A culpa é de quem?


A sociedade volta novamente o olhar para o professor com certa reprovação. Imagina ela que ele é o foco do problema na educação. Os mecanismos de comunicação investem em pesquisas para provar a insatisfação do educador com os baixos salários, o pouco incentivo do estado para maior qualificação dos profissionais, o baixo investimento nas escolas que sobrevivem com pouca estrutura para receber os alunos...
Seria certo fazer somente está observação como causa maior da baixa qualidade em educação hoje em dia nas regionais de ensino?
De que serve então a historia para nós? Não seria ela a responsável em aprendermos com nossos erros? O que esperar? De quem esperar alguma reação?
A metodologia Freiriana mostra que é importante dar importância. A sociedade como um todo tem por obrigação ver a educação como prioridade. É ela quem formará um futuro melhor, pessoas melhores, um estado melhor. Uma perspectiva do amanhã depende da importância que damos a ele no hoje.
Todos gostariam que o estado funcionasse de forma competente. Que sua engrenagem colocasse a máquina funcionando com maestria, mas o que acontece na verdade não é o que é esperado. Até quando ficaremos a esperar?
Sabendo que o conjunto faz com que o todo funcione, podemos imaginar que cada indivíduo da sociedade tem sua parcela de culpa. Apontar o que falta ou acusar alguém é fácil. Indicar como e onde melhorar na educação é que são elas. Deve-se ter compromisso com o educar. Deve-se dar importância ao educando.
"Meu caminho é cada manhã, não procuro saber aonde vou..." A educação está andando como a música de rock dos anos 80. "Eu estou perdido, sem pai, nem mãe, bem na porta da tua casa...".
Não devemos concordar quando dizem: "O professor é o centro e deve ser observado por que é o formador dos indivíduos de uma sociedade". Os mestres têm muita importância sim, mas esse processo de formação não depende única e exclusivamente deles. Como Rubens Alves escreveu: "Ninguém pede desculpas por receber o prêmio, mas, aceitar a culpa é coisa que dói e todos se esquivam...".
Podemos observar o problema, mas, só conseguiremos resolve-lo, quando aprendermos a dar importância às coisas relacionadas à educação. Quando temos um relógio quebrado não afirmamos deliberadamente que o problema é no ponteiro ou na corda. Ao abrir o relógio é que percebemos a causa e tentamos na medida do possível concertá-lo.


Mário Sérgio dos Santos.
FAST-ANHAGUERA- TAGUATINGA.