A consciência como produto da evolução.

 Edjar Dias de Vasconcelos.

 A inteligência é produto da evolução, resultada da vida com a finalidade de agir sobre os objetos. Nessa perspectiva vamos entender a inteligência como mediação da razão construída.

  Em um determinado momento da evolução a inteligência humana estava em um ponto zero, completamente estagnada.  Essa é a hipótese principal dentro do mecanismo evolutivo.

 Antes de ser desenvolvida como uma questão de intelecto, a inteligência é química, como é a inteligência de qualquer animal. Existe uma inteligência amortecida, que não se desenvolve devido à falta da linguagem.  Refiro ao mundo particularmente não humano.  

 Portanto, para entender da vida, a razão tem que entender o sentido da evolução, é preciso necessariamente inventar um método, de pensamento que consiste em restabelecer uma situação natural da inteligência.

Existe um tipo de inteligência normal, muito reflexiva, aquela que é essencialmente construída, numa perspectiva de síntese, a partir da mesma, ao caminho da elaboração da hipótese, diria consciência empírica, resultada do mundo moderno.

O recurso utilizado por meio da intuição, o funcionamento da inteligência deve-se de certo modo, uma evolução natural e criadora articulada entre o fundamento da vida e a teoria do conhecimento.

 Para saber o que é a vida precisamos exatamente entender qual o sentimento que temos dos seres vivos. O que caracteriza o nosso eu, se é de fato uma variação perpétua de nosso estado de espírito.

 Ou tão somente, uma mudança irreversível e essencialmente quase imprevisível pelo qual criamos indefinidamente a duração do razão formulada, essência íntima da nossa existência.

O significado de cada coisa em questão. Qual o verdadeiro motivo do boi ter uma inteligência do ponto de vista neuronômico superior ao homem e viver no seu estágio permanente do instinto, quando a lógica da evolução de ambos é absolutamente semelhante.   

A resposta fundamental, o segredo de tudo está na linguagem, o surgimento da mesma, só foi possível por meio do desenvolvimento do bipedalismo, esse fenômeno levou a elaboração da fala pelo aperfeiçoamento das cordas vocais.

  Por outro lado, as mãos foram liberadas para produção de ferramentas, se um dos primatas não tivesse evoluído para o bipedalismo, jamais teria surgido o ser humano, seria eternamente apenas um primata primitivo.

Com efeito, dado a esse fenômeno, a pessoa articuladamente pode compreender a complexidade da natureza, os seres vivos, e, sua evolução, o universo é um todo em movimento.

 A  dinâmica da existência de cada parte, deve se a diversos fatores, necessários a lógica da evolução de qualquer princípio.

A vida na sua processualidade inventa sem cessar novas formas. Cada mudança que nela opera, ajudam seu ato criador, o que faz tudo ser de certa forma diferente.

 Os novos conceitos na definição da evolução, particularmente, das coisas que estão num permanente processo de desenvolvimento.  Tudo que existe no mundo, tem sua existência para evoluir.  Essa é a lógica primordial da natureza de qualquer princípio material.    

Qual é o grande problema da ciência, é que ela para ser ciência, procede de uma forma que isola a parte do todo, entende-se apenas a parte isolada.  A ciência trabalha com sistemas físicos fechados, reduz todo estudo a cálculos matemáticos do deslocamento de partículas imutáveis.

  Como reflete a epistemologia de Popper, não é correto adequadamente criar conceitos universais para experiências particulares, motivo pelo qual é necessário, com efeito, a permanente verificação.

 O que se dá pelo teste da resistência, ou seja, aplicação do principio da refutabilidade, Popper, se uma determinada teoria resistir a aplicação do teste a sua possibilidade de estar certa é muito grande. 

A primeira coisa que não se deve confundir, a respeito do homem, a relação dos seres vivos com as coisas inertes, ou qualquer realidade material, isso porque o ser vivo não reduz a uma realidade abstrata, principalmente ao homem em relação à questão da evolução.

  Sendo que o mesmo cumpre um conjunto de funções, seu traço fundamental é que o homem tem uma história. As coisas matérias não tem logicidades históricas a não ser que exista uma relação direta com o desenvolvimento do homem.

No homem o passado prolonga no presente, a memoria transforma de modo contínuo irreversível, como contribuidora da evolução e a mesma com a evolução de tudo que evoluiu.

 A vida determina se como consciência permanente, por sua dimensão criadora. Supera se os erros, pelos mecanismos das contradições objetivas do mecanismo.

A hipótese bem provável que é aceita ao meio científico, que refere ao conceito do transformismo, as chamadas gerações sucessivas das antagônicas espécies vivas pelo caminho da evolução.

 Se não fosse esse mecanismo, não existia absolutamente nada existente, nem mesmo o princípio da matéria.

A evolução leva a vida de certa forma dialética e constante por uma lógica continua que passa de um individuo ao outro, isso é essencialmente, objetivo, de uma geração a outra, ramifica-se e diversifica gerando formas absolutamente novas.

 O pensamento também tem esse mecanismo, ele é por natureza evolutiva, no entanto, o que diferencia o que é histórico, diversificado, pelo mesmo motivo na sua complexidade subjetiva.

 A  razão primordial dos paradigmas serem superados constantemente, sobretudo, naquilo que se  refere especificamente as ciências da natureza. 

A evolução pode ser pensada com base no modelo de vida da consciência que a cada instante cria alguma coisa, que nada no passado permitia prever, do mesmo modo, o futuro não poderá ser uma mera repetição, naturalmente daquilo que se conserva.

 Muito daquilo que se evoluiu, refere não apenas ao presente, é o que se deve entender aqui da lógica evolutiva, portanto, por outro lado, a respeito dos diversos aspectos.

  Não é mais possível entender a particularidade, é que no fundo existe uma dialética quase incompreensível dos meios não aptos às necessidades não comportadas na essencialidade de um mecanismo evolutivo na construção do pensamento, quando a base é meramente metafísica.  

Nem o mecanismo como lógica do fundamento, ou o finalismo permitem pensar a evolução, de um lado o mecanismo faz da evolução a resultante mecânica de causas antecedentes e atribuiu-se a novidade a simples recomposição de elementos já conhecidos, como se tudo isso fosse perfeitamente lógico, essa é uma ideia em questão.  

A evolução pode ser interpretada como a luta entre a consciência e a matéria, a vida é uma longa corrente de consciência, que esforça se para infiltrar na matéria, para organizar se nela, não existe consciência fora matéria, aliás, não existe nada fora dela, nem mesmo a energia.

O que é importante, a evolução não resume numa serie de adaptações ao meio de um mecanismo, muito menos a execução de um plano de conjunto, ela não tem finalidade porque não segue nenhum modelo preexistente.

 Ela é completamente sem sentido, do mesmo modo a consciência do ponto de vista lexicológica, um produto apenas em elaboração, mas não sabemos de fato, qual o ponto máximo, para o qual determina uma escolha. É simplesmente impossível essa hipótese.

 Edjar Dias de Vasconcelos.