O que seria a consciência tranqüila? É o esforço que nós fazemos para que determinadas maneiras de agir, atitudes e decisões, sejam justificadas de forma a nos livrar de qualquer culpa perante nossa própria consciência. Esta vendo como é fácil continuar vivendo; afinal quem não as tem? É impressionante como o ser humano tem uma capacidade incrível de ter fé naquilo que acredita ser aparentemente justificável. Esse exercício da justificativa faz cada vez mais do ser humano um ser individualista; ele cada vez mais não precisa de uma confirmação coletiva para sua consciência estar tranqüila porque precisa continuar vivendo e a burocracia desta consulta pode-se tornar muito pesada, implacável e acusadora, geralmente uma pedra em seu sapato. Para que consultar alguém se sou um ser consciente, estudado, preparado, informado, livre etc. Diante dessa condição se torna fácil chegar à conclusão da anarquia e deformidade mental que é este nosso mundo, já que todos sabem o que é certo ou errado sem qualquer preocupação com o bem comum. E assim quebram-se regras, contratos, acordos; desviam-se verbas;  apoderam-se de objetos; agem de forma sórdida, traiçoeira, ingrata, sem qualquer problema de consciência, afinal existe justificativa para que? Ah, não vamos consultar ninguém, a maioria é incompetente. Eu tenho a consciência tranqüila; mas vamos deixar isso continuar (para que arranjar problemas?), afinal a justificativa é a maior amiga dos ignorantes, pois sem ela, eles não sobreviveriam. Sou autor do livro O ser mais evoluído do mundo.