Autora: Ludmila Pereira de Almeida

FICHAMENTO

KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. A coesão Textual. Editora Contexto, 2001

P. 9-“Ingedore Grunfeld Vilaça Koch nasceu na Alemanha e veio para o Brasil com quatro anos de idade. Adotou o Brasil como pátria, naturalizando-se brasileira. Formou-se em Direito pela USP e, mais tarde, obteve licenciatura plena em Letras. [...] É mestre e doutora em Ciências Humanas: Língua Portuguesa pela PUC/SP”.
P.10-continuaçao da “Autora no Contexto”
P.11-“A partir da descrição de fenômenos linguísticos inexplicáveis pelas gramaticas da fase-já que um texto não é simplesmente uma sequencia de frases isoladas, mas uma unidade linguística com propriedades estruturais especificas-, tais gramaticas têm por objetivo apresentar os princípios de constituição do texto em dada língua”.
P.12-“Beaugrande e Dressler – ...dando realce, no estudo da coerência e do processamento do texto, não só ao conhecimento declarativo, mas também ao conhecimento construído através da vivencia, condicionado sócio culturalmente, que é armazenado na memoria sob a forma de modelos cognitivos globais”
P.12 e 13-“Givón e outros estudiosos filiados a linha americana da Análise do Discurso- preocupados de um lado, com as formas de construção linguística do texto enquanto sequencia de frases, de outro lado com o processamento cognitivo do texto e, consequentemente, com o estudo dos mecanismos e modelos cognitivos envolvidos nesse processamento”.
P.13-“Van Dijk-...estudo das macroestruturas textuais e, em virtude disto, à produção de resumos; e ao das superestruturas ou esquemas textuais e, portanto, a questão da tipologia do texto”.
P.13-“Petröfi-...visando ao relacionamento entre a estrutura de um texto e a interpretação extradimensional do mundo que é textualizado em um texto, implicando, assim, elementos con-textuais e co-textuais”.
P.13-“Schimidt-Segundo ele, textualidade é o modo de toda e qualquer comunicação transmitida por sinais inclusive linguísticos”.
P.14-“A Linguística Textual toma, pois, como objeto particular de investigação não mais a palavra ou frase isolada, mas o texto, considerado a unidade básica de manifestação da linguagem, visto que o homem se comunica por meio de textos e que existem diversos fenômenos linguísticos que só podem ser explicados no interior de um texto”.
P.16-“...remete a toda a sequencia do texto sendo , pois, um elemento catafórico...remete para o enunciado anterior; é portanto anafórico...”
P.17-“...a coesão ocorre como quando a interpretação de algum elemento no discurso é dependente da de outro. Um pressupõe o outro, no sentido de que não pode ser efetivamente decodificado a não ser por recurso do outro”.
P.17-“A coesão , por estabelecer relações de sentido, diz respeito ao conjunto de recursos semânticos por meio dos quais uma sentença se liga com a que veio antes, aos recursos
semânticos mobilizados com o proposito de criar textos”.
P.18-“Para Beaugrand e Dessler(1981), a coesão concerne ao modo como os componentes da superfície textual-isto é, as palavras e frases que compõe um texto- encontram-se conectadas entre si numa sequencia linear, por meio de dependências de ordem gramatical”.
P.19-“...a coesão é altamente desejável, como mecanismo de manifestação superficial da coerência”.
P.20-“A referencia é exofórica quando a remissão é feita a algum elemento da situação comunicativa, isto é, quando o referente esta fora do texto; e é endofórica, quando o referente se acha expresso no próprio texto. Neste caso, se o referente precede o item coesivo, tem-se a anáfora; se vem após ele, tem-se a catáfora”.
P.21-“...a principal diferença entre substituição e referencia é que, nesta, há total identidade referencial entre o item pressuposto, ao passo que na substituição ocorre sempre alguma redefiniçao”.
P.22-“A elipse seria, então, uma substituição por zero: omite-se um item lexical, um sintagma, uma oração ou todo um enunciado, facilmente recuperáveis pelo contexto”.
P.22-“A reiteração se faz por repetição do mesmo item lexical ou através de sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos...”
P.23-“ A colocação ou contiguidade, por sua vez, consiste no uso de termos pertencentes a um mesmo campo significativo”.
P.24-“Como, porem, dois ou mais SNs precedentes podem, muitas vezes, preencher a condição de concordância em gênero e numero, sendo pois, candidatos potenciais a referentes de uma forma referencial, a decisão do ouvinte dependera não só da compatibilidade das instruções de sentido dadas pelo elemento de referencia, bem como sobre as predicações feitas sobre a forma referencial”.
P.25-“...Brown e Yule (1983), ao tratarem da coesão, apresentam como tipos de formas co-referenciais: formas repetidas; forma parcialmente repetida; substituição lexical; forma substitutiva; forma elidida. Citam também como forma de coesão, relações lexicais como hiponímia; colocabilidade; comparação; repetição sintática; consistência de tempos verbais; opções estilísticas adequadas ao registro, etc”.
P.26-“...à medida que um texto se desenvolve, o referente sofre mudanças de estado, de modo que sua descrição vai se modificando”.
P.27-“Tambem a coesão lexical, a meu ver, não constitui um mecanismo funcionalmente independente: o uso de sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos constitui uma das formas de remissão a elementos do mundo textual tendo ,pois, a mesma função coesiva das pro-formas...”
P.30-“...coesao referencial aquela em que um componente da superfície do texto faz remissão a outro(s) elemento(s) do universo textual. Ao primeiro, denomino forma referencial ou remissiva e ao segundo, elemento de referente ou referencia textual”.
P.31-“...a relação de referencia(ou remissão) não se estabelece apenas entre a forma remissiva e o elemento de referência, mas também entre o contexto que envolve ambos”
P.32-“Outro engano é pensar que há necessariamente a forma remissiva e o elemento de referencia, identidade de categoria e/ou função”
P.33-“As formas não-referenciais não fornecem ao leitor/ouvinte quaisquer instruções de sentido ,mas apenas instruções de conexão e podem ser presas ou livres”
P.34-“De um modo geral, o artigo indefinido funciona como catafórico, o artigo definido como anafórico...”
P.35-“São pronomes que exercem, segundo Kallmeyer et al.(1974), a “função artigo” a saber: demonstrativos; possessivos; indefinidos; interrogativos; relativo ”
P.36-“ Também os numerais podem exercer a “função artigo”, quando acompanham um nome dentro do SN”
P.37-“As formas não-referenciais livres são aquelas que não acompanham um nome dentro de um grupo nominal, mas que são utilizadas para fazer remissão, anáfora ou cataforicamente, a um ou mais constituintes do universo textual. A estes ficariam reservada a denominação genérica de “pronomes” ou de “pro-formas”
P.38-“Os demonstrativos(este, esse, aquele, tal, o mesmo)concordam em gênero e numero com o elemento de referencia[...]As formas(isto,isso, aquilo, o), por sua vez remetem, geralmente, a fragmentos oracionais, orações, enunciados ou a todo o contexto anterior”
P.39-“Eate,aquele,isto,aquilo, podem, ainda exercer a função localizadora, ou seja, podem dar ao leitor/ouvinte instruções sobre a localização dos respectivos referentes no texto”
P.40-“Os cardinais têm, muitas vezes, função localizadora”
P.41-“São formas remissivas do tipo: lá, aí, aqui, onde. Tais formas fazem remissão a grupos nominais dotados, via de regra, do traço semântico[+animado]”
P.42-“...às noções de tema (aquilo sobre que se fala) e rema (o que se diz sobre o tema, as predicações feitas sobre o tema)”
P.43-“Expressoes adverbiais do tipo: acima, abaixo, a seguir, assim, desse modo etc. São formas remissivas que atuam anafórica ou cataforicamnte, apontando, de modo geral, para porções maiores do texto”
P.44-“Algumas formas remissivas livres não-referenciais, verbos como fazer, tem sido denominados na literatura especializada de pro-formas verbais. Acontece, porem que tais formas remissivas não costumam vir isoladas e sim acompanhadas de uma forma pro-nominal do tipo: o mesmo, o, isto, assim, etc.; além disso não remetem a verbos apenas a verbos, mas todo o predicado, isto é , o verbo com seus complementos e adverbiais”
P.45-“As formas remissivas referenciais são aquelas que, além de tazerem instruções de conexão, fornecem indicações no nível da referencia”
P.46-“Trata-se de formas nominalizadas, através das quais se remete ao vrbo e argumentos da oração anterior”
P.47-“Resta lembrar que, em português, a elipse possui, com frequência, valaor referencial”
P.49-“ A coesão sequencial diz respeito aos procedimentos linguísticos por meio dos quais se
estabelecem, entre segmentos do texto, diversos tipos de relações semânticas e/ou pragmáticas, à medida que se faz o texto progredir”
P.51-“Ressalte-se, no entanto, que não existe uma identidade total de sentido entre os elementos recorrentes, ou seja, cada um deles traz consigo novas instruções de sentido que são acrescentadas as do temo anterior”
P.52-“...expressões linguísticas introdutórias de paráfrases, como: isto é, ou seja, quer dizer, ou melhor, em outras palavras, em síntese, em resumo etc”
P.53 e 54-“Assim, a recorrência de tempo verbal tem a função coesiva, indicando ao leitor/ouvinte que se trata de uma sequencia de comentário ou de relato, de retrospectiva ou zero, ou ainda, de primeiro ou segundo plano, no relato”
P.56 e 57-“...mecanismos de sequenciaçao frastica, que se constituem em fatores de coesão textual na medida em que garantem a manutenção do tema, o estabelecimento de relações semânticas e/ou pragmáticas entre segmentos maiores ou menores do texto, a articulação e ordenação de sequencias textuais”
P.58,59 e 60-“Danes(1970) procede a uma combinação das duas perspectivas com sua concepção de progressão temática, segundo ele, o “esqueleto” da estrutura textual, que pode ser de cinco tipos: progressão temática linear, com um tema constante, progressão com tema derivado, progressão por desenvolvimento de um rema subdividido, progressão om salto temático”
P.60-“ O encadeamento permite estabelecer relações semânticas e/ou discursivas entre orações, enunciados ou sequencias maiores do texto”
P.62-“Outro tipo de sinais de articulação são os conectores interfrásticos, responsáveis pelo tipo de encadeamento a que se tem denominado conexão ou junção”
P.65-“Os encadeadores de tipo discursivo são responsáveis pla estruturação de enunciados em textos, por meio de encadeamentos sucessivos, sendo cada enunciado resultante de um ato de fala distinto”
P.66-“Segundo Ducrot(1980), o operador MAS pode exprimir um movimento psicológico entre crenças, opiniões, emoções, desejos, ainda que implícitos, quando orientados em sentidos contrários”
P.69-“Charlles(1986)ressalta que o uso dos mecanismos coesivos tem por função facilitar a interpretação do texto e a construção da coerência pelos usuários”
P.70-‘Há na língua, formas que apenas efetuam encadeamento e outras que operam, ao mesmo tempo, remissão e encadeamento.