no trabalho, na família e nos serviços públicos, além de desigualdade de acesso aos direitos como os de educação e saúde. (BRAGA et al, 2017, p.1296)

De acordo com Santos e Bernardes (2008), a maioria da sociedade e, também, dos familiares são heterossexista, ou seja, rejeitam todos os atos que não sejam heterossexuais. Desta maneira, pessoas que escolhem parceiros do mesmo sexo são vistas com nojo, o que favorece a opressão contra essas pessoas que são “diferentes” das demais.

A maioria das pessoas vem a ser heterossexistas devido ao ambiente em que vivem. Desde que são concebidas, estão presentes em uma comunidade composta por diversos valores e crenças, que são ensinados e que devem ser seguidos. Assim, os conceitos vistos são internalizados no indivíduo, gerando um alto índice de homofobia.

Com base nisto, pode-se citar Koehler (2013, p.133),“[...]torna-se visível a violência homofóbica que, sem dúvida, está assentada nas crenças, atitudes e valores transmitidos ao longo das gerações pelo núcleo familiar. São conceitos e influências socioculturais internalizadas no decorrer do desenvolvimento de todas as pessoas.”

Considerando o fato acima, é possível, também, mencionar Guimarães (2015, p.7), que mostra como a sociedade incentiva a homofobia.

[...]na sociedade atual, a homofobia é exercida por meio do incentivo ao castigo, à hostilidade, ao preconceito e à reprodução de forma caricatural dos comportamentos homossexuais nos meios de comunicação. A família e a escola ampliam ideias negativas quanto à homossexualidade na medida em que adolescentes “aprendem” a desmerecer e diminuir o homossexual, dessa forma elas reproduzem atitudes homofóbicas aprendidas e replicadas por gerações, afetando diretamente estes indivíduos.

A homofobia se caracteriza pelo preconceito em relação a homossexuais. Santos e Bernardes (2008) apontam que esse preconceito e a negativação contra pessoas que se interessam pelo mesmo sexo podem ser expressadas de diversas formas, como olhares, palavras, gestos e, até mesmo, a indiferença.

Neste mesmo contexto, Koehler (2013, p.134) discorreu, “Homofobia é aqui definida como rejeição, aversão, medo ou ódio irracional aos homossexuais e, por extensão, a todos os que manifestem orientação sexual ou identidade de gênero diferente dos padrões heterossexuais ainda aceitos como normativos na nossa sociedade.”

Com toda essa exclusão praticada pela sociedade contra o adolescente homossexual, ele desenvolve o medo de ser marginalizado e acaba guardando para si seu modo de ser e sentir. Taquette et al (2005, p.400), aponta, “Em função da inquietação e discriminação sociais em torno da prática homossexual, vide a homofobia, o adolescente, temendo ser rejeitado, esconde muitas vezes sua condição e se reclui, pondo sua saúde em risco.”

A discriminação e a exclusão de jovens homossexuais, faz com que eles internalizem o que a sociedade prega, assim gerando medo de sofrer preconceito devido à sua orientação sexual, assim acabam tendo conflitos internos; isso recebeu o nome de homofobia internalizada. Com isso, podem passar a ver outros homossexuais de forma negativa, por terem aprendido que a escolha sexual por um indivíduo do mesmo sexo é errada.

Nesse contexto, pode-se desenvolver a denominada homofobia internalizada, que se refere ao medo do preconceito em razão do sujeito homossexual ter internalizado o estigma social associado à sua orientação sexual. A homofobia internalizada pode promover também o isolamento social dos indivíduos perante seus pares quando eles passam a considerar negativamente os outros homossexuais, ou então, situações de exclusão e violência dentro da comunidade LGBT que, somadas às reações negativas de outros indivíduos do convívio social dos homossexuais, podem afetar-lhes a qualidade de vida e as condições de saúde. (BRAGA et al, 2018, p.1296)

Outra consequência da repressão exercida pela sociedade é a vergonha. Como as pessoas veem casais homoafetivos como imprudentes, já que não seguem as normas estabelecidas dentro da comunidade, esses jovens acabam por sentirem vergonha, e até culpa, de se exporem publicamente; além do desenvolvimento de dificuldades em se criar laços sociais.

Em boa parte, os homossexuais obtêm sentimentos de vergonha e culpa. Dessa forma eles evitam exposição pública, desenvolvendo sentimento de inadequação que podem contribuir para o desenvolvimento enfraquecido de habilidades sociais, reafirmando novamente a importância de uma base familiar que os acolha. (GUIMARÃES, 2015, p.8)

Há uma pressão indireta sobre esses adolescentes que ainda não assumiram sua homossexualidade. Com todo o preconceito e discriminação, além de todos os ataques feitos contra indivíduos homossexuais por todo o mundo, o medo da rejeição os deixa confusos quanto ao que fazer. Ou ele mesmo se repreende e não se permite ser quem é, ou se assume e fica exposto às dificuldades enfrentadas pela maioria dos homossexuais.

Sobre o fato disposto acima, Santos e Bernardes (2008, p.292/293) discorreram, “Em meio à preocupação com um senso de inadequação pessoal, gays e lésbicas se sentem forçados a fazer uma escolha: autoafirmação (com o risco da rejeição pessoal, do isolamento social) ou auto anulação (manutenção do segredo, conformismo à sociedade).”

Ter o apoio da família é fundamental para que jovens homossexuais consigam se assumir, enfrentar o preconceito social e superar a homofobia internalizada. Em contrapartida, a desaprovação e violência da família ao descobrir a opção sexual do adolescente pode ocasionar em danos em seu desenvolvimento, o abalando emocionalmente e podendo gerar transtornos psicológicos.

[...]o modo como a família reage à revelação da orientação sexual influencia na qualidade de vida e na saúde dos gays e lésbicas, por exemplo, reações negativas dos familiares encontram-se associadas com menor apoio social e maior incidência de problemas de saúde mental como ansiedade, depressão, ideação suicida e consumo excessivo de álcool. (BRAGA et al, 2018, p.1296)

Ainda sobre isso, Braga et al (2018, p.1926), citou “Geralmente, a revelação é feita para amigos e familiares e as reações dessas pessoas, quando negativas ou agressivas podem, a curto ou longo prazo, acarretar danos ao desenvolvimento saudável dos adolescentes e jovens homossexuais.

Há ainda a possibilidade de que os pais desconfiem que seu filho seja homossexual, mas que não aceitem isso. Assim, sentirão a necessidade de confirmar essa realidade e, logo após o fazê-lo, tem reações negativas e/ou violentas, e castiga e repreende o adolescente, utilizando de seu poder de pai ou mãe para tentar fazer com que o jovem se enquadre nos padrões normativos da sociedade.

No processo de desconfiança e investigação acerca da sexualidade de seu filho, a família exige, direta ou indiretamente, que a pessoa homossexual se auto revele e, após a revelação, estabelece que o mesmo se auto anule, este processo é entendido enquanto códigos contraditórios do armário. Assim, percebe-se que as relações intrafamiliares se configuram por meio de estruturas de poder, através de tentativas de enquadramento, de controle e de vigilância acerca da sexualidade, buscando torná-la compulsoriamente heterossexual. (BRAGA, 2018, p.1300)

Com base no que foi disposto acima, pode-se concluir que a cultura presente na sociedade promove a homofobia, já que há um padrão de normalidade exigido socialmente e, quem se mostra diferente de alguma forma dos outros, acaba sendo vítima de preconceitos e exclusão. Também é importante destacar que a família é essencial para que o adolescente consiga passar por isso, mas que também pode atrapalhar seu desenvolvimento saudável, em caso de reações negativas. Com tudo isso, o jovem sente medo de se assumir e não conseguir ser aceito. Quanto a isso, Guimarães (2015, p.7) cita “O medo da violência, tanto dos pais quanto dos adolescentes é um dos grandes problemas quanto à aceitação da homossexualidade.”





























METODOLOGIA

Tipo de estudo

Para a realização deste projeto, foi-se utilizado de uma pesquisa bibliográfica que visa priorizar a leitura de materiais considerados aptos e de suma importância em relação ao tema proposto, materiais estes constituídos de livros e artigos, a fim de possibilitar o aprofundamento do assunto abordado, assim sendo relevante ao curso de graduação de bacharelado em psicologia.

Amostra

Para a composição da amostra, foram utilizados de 5 livros e 3 artigos que abordam com afinco o tema proposto. Estes materiais foram retirados da internet, remetente as palavras chaves, como exemplam o site Scielo, a Revista Brasileira de Enfermagem, a universidades, tais são a Universidade Federal de São Paulo, o Centro Universitário Jorge Amado, a Universidade Federal do Espírito Santo, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro e o Instituto Superior de Psicologia Aplicada de Lisboa.

Critérios de inclusão e exclusão

Palavras chaves utilizadas: Jovens homossexuais – Homossexualidade na adolescência – Experiências homossexuais.

Procedimentos de coleta de dados

No que se refere ao material coletado para a pesquisa, utilizou-se de livros e artigos de sites renomados em prol do curso de psicologia, revistas e universidades, todos estes já citados na Amostra. Quanto ao período das publicações pesquisadas, consideram-se de publicações de 2003 a 2012 para livros, e de 2012 a 2018 para artigos.

Análise de dados

O procedimento escolhido a ser utilizado foi a pesquisa exploratória, para reunir e analisar os dados bibliográficos com afinco, dados estes referentes ao tema “A dificuldade dos jovens em assumirem sua sexualidade”, baseando-se principalmente em publicações de fontes conceituadas para o curso de psicologia e o campo de pesquisas científicas em geral.











RESULTADOS E DISCUSSÕES

Através da pesquisa bibliográfica realizada, foi possível conceituar a visão de alguns autores sobre o tema. As ideias apresentadas são semelhantes e complementares, ou seja, com o material proporcionado por cada autor foi possível contextualizar a realidade vivida por jovens homossexuais e se chegar a um resultado para o problema, compreendendo como esta situação afeta o desenvolvimento saudável do adolescente.

Em todo o material selecionado para constituir o referencial teórico, pode-se observar que todos os autores falam de um padrão imposto pela sociedade e que é inserido no inconsciente coletivo, assim gerando discriminação contra indivíduos que estão fora desse padrão de normalidade. Dentro deste cenário, surge a homofobia.

Guimarães (2015) aponta a existência de um padrão heteronormativo, em que há regras que devem ser seguidas pelo sujeito. Entrando em consenso com essa ideia, Martins-Silva et al (2012) e Santos et al (2013) discorrem sobre como a heterossexualidade é vista como algo essencial e biológico, assim o indivíduo tem como função principal a procriação, sendo isto praticamente uma regra imutável. Desta maneira, comportamentos divergentes dos esperados e tipos diferentes de família, fora do tradicional, são taxados como errados.

Neste mesmo sentido, Braga (2017) afirma que há relações de poder, em que é imposta a maneira que devem ser e se relacionar, e devem apresentar características determinadas de seu sexo biológico. Em casos em que o sujeito não segue as normas, correm o risco de serem vítimas de violência e discriminação em diversos ambientes sociais. Complementando esta ideia, Santos e Bernardes (2008) afirmam que a maioria das pessoas, em especial os familiares, são heterossexistas, vendo indivíduos que se relacionam com outros do mesmo sexo como erradas e com nojo.

Dando sequência, Koehler (2013) e Guimarães (2015) afirmam que o motivo de as pessoas se tornarem heterossexistas é o ambiente em que vivem, através das crenças, valores e atitudes que são transmitidas. São passadas ideias negativas sobre a homossexualidade, assim, isso vai sendo internalizado nos indivíduos, o que contribui diretamente para a homofobia.

Taquetteet al(2005) aponta que a homofobia desenvolve medo da rejeição no sujeito, fazendo com que ele se reclua e guarde tudo para si mesmo, o que pode colocar sua saúde em risco. Em concordância, Braga et al (2018) afirma que essa situação faz com que o indivíduo internalize o que é imposto pela sociedade, assim tendo conflitos internos e acreditando que sua maneira de ser é errada. Complementando ainda esta ideia, Guimarães (2015) aponta que esses jovens sentem vergonha e também culpa por serem assim, se auto repreendendo, o que pode também enfraquecer suas habilidades sociais.


CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Com base nos fatos e citações apresentadas, a reação do outro em relação à orientação sexual do sujeito o afeta diretamente, podendo ocasionar em um desenvolvimento não-saudável. Para que o indivíduo consiga superar a homofobia internalizada e enfrentar todas as formas de preconceito, o apoio da família é fundamental.

Destarte, é de grande importância ressaltar o apoio que a pessoa que está passando por discriminações mediante a sua orientação sexual não só da família, o que mostra-se muito relevante, mas também de apoio profissional, pois com o auxílio de um profissional em psicologia especificamente, o indivíduo pode desenvolver meios de lidar com as situações em que vive diariamente sem que o afete drasticamente como no passado, ele pode conseguir ressignificar estas dificuldades na psicoterapia.





























REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

BRAGA, Iara Falleiroset al. Violência familiar contra adolescentes e jovens gays e lésbicas: um estudo qualitativo. Revista brasileira de enfermagem. 2018. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/reben/v71s3/pt_0034-7167-reben-71-s3-1220.pdf>. Acesso em 2 set. 2018.

GUIMARÃES, Luigi Sturaro. Homossexualidade na Adolescência na Contemporaneidade- Mudanças e Desafios Psicologia.pt - O Portal dos Psicólogos.2015. Disponível em:<http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0999.pdf>. Acesso em 31 ago. 2018.

KOEHLER, S.M.F. Homofobia, cultura e violências: a desinformação social. Interacções, n.26, pp. 129-151. 2013. Disponível em:<https://revistas.rcaap.pt/interaccoes/article/view/3361>. Acesso em 2 set. 2018.

MARTINS-SILVA, Priscilla de Oliveira et al. Adolescentes e Homossexualidade: Representações sociais e identidade socialCadernos de Pesquisa, v.42 n.146 p.474-493maio/ago. 2012. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/cp/v42n146/09.pdf>. Acesso em 1 set. 2018.

SANTOS, Jane Paim; BERNARDES, Nara M.G.Percepção social da homossexualidade na perspectiva de gays e de lésbicas. In ZANELLA, Andréa V. et alPsicologia e práticas sociais.Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2008. pp. 289-296. Disponível em:<http://books.scielo.org/id/886qz/pdf/zanella-9788599662878-27.pdf>. Acesso em 5 set. 2018.

SANTOS, Y.G.S. et al. Homoparentalidade Masculina: Revisando a Produção Científica. Psicologia: Reflexão e Crítica, 572-582. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/prc/v26n3/v26n3a17.pdf>. Acesso em 2 set. 2018.

TAQUETTE, S.R. et al. Relatos de experiência homossexual em adolescentes masculinos. Ciência & Saúde Coletiva, 399-407. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csc/v10n2/a18v10n2.pdf>. Acesso em 2 set. 2018.