INTRODUÇÃO 

            Propriocepção é a capacidade de perceber a posição das partes do próprio corpo em relação ao restante do corpo e ao ambiente externo. O sistema proprioceptivo está incluído em um grupo de mecanismos de transmissão de informações sensoriais ao Sistema nervoso central (Fonseca, 2008).

            Propriocepção, segundo Smith (et. al. 1997), é o sistema de ajuste motor por meio do uso do input sensitivo que discrimina posição, movimento, direção, velocidade e amplitude dos movimentos articulares e tensão relativa dos tendões. Os receptores vestibulares do ouvido também são incluídos como parte do sistema proprioceptivo pois permite perceber a orientação e movimentação da cabeça.

            O sistema proprioceptivo é o mecanismo por onde ocorre as informações sensoriais dos músculos, tendões e são levadas ao cerebelo pelo sistema nervoso (Fonseca, 2008).

            Quando nos movimentamos pelo espaço cada parte do corpo passa por diferentes posições e sentidos de direção, de forma que é preciso que o organismo perceba em que posição se encontra cada parte do corpo. O sistema que possibilita essa identificação chama-se Sistema proprioceptivo. (Rotta, et. Al. 2016).

            Geralmente um indivíduo é capaz de reconhecer a posição das várias partes do seu corpo em relação às demais partes do mesmo, podendo as determinadas partes se encontrarem estáticas ou em movimento dinâmico. Esta percepção é chamada de Cinestesia ou sentido de posição. Os sinais cinestésicos são gerados nos receptores sensitivos dos músculos, tendões e articulações em resposta ao movimento e tensões sobre os tendões (Smith et. al., 1997).

            Cinestesia é explicada por Widmaier (et. al. 2013) como sentido de movimento em uma articulação.

            Para Tortora e Derrickson (2014) a sensibilidade é a habilidade de perceber alterações dentro e fora do organismo que geram reações em resposta de acordo com o destino final da informação levada pelo Sistema nervoso central.

            O sistema sensorial é parte do sistema nervoso, composto por receptores sensíveis aos estímulos dos ambientes externo e interno informando sobre suas alterações ao encéfalo e medula espinhal levando ou não a percepção consciente dos estímulos (Widmaier, et. al. 2013).

            Crossman e Neary (2007) explicam que a sensibilidade é conduzida a partir de receptores nos nervos periféricos e pelas raízes nervosas até o glândio sensitivo de nervo espinhal e então para a medula, onde é transmitido de forma diferente dependendo da natureza do estímulo sensitivo. No caso de informações táteis e proprioceptivas serão conduzidos pela região posterior da medula até que cheguem ao encéfalo.

            Nas articulações, nos tendões e músculos encontramos os receptores especializados em reconhecer alterações de tensão e posição das estruturas ao qual estão localizados. A partir destes receptores é gerada por meio de impulsos nervosos a transmissão das informações reconhecidas ao Sistema Nervoso Central. Como resposta a estes impulsos é gerado estimulo para alteração do movimento articular em relação a velocidade, ângulo ou posição da articulação, bem como alterações na compressão, tração e força muscular (Smith et. al., 1997).

            A sensibilidade proprioceptiva permite ter consciência da localização das partes do corpo e de como estas estão se movimentando sem a necessidade de visualizá-las. Cinestesia é a percepção dos movimentos do próprio corpo. Os receptores proprioceptivos localizados nos músculos e tendões informam sobre o grau de contração muscular, tensão nos tendões e as posições das articulações e o encéfalo recebe continuamente essas informações e coordena os ajustes necessários. (Tortora&Derrickson, 2014).

            A propriocepção também faz parte do conjunto de mecanismos de manutenção e orientação da postura e do equilíbrio. Os músculos controlam a postura e sustentam o peso, sendo coordenados pelo encéfalo por mecanismos reflexos. As vias aferentes destes reflexos têm origem nos olhos, aparelho vestibular e receptores da propriocepção (Widmaier, et. al. 2013).

            Como afirma Smith (et. al. 1997), a cinestesia e a propriocepção são importantes para o controle motor e para o aprendizado de novas tarefas. Para que ocorra a regulação da postura e dos movimentos, diversos sistemas agem em interação, por exemplo os sistemas musculoesquelético, respiratório, circulatório e digestivo.

            Outra função dos proprioceptores lembrada por Tortora e Derrickson (2014) é analisar o peso de um objeto para que seja possível coordenar o esforço muscular necessário para realizar um movimento que manipule o objeto alvo.

            Há ainda uma outra importância do processamento perceptivo, pois além do controle em relação a posição e movimentos, ele possibilita aumentar a atenção, aprendizagem e memória (Widmaier, et. al. 2013).

            Existem doenças que afetam o controle muscular, criando perturbações em um ou mais fatores envolvidos no sistema de regulação do movimento e da postura. Estudos clínicos podem sugerir soluções para determinados problemas deste sistema abordando estratégias para reabilitação, facilitação ou reaprendizagem de controle motor (Smith et. al., 1997).

            Traumas no tronco encefálico ou no hemisfério cerebral são outra causa de distúrbios ou perdas das funções sensitivas. Contudo a perda pode ser dissociada, ou seja, algumas modalidades sensitivas podem ser preservadas enquanto outras lesadas, havendo uma perda seletiva funcional ou para tato e propriocepção, ou para dor e temperatura (Crossman&Neary, 2007).

            Segundo Tortora e Derrickson (2014) modalidades sensitivas são os diferentes tipos de sensação. Cada modalidade possui neurônios específicos para condução de suas informações e processados no cérebro de acordo com a sua função.

            O que buscamos investigar por meio desta pesquisa são as possíveis intervenções dentro da área de treinamento físico que podem ser utilizadas para melhorar as condições e eficiência do sistema sensitivo proprioceptor, aprimorando o controle postural e de movimentos dos indivíduos, sejam em sua fase de aprendizagem motora e desenvolvimento de habilidades físicas, praticantes comum de diversos exercícios físicos, atletas de diversas modalidades, como halterofilismo, atletismo, lutas, etc e também em relação a indivíduos idosos ou acometidos por alguma patologia ou trauma que lhes cause perda da função proprioceptiva motora.

            Portanto será realizada uma pesquisa bibliográfica, que segundo Cervo (1996) caracteriza-se por ter o objetivo de explicar um problema a partir da busca e análise de contribuições culturais e científicas publicadas em documentos.

            Já para Marconi e Lakatos (2009), a pesquisa bibliográfica constitui-se de fontes secundárias, ou seja, em forma de livros, revistas, publicações avulsas e imprensa escrita. Tem a finalidade de criar contato direto entre pesquisador e tudo aquilo que foi escrito sobre o tema determinado.

            Temos então como problema levantado nesta pesquisa: Quais os apontamentos e as comprovações científicas encontradas sobre os efeitos do treinamento proprioceptivo na saúde das articulações?

 

OBJETIVO GERAL

            Identificar como o treinamento proprioceptivo contribui para melhorar a saúde das articulações

 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Averiguar os tipos de exercícios proprioceptivos existentes
  • Apontar quais os equipamentos utilizados no treinamento proprioceptivo
  • Verificar quais os efeitos sobre o sistema proprioceptivo causados pelo treinamento com exercícios de propriocepção 

JUSTIFICATIVA 

            Esta pesquisa reunirá dados que elucidam quanto a eficiência do treinamento proprioceptivo para a saúde das articulações, assim como os seus benefícios gerais, abordando tanto o cunho preventivo quanto o de reabilitação após lesões articulares. De forma crítica, esta pesquisa poderá servir de base para a realização de mais estudos que contemplem questões ainda não investigadas ou reforçar outros estudos contribuindo para o enriquecimento do conhecimento científico.

            Após o levantamento e reunião destes dados, será possível realizar analise do que a ciência já comprovou e do que ainda é preciso ser melhor estudado. Portanto a contribuição desta pesquisa será sugerir novas pesquisas sobre o efeito do treinamento proprioceptivo sobre a saúde das articulações. [...]