Começou o medo dos Homens. O tempo mudou, o céu escureceu... trovões, relâmpagos e vento, chegou a chuva iminente. As estrelas se esconderam; até o gato – amante da noite, ficou na janela ressabiado, sentindo o cheiro da chuva, olhando as árvores, onde as folhas se agitam...

O céu relampeja. Fecham-se as janelas, o frio arrepia e os Homens procuram proteção, no casebre e na mansão. A tempestade amedronta ousados senhores do nada... até os carros, seres sem vida, disparam alarmes com os estrondos, que clareiam a noite como dia.

Deus então mandou uma chuva branda e sorriu: do trovão já morrem de medo, imagina se desço a mão. São corajosos na calada na noite, na traição.

O medroso olhou pela janela e respirou aliviado: a chuva passou...