Os intelectuais acreditam que o assunto da cultura Amazigh, durante o período da protetora colonial tem um sentido muito forte  na crença do povo marroquino, o decreto Berber elaborado pelos franceses 16 de maio de 1930, visa atirar atenção do povo marroquino sobre a sua importância, não somente para uma culminação segundo os conceitos históricos e culturais, mas como um resultado inevitável de um processo de transformação da Ideologia colonial, o que se pretende desenvolver neste artigo.

As forças invasoras francesas começaram a varrer continuamente o território nacional marroquino desde 1907. Elas Ocuparam posições estratégicas, forjaram alianças secretas com alguns elementos traidores em várias partes do país e enfrentaram considerável resistência, apesar da falta de organização e preparação que se eleva ao nível dos desafios.

Primeiro, as forças coloniais ocuparam Casablanca, uma das cidades mais importante do reino, 7 de agosto de 1907, depois o ataque á região de Khenifra, 24 de julho de 1914, elas entraram no pelo menos 200 batalhas com as tribos berberes resistentes. O que levou a França a se mobilizar, 2 de agosto de 1914, quando o General Lyautey, Residente Geral do Protetorado Francês em Marrocos em 1912, começou a enfrentar os resistentes e evitar as repercussões que podem prejudicar o avanço francês no Marrocos.

Pode-se imaginar, durante a Primeira Guerra Mundial, a estrategia do General Lyautey que conseguiu manter não apenas as posições marroquinas que ele ocupou, graças ás suas forças mas pela eclosão da guerra, como pretexto para reforças as posições em mais de uma frente.

E nestas situações de Guerra nas quais o general Lyautey se obrigou a abandonar vários batalhões militares e enviá-los imediatamente para defender o território francês em face do exército alemão e, assim, retirar-se das posições em que ocupou  no Marrocos.

Diante disso tudo, o general Lyautey conseguiu recrutar mais de 34.000 volontários para defender a França, entre eles grupos de marroquinos que se juntaram para defender o território francês e incorporar a força militar francesa, por motivo do conflito que ameaça a europa. Isso aconteceu no meio da resistência jihadista no Marrocos que cresce. Talvez um dos épicos mais proeminentes deste início da Grande Guerra, que culminou com a famosa batalha Hari, 13 de novembro de 1914, sob a liderança de Moha e Hamo Ziani.

A deterioração da situação da ocupação militar francês no Marrocos foi por motivo do conflito armado, provocando um fluxo de novos suprimentos militares para o Marrocos. De fato, os marroquinos foram vítimas de uma amarga guerra de propaganda, estrategia do colonizador, apesar dos limites, para defender a cultura e a  liberdade, nestas circunstâncias delicadas, o que exige rearranjar objetivamente as cartas. Mas isso parece difícil face a um paradoxo da história, segundo o proverbio que disse, quando se souber o motivo, anula o heroismo.

Manobras da política militar

Uma semana antes de declarar a guerra, o general Lyautey recebeu um telegrama do Ministério das Relações Exteriores no qual dizia: "O atual conflito diplomático nos levará sem dúvida a uma guerra". Assim, o governo francês começou a recorrer ao general Residente em Rabat, obrigado a manter sob o seu comando um número mínimo necessário das forças militares, sendo que o destino de Marrocos depende do poder colonial francês, e dos meios para dominar o país. A estrategia colonial visa a retirar-se dos postos da frente e manter apenas as cidades costeiras, o que enfraquece a resistência, na medida do possível, bem como manter o controlo sobre a Linha Kenitra-Fez-Meknes-Oujda, o que facilita o contacto com a colônia na Argélia.  Os franceses e estrangeiros encontrados no país e nos portos podem de deslocar no caso iminente para a Europa.

Tudo isso depende do estado de guerra na Europa, a  questão de "paz" segundo o colonel Lyautey passa pelo controlo do Marrocos. O governador Geral francés no Marrocos foi informa sobre o país, as possibilidades de prorrogar a protetora colonial, porque  ajuda diante destas circunstâncias da guerra na Europa.  O Ministério da Guerra francês confirma o reforço urgente reclamado pelo Ministério das Relações Exteriores, cada vez mais rigoroso quanto aos tipos de forças que devem ser despachados rapidamente para europa.

"É necessário que ofereça para o exército metropolitano todos os materiais necessários, snipers, cavalaria de batalhões, volontários  franco-atiradores, argelinos, tunisianos, bem como os esquadrões de artilharia´

O colonel Lyautey, reuniu-se com os subordinados apresentando o plano militar, diferente das ordens de Paris, enviando um relatório aos departamentos governamentais na França, onde ele defende o seu ponto de vista:

«É impossível retirar dos locais  ocupados no centro do país a resistência. Se isso acontecer, resultará inevitavelmente num colapso geral, provocando uma forte reação dos adversários, aumentado a moral dos marroquinos, violentados e torturados pelo poder colonial. O que pode provocar uma revolta e ser como “puxar o tapete de debaixo de seus pés”, motivo dos ataques que levam sérios danos para os diferentes  batalhões, e as cidades costeiras, deixando para trás mortos e muitos os materiais  e armas quebradas»

Qual então é a alternativa?

A proposta do General Lyautey veio conforme o conteúdo das instruções do Paris contra os reveldes e manifestantes, na forma, o General conseguiu se opor as posições da frente, dando aos marroquinos a impressão de que a guerra na Europa é apenas uma chance adicional para eles, justificada pelo poder militar da França, enquanto a situação no Marrocos continua apresentanto ameaças e represálias, a tática corresponde as instruções parisienses, comporado  a um  «Ovo vazio», a exemplo de um ovo esvaziado do seu conteúdo, através de un buraco estreito, quase indetectável de modo que se parece inteiro e cheio,  assimulado ao caso das cobras quando inspiram o interior do ovo e deixando apenas a sua casca intacta ... E assim o General Lyautey ordenou ao  enviar brigadas sucessivas ao campo de batalha na França, através de muitos marroquinos, «colaboradores» para defender a França .

Prática da política folclórica

É necessário desviar a atenção da opinião pública marroquina dos desdobramentos do campo de batalha na Europa e das derrotas sofridas pela França em seu próprio território, se não o "prestígio" da força colonial  que entrou no colapso. Por isso, que o General Lyautey criou várias oficinas folclóricas e atividades camufladas para deviar atenção das práticas coloniais e da instrumentalização francesa, cujos centros  controlados pelos poderes coloniais graças aos colaboradores marroquinos. O Lyautey aproveitou esta uma guerra de propaganda contra os marroquinos, para estabelecer uma ordem conforme aos interesses da metropole.

"Foi deixado claro em muitas correspondências que a essência da sua política no Marrocos durante os anos de guerra na Europa visa compensar o fraco potencial militar por outros meios alternativos, como a propaganda e outros meios, diante de frentes e ameaçadoras da resistência marroquina, composta das tribos Amazigh e Berbere".

A exposição do verão Casablanca 1915, é uma das feiras, através o qual o general Lyautey planeja uma série batalhas e propagandas - cuja mensagem consagra uma ideologia de manipulação, levando em conta a exposição de Casablanca como "Exposição Marroquino-Francesa,Comercial-Industrial e agrícolo-indistrial", constituindo uma campanha propagandista e instrumentalizadora da metrópole.

Percebe-se que o povo começou a se preocupar com esta exposição, uma oportunidade para desviar a atenção de outras responsabilidades. Caso de vários meses, que camufla sobre os verdadeiros problemas do protetorado francês no Marrocos. É claro que não se espera dessas manobras nenhum  resultado econômico importante, mas o objetivo é desfocar e iludir, seguindo a política de "manter o sorriso".

Manter uma política para os Berberes  e Amazigh

Apesar da força do poder francês e das consequências da Grande Guerra, as tribos marroquinas manifestaram em termos de  planos e programas uma posição clara do General  Lyautey, que não parou durante a guerra de manter o seu arsenal e «ideologia de guerra».  Tud isso visa a isolar as tribos berberes do papel da resistência, e não só as tribos «árabe», mas também as tribos amazigh visadas no projeto da propaganda colonial na lavagem celibral no norte da Africa.

O que foi denunciado em 1914, pelas tribos berberes no contexto do projeto protetorado, revelando os limites das forças coloniais, quanta ás manobras de certas normas bárbaras que não pareciam ser compatíveis com a política colonial. Pergunta-se sobre a solução? Trata-se do papel das tribos marroquinas unidas pelos lideres amazigh para denunciar a política colonial e suas manobras.

Quando a França revelou sua política do protetorado, através da enxumada inteligência, contra os costumes e tradições dos berberes, a realidade das tribos não se pode ser objeto de venda ou troca para os estrangeiros, o que  não se pode ser aceito pela tribo que sejam assimulados aos anjos, exceto no caso de uma renúncia de todos os membros da tribo de seus direitos, considerado como benção, para a compra de terrenos, objeto da venda; e, mesmo até no caso da ausência de um membro da tribo, consciente para a compra do terreno, a tradição  permite não se limitar temporalmente, podendo recuperar o bem a qualquer momento..

A questão é quando o poder colonial  decidiu sobre um bem, a tradição considera o fato  inaceitável, a  ser abolido sob o pretexto que os restos de « Legislação primitiva » não podem por quaisquer meio  ser condições do estado "protetor", que veio a este país para difundir a "civilização" e introduzir as reformas necessárias para o desenvolvimento. Com base no dahir, decreto real, emitido  2 de junho de 1915, o governador geral  publiou um comunicado 22 de setembro do mesmo ano que considera a língua francesa como a língua oficial das tribos berberes, e atrvés das quais se homologou a lei pelas atas e deliberações, objeto dos contratos e obrigições ...

Um dos adeptos desta manobra declarou: "Se deixarmos estes berberes usando o árabe, eles vão se tornar muçulmanos, e o que é o Islã?  significa  se opor ao progresso e a civilização ocidental.".

Lahcen EL MOUTAQI

Professor universitário- Rabat - Marrocos