A Construção da Razão Neutra.

 A teoria da razão neutra formulada por mim, com o objetivo de libertar as pessoas das diversas ideologias impregnadas em outras razões particulares.

    O primeiro fundamento é que não existe apenas uma razão, mas  diversidades delas, sendo que algumas sobrepõem em relação as demais.

O objetivo da denominada razão neutra é evitar que uma razão sobrepõe a outras, desenvolvendo uma lógica racional inteiramente ideológica e consequentemente alienadora, fenômeno muito mais comum que o imaginável mundo da construção da linguagem.

Qualquer construção da lógica aplicativa ao desenvolvido formulado do raciocínio seja ele dedutivo formal silogístico ou indutivo empírico, não é possível  representar a verdade como um todo.

 Levando em consideração que muitas verdades não tem nelas mesmas nenhum principio de logicidade verificável, ou seja, são puros delírios.

Se a minha lógica de análise for, por exemplo:   Marxista ou como Psiquiatra Freudiano,  filósofo Nietzschiano, a visão do eterno retorno, Kantiano aplicação da lógica da análise da Crítica da razão pura.

 Bem qualquer forma de entendimento, será tão somente a parcialidade representativa da análise presa ao seu tempo histórico, então querer compreender um fenômeno exatamente pelas proposições de Kant.

 Como se o objeto tivesse uma relação direta com o sujeito, motivo pelo qual o mesmo é em parte a relação dessa proporcionalidade, o que de fato não é. Entender um sistema fechado como verdade é o caminho mais curto para epistemologicamente chegar à loucura. Edjar.

  Do mesmo modo, achar que a analise do desenvolvimento do capitalismo levaria necessariamente a uma revolução socialista, ou que as regras de mercado a obediência às leis do liberalismo provocaria a uma igualdade relativa de justiça econômica.

Poderia citar mil especificações, o resultado é o mesmo, nada na sua particularidade não é de certa forma verdadeira, a primeira e mais fundamental hipótese.

Qualquer caminho para chegar à proximidade da verdade, o mesmo é profundamente relativo e se prender a um sistema global como propulsor a lógica de comparação ou da acepção como fundamento real.

 Tudo o que desenvolve é absolutamente descartável, o mundo não é o que ele aparenta ser, do mesmo modo a empiria, e muito menos a metafísica, como justificativa do conhecimento.

O que fundamenta,  tudo é apenas comparativo no seu desenvolvimento, não existe por um lado, à verdade, e nem pelo outro, a mentira. Nietzsche.

 O que o mundo é, exatamente o que ele não é,  isso não significa que tudo seja mentira ou verdade, a não ser que o fenômeno seja naturalmente metafísico.

 Para exemplificar dizer que Deus existe, esta acepção não poderá ser verdadeira porque sua natureza é mentirosa, do mesmo modo falar que existe outra vida após a morte, cujo conteúdo da acepção não tem sentido empírico, então o que se pensa ou se diz é  apenas a representação da loucura.  Edjar.

Não estou refletindo essa natureza de mentira, porque estaria perdendo o tempo, o que reflito é uma verdade construída historicamente pela mediação da linguagem, cujo conteúdo é representativo na perspectiva da parcialidade, em razão dos multifatores racionais.

Qualquer compreensão resulta-se de diversidades de razões, radicalizar em uma delas, é exatamente deixar prevalecer à relação dos aspectos doentios da própria razão, exatamente essa possibilidade que não quero permitir.  

É nesse sentido, que a minha proposição como tese, já que a razão tem múltiplas razões, por exemplo, não se compreende a Física Quântica com a razão kantiana desenvolvida pela Crítica da razão pura, do mesmo modo não poderá entender as teorias de Descartes pelos princípios aplicativos da lógica de Platão, ou a utilização de ambos para entender Freud.

O mundo é a multiplicidade de razões, não é possível entender o cristianismo usando como lógica aplicativa as teses que fundamentam o budismo, ou a sociedade capitalista fazendo uso das teorias do socialismo ou vice versa, então o que é certo ou errado depende se apenas da convicção ideológica, é o que na prática acontece.

Quero com essa análise a priori mostrar, que a pessoa quanto menos escolarizada, menor o seu processo de síntese, isso significa a dificuldade de entender o mundo e suas complexidades.

Tanto mais ele buscará a verdade em uma lógica explicativa absoluta, seja essa lógica do senso comum ou da epistemologia.  Quando alguém não entender as tendências do entendimento, maior será o seu processo de alienação.

Portanto, proponho a formulação da chamada lógica racional de campo neutro, como funciona esse tipo racionalidade, uma razão que controla as demais razões.

 Que consegue fazer com que as outras razões sejam dialéticas, interdisciplinares, históricas, que cada razão perca em si sua dimensão do absoluto como verdade, porque na prática essa tendência é falsa nela mesma.

É necessário entender, que todo sistema fechado em si mesmo como epistemologia da explicação é uma fraude do entendimento, isso por um lado, mas não ter uma epistemologia é cair no senso comum e desenvolver uma lógica apenas mistificadora.  A realidade do mundo não é em si a mistificação. Edjar.

O grande problema é que a pessoa não basta saber ler e escrever para ser considerado alfabetizada, o fenômeno do não analfabetismo é mais complexo que a realidade das letras.

 Isso significa que a pessoa realmente culta é aquela que tem consciência das diversidades dos saberes e dos limites ideológicos dos saberes dessas diversidades.

Com efeito, ao estudar um determinado fenômeno, precisa levar em consideração todos os aspectos positivos dessas diversidades dos saberes para entender o próprio fenômeno.

 Isso significa que tudo que for epistemológico não é ideológico, em um determinado sistema deve ser aproveitado para o entendimento do fenômeno, os chamados aspectos referenciais positivos para o entendimento.

Mas o trabalho epistemológico não se realiza pela lógica de uma determinada razão em si mesma ao contrário, pela articulação do chamado campo neutro de uma razão inteiramente construída para limitar as outras razões complexas em si mesmas.

Para finalizar vou citar um exemplo muito simples e não sínico com as Ciências em geral entende-se como fruto do senso comum, a ideologia do fato.

 Uma  criança menor em um determinado assalto, assassina outra criança para roubar um objeto e dessa forma   na mais absoluta maldade, desse modo à sociedade entende,  porque a criança assaltada não ofereceu nenhuma resistência.

Posto o fato, a criança ou adolescente assassino praticou tal crime exatamente por ter uma natureza perversa contrária a civilização, desse modo entende a ideologia,  naturalmente  que não estou de acordo com o adolescente assassino.

 Como ninguém poderia estar, mas buscar o caminho de uma punição pesada àquele que é mais vitima da sociedade que assassino, é uma visão deturpada da análise do fato.  

É necessário uma razão neutra de todos os tipos de ideologias para entender esse fato, fazendo recursos de todas as Ciências desenvolvidas escolhendo os  aspectos científicos e não ideológicos.

 O recurso da Biologia, se do ponto de vista da essência do ser humano, todos os humanos tem a mesma essência, então como entender o caminho em que uns transformaram em pessoas ruins e outros não.

 Temos que buscar a colaboração da Sociologia,  Filosofia, Política, Antropologia, Psicologia,  Economia, Teoria de Estado, em fim de todas as Ciências, mas não podemos fazer uso dos aspectos ideológicos de nenhuma dessas Ciências.

 Com efeito, a verdadeira razão é aquela que conseguem dialetizar os pontos positivos e não ideológico das diversidades das razões complexas em que se denomina esse mecanismo da segunda razão instruída.

  A verdadeira razão. A razão neutra, sua função é não deixar fazer usos de ideologias como se fossem Ciências e por outro lado, não deixar razões absolutas sobreporem em razões particulares, do mesmo modo, vice versa.

  O homem é quase que exatamente o seu meio com uma linguagem altamente padronizada ao seu tempo, as diversidades de outras realidades construídas na formulação da segunda razão a que denomino de neutra, é altamente sofisticada e de difícil construção.  O motivo da prevalência da alienação e da mistificação do senso comum como lógica imperativa a civilização.    

Edjar Dias de Vasconcelos.