A corrida de ganso que levei

Quando eu advogava em Mantenopolis fui contratado para cobrar um divida de um ilustre Senhor residente em Alto Rio Novo. De inicio amigos me disseram que eu era doido por que o sujeito nao pagava e nao gostava de ser cobrado. A gente quando é novo acha que somos o heman: pelos poderes de greiscom, eu tenho a força. É, mas o cabra nao gostou nada da cobrança e arranjou um jeito de me dar um susto. Foi a Vitória no meu Fiat Uno Mille e passei por Alto Rio Novo e Pancas. Na volta, tarde da noite, quando me aproximava da serra dos três irmãos eu vi dois motoqueiros parados no meio da pista e com as maquinas já em funcionamento. Falei com a moça que estava de carona comigo: segura aí que eu mandar motoqueiro para todo lado. Ao invés de recuar eu acelerei para cima dos caras e passei voando entre eles, que arrancaram com as motos e me seguiram. Eu fiz igual ao Airton Sena, não tinha contra mão, fazia as curvas no limite da pista contrária com os caras atrás. O motor 1000 urrou. Só andava de segunda e terceira. A peleja durou até a entrada de Monte Carmelo, um distrito de Alto Rio Novo, tendo então os motoqueiros me deixado em paz. Passei no DPM de Alto Rio Novo e fiz o aviso. Mais tarde um passarinho verde me contou que o devedor ruim de paga só queria me dar uma corrida de ganso para me intimidar. Agilizei ainda mas o processo contra ele. Tem pouco tempo que fiquei sabendo que o tal devedor estava comendo capim pela raiz. Foi morte violenta. Ficar rico dando prejuizo as pessoas não vale a pena. Tudo fica aqui mesmo. A vida é breve. O dinheiro não traz felicidade. Me de o seu e seja feliz.