A consciência-de-si nasce de um desejo vivo, ou seja, desejar o desejo do outro enquanto desejo vivo, de outra consciência-de-si; originando o homem através de significado pela utilização da linguagem. Dentro dessa perspectiva, a relação entre o homem e as coisas é desejar conhecimento; relação entre homens é desejar reconhecimento. Para universalizar a linguagem têm-se a relação com o outro. Sem o outro minha existência não tem sentido.

Prosseguindo dentro dessa análise, encontra-se a chamada partilha do mundo na relação senhor - escravo. Nesse esquema o escravo passa a ser uma coisidade ou coisa-viva. Mas quando o senhor exerce o poder o escravo reverte a situação passando a trans-formar essa relação. O senhor passa a depender do escravo para poder exercer seu poder, visto que sem ele o senhor não é consciência-de-si. A liberdade só pode ser liberdade quando é efetiva. Fora disso temos as chamadas falsas saídas (ceticismo, epicurismo, cinismo e estoicismo), em forma de figura vista na consciência infeliz provocando uma cisão interior.

O pensamento é posto como universal. No homem essência e existência são simultâneas. A consciência crítica é diferente da consciência-de-si. O que temos que ver hoje é que a compreensão que a realidade humana é conhecimento. O senhor, a que nos referimos anteriormente, compartilha do mundo em que o escravo, a outra consciência-de-si, vive. O senhor quer do escravo reconhecimento, mas há uma inversão de valores que gera a insatisfação do senhor. Um eu que deixa de ser cogito para ser cogitamos.

A consciência é uma relação sujeito-objeto, onde todo pensamento é mediado, toda cultura é um bem compartilhado. Nós somos um entrelaçamento multilateral e polissêmico. Dentro das várias relações que o homem possui, ele vai tornar uma delas hegemônicas.

O formalismo kantiano inspirou os filósofos do século XX. O poder econômico é o único poder mundial. As ditaduras sul-americanas acabaram por pressão do capital volátil, e não pelo processo de redemocratização.

A visão holística vê tudo como complementação. A base é a harmonia, não existe conflito. No pensamento holístico as partes se integram. Mas o que se nota é a quebra desse pensamento, pois as partes não se integram, há uma tensão dentro do todo.

Segundo Sartre a existência precede a essência, pois, diz ele, que o homem primeiro existe e só com o tempo ele terá condições de formular a sua essência. Já Hegel diz que no homem a existência precede a essência em termo gnosiológicos, ou seja, em relação ao conhecimento. Kant diz que o eu é aquilo ou o que assiste todas as minhas afecções. O EU deve ser pensado como totalidade, como um vórtice de relações num entrelaçamento multilateral e polissêmico, como uma identidade mantida pela suprassunção.

A natureza, como principio, início, substância essencial que rege as ralações energéticas, relações essas que são forças, de caráter fisiológico enquanto organismo centrado em si mesmo (considerando-se sua evolução) passará por um processo de suprassunção com o espírito, que é a consciência-de-si enquanto vida. Comunicar com o outro implica uma construção simbólica.