Por Jeane Kátia dos Santos Silva em 26/02/2017 às 02:00h
 
Infelizmente, para muitos o apostolado é como se fosse uma promoção: antes eu era pastor e hoje sou apóstolo! Resumindo-se, equivocamente, na satisfação pessoal de mostrar aos amigos e demais que o rodeiam que também progrediu na vida, ignorando que o apostolado é chamado!
 
 O fato é que uns são chamados para pastorear o rebanho de igreja local! E Pastor que não apascenta suas ovelhas não é pastor de verdade!  Assim também, Apóstolo que não se engaja no sadio crescimento das pequenas e/ou ou problemáticas Igrejas e não  investe tempo no crescimento qualitativo delas não é apóstolo de verdade! O pastor, por sua vez, deve ser bom ouvinte! O apóstolo não necessariamente! 
 
Paulo, mantendo-se na obra com a renda de seu trabalho como fabricante de tendas, cumpriu seu ministério apostólico de forma extraordinária!
 
Vemos na Bíblia que Pedro e Timóteo foram chamados para pastorear! Por sua vez, Paulo, diferentemente de Pedro e Timóteo, tinha o chamado para o apostolado a quem coube as funções próprias do apostolado. Barnabé ao que parece, tinha o ministério da consolação! 
 
Visando a edificação da Igreja, Deus distribue dons e talentos! Dons são irrevogáveis e talentos não podem ser enterrados! Há os chamados para serem mestres, há os que receberam o dom de profecia, há os que receberam o dom de línguas, há os que receberam o dom de interpretação de línguas e há os que receberam o dom de cura, há os que receberam o dom de visão, etc..  Há os que receberam mais de um dom! Mas, é inconciliável receber o dom para pastorear e também receber o dom do apostolado, pois, envolvem funções bem diferentes: um é local e o outro não! Por outro lado, os dons de profecia, de línguas e de interpretação de línguas, de visão e de cura são bastante conciliáveis!
 
Para mim, nos dias atuais o apóstolo é o chamado Missionário, que ora está num lugar, ora vai para outro, pois, sua missão é estar nos locais onde se faz mais necessário e que ora é aqui e ora é ali e ora é acolá! Enfim, até que me provem o contrário, não vejo diferença entre Missionário e apóstolo! Para mim são a mesma coisa! Só mudou o nome!  
 
Penso que deve haver incentivo nas Igrejas para que cada membro busque descobrir os dons e talentos que Deus lhes permitiu ter, a fim de que sejam usados na edificação do corpo de Cristo que é a Igreja. Até hoje só vi isso uma única vez, mas, esse abençoado projeto foi abandonado por ocasião do movimento G12 que passou a surgir naquela Igreja.
 
Enfim, penso que um pastor não vira apóstolo, pois, seu chamado é para apascentar! Visto que os dons são irrevogáveis,  não tem como ter convicção de ambos os chamados: antes eu tinha convicção do meu chamado para pastor e agora tenho convicção do meu chamado para apóstolo! O fato é que, ou foi chamado para ser pastor, ou, foi chamado para ser apóstolo, ou, não tem chamado para nenhum dos dois ministérios!  Pois, como eu já disse: os dons são irrevogáveis! E na verdade, é a Biiblia que afirma isso!  Mas, não há ninguém melhor do que a própria pessoa para saber se tem ou não um chamado, pois, o chamado traz consigo convicção e essa convicção é, no final das contas, o nó na ponta da corda que impede que despenquemos no precipício da dúvida: "sou ou não chamado por Deus?" Casamento sem a benção de Deus é igual Ministério por imposição humana! O chamado para a obra ministerial envolve uma convicção profunda! De forma que, é impossível ter sido chamado e não ter convicção disso!  O que foi chamado não consegue, nem que queira, fugir dessa convicção! O que foi chamado, ainda que se desvie, não perde a convicção do seu chamado, embora, desviado não esteja apto para exercer seu ministério! Não está apto, mas, nunca conseguirá calar dentro de si essa convicção, salvo se seu coração desviado já estiver cauterizado!
 
Em suma, a semelhança nesses dois tipos de chamados é o zelo com o rebanho e o cuidado em servir o mais puro alimento espiritual! A diferença: um é itinerante o outro é local!