A DIFICIL ACEITAÇÃO DE UM FUTURO OSTRACISMO
Por Romão Miranda Vidal | 25/12/2010 | CrônicasA DIFÍCIL ACEITAÇÃO DE UM FUTURO OSTRACISMO
No período de 5 se setembro de 1638 a 1 de setembro de 1715, viveu na França uma personagem egocêntrica e que reinou de forma absolutista de 1643 a 1715. Foram 72 anos em que Luís XIV de Bourbon colocou em prática às expensas do Estado, tudo o que até existia, para promover a sua pessoa e satisfazer seus caprichos.
Conhecido por Rei Sol, não admitia de forma alguma que personagem alguma sequer pensasse em lhe fazer sombra. Portanto não se faz sombra ao sol e Luís XIV se considerava o próprio.
Seu estilo agressivo, centralizador e egoístico o levou a declarar: "L?état c?est moi".
Não admitia que um dia viesse a morrer. Não admitia e tão assumia erros do seu governo, como não fosse o responsável pelos destinos da França, sempre os transferia para algum de seus ministros e nobres a ele chegado.
No momento que o Brasil se prepara para a mudança de uma pseudo renovação de elementos na Presidência da República, o egocentrismo se faz presente de uma forma um tanto dolorida, que beira a inconformidade, a uma personagem que soube como nunca usar as camadas sociais menos esclarecidas e pobres, como massa de manobra.
Assim como nomeou Jean-Baptiste Colbert para reorganizar as finanças do Império, o que realmente aconteceu de forma positiva, a tal ponto, que Colbert é considerado como o grande nome do mercantilismo. Esta foi uma das assertivas do Rei Sol.
No Brasil aconteceu o inverso. Foi nomeado ministro da Casa Civil, um dos maiores estrategistas, depois do General Colbery do Couto e Silva. O então Chefe da Casa Civil elaborou um dos mais hábeis planejamentos o "Mensalão".
Enquanto o primeiro excogitava nos anos de chumbo os primeiros passos para uma real e definitiva reforma partidária, contanto com a participação de Ulysses Guimarães, Lula, Tancredo Neves, Ivete Vargas e Leonel Brizola, que lideraram os partidos recém-criados e até o momento se fazem presentes na real democracia brasileira.
O segundo por sua vez pilotou um dos maiores escândalos corruptivos que o Brasil tem memória.
E nos dias atuais tem notada influência no governo que se despede e provavelmente a terá aumentada a sua influência no governo que toma posse em 2011.
Comenta-se que ao saber que o governador Marconi Perillo havia sugerido ao titular da pasta da presidência da República Federativa do Brasil, o então chefe da Casa Civil, articulou rapidamente um movimento para que fosse aprovado o mais rápido possível este projeto. Qual a razão? O número de famílias beneficiadas com dinheiro federal resultaria em milhares de votos nas futuras eleições disputadas pelos membros governistas.
Ainda no mesmo viés este instrumento coercitivo de votos vem apresentando algumas anomalias,
Mas então se aproxima o inicio do fim de um período de um rei sol tupiniquim e o começo da sua ofuscação e quem sabe até de um período homeopático de menor peso que até imaginou que tivesse nas decisões em outros governos latinos americanos e africanos.
Uma das suas últimas burlescas aventuras causou certo desconforto no Vaticano.
Literalmente se intitulou como a "encarnação do povo". O que representa dizer que alijou Jesus Cristo da Sagrada Eucaristia.
E para finalizar ainda em relação ao Rei Sol o maior dos absolutistas que a França conheceu até então, disparou contra tudo e contra todos: "Eles não se conformam que o pobre não aceita mais o tal do formador de opinião pública. Que o pobre está conseguindo enxergar com seus olhos, pensar com a sua cabeça, pensar com a própria consciência, andar com as suas pernas e falar pelas suas próprias bocas, não precisa do tal do formador de opinião pública. Nós somos a opinião pública e nós mesmos nos formamos",
Portanto senhores e senhoras analistas políticos, sociólogos, antropólogos, jornalistas, comunicadores pensem e analisem a função do pobre passará a ter na manipulação das massas populares.
Mesmo fora do poder o imitador do Rei Sol, ainda deverá procurar exercer o seu poder de influência.