RESENHA | A CRISE FINANCEIRA MUNDIAL, O ESTADO E A DEMOCRACIA ECONÔMICA.

 

1) Referência

FERRER, Gabriel Real; CRUZ, Paulo Márcio. A CRISE FINANCEIRA MUNDIAL, O ESTADO E A DEMOCRACIA ECONÔMICA. Novos Estudos Jurí­dicos, [S.l.], v. 13, n. 2, p. 09-22, ago. 2009. ISSN 2175-0491.

Tânia J. Rocha da Silva[1]

 

2) Informações dos autores segundo os respectivos currículos lattes em 2016:

 

Gabriel Real Ferrer é Doutor Honoris Causa pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). Possui Doutorado em Direito pela Universidade de Alicante (1992).

Paulo Márcio Cruz é Pós-doutorado com Bolsa CAPES na Universidade de Alicante de setembro de 2005 e fevereiro de 2006. Doutor em Direito do Estado pela Universidade Federal de Santa Catarina (1999), Mestre em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (1995), Especialista em Administração pela UDESC (1987) e graduado em Direito pela Universidade do Vale do Itajaí (1984).

 

3) Resumo do artigo:

No texto em questão é tratada a grave situação financeira internacional ocorrida no ano de 2008, sendo citado o fato de que o complexo de indústrias mundiais de alimentos ter arrasado sementes tradicionais criou uma situação de desequilíbrio alimentar no planeta, bem como que a comercialização mundial do petróleo, o monopólio da comunicação e a realidade virtual manipulável tiveram influência negativa na economia.

 Os autores falam do grande cassino global criado pelos Estados Unidos, onde os países da Europa acabaram afundando em vista desse jogo e perderam a credibilidade do sistema financeiro norte-americano. Dizem também que a crise daquela época afetaria todo o mundo e que implicaria em torno de 20 milhões de desempregados.

Foi citado pelos autores que o mundo acadêmico, em vista da complexidade da matéria, não previu a crise mundial, mas que essa deveria, ao menos, ser discutida na medida de sua gravidade, sendo clara a necessidade de se criar um espaço regulatório transnacional, que submetesse o capital ao interesse da maioria do planeta.

O artigo fala que o futuro da humanidade e do capitalismo depende da mudança da  condução da Democracia, do lucro e do interesse social transnacional para o bem comum. Refere que naquele período a Sociedade Mundial estava carente de um upgrade civilizatório, que impunha um avanço, consistente em criar um mundo solidário e humanizado.

Os doutrinadores ressaltam que a transnacionalização é o método capaz de viabilizar o alcance da democracia econômica. Sendo assim, o futuro espaço publico transacional deveria ser de interesse de todos e, também, pertencer a totalidade dos indivíduos, sob pena de perder o sentido.

4) Conclusões dos autores:

Os pensadores entendem que deve ser implementada a democratização do capitalismo para impedir novos fracassos financeiros globais.

Salientam a necessidade de serem criadas novas instituições transnacionais mundiais democráticas, capazes de regulamentar e controlar as atividades econômicas e financeiras dos mercados.

Além disso, referem ser importante alcançar o mínimo de justiça social, onde se tenha uma redistribuição de riqueza e poder, bem como onde haja a adoção de novas relações de classes e propriedades a nível global.

5) Críticas da resenhista:

 

O artigo me parecesse extremamente filosófico, com relatos históricos de várias crises mundiais que tornam difícil estabelecer o foco do conhecimento a ser passado ao leitor.  

A obra fala em demasia sobre uma democracia em seu sentido superficial, ao invés de explorar a face mais profunda do conceito, que seria muito mais esclarecedora e contribuiria de forma mais relevante para o aprimoramento filosófico e técnico dos leitores.  

Em se tratando do meu conhecimento individual, o artigo revelou a nuance histórica das crises mundiais, não trazendo, todavia, elementos para eventual solução da crise financeira em questão, que era a minha expectativa durante a leitura do texto.

6) Indicação da resenhista:

 

Indico o artigo para os acadêmicos, como forma de conhecimento do encadeamento histórico da antiga e  da atual crise financeira mundial.   

 

[1] – Técnica Contábil. Acadêmica de Ciências Contábeis pela FADERGS – [email protected]