A casa de vidro

Mais uma vez, fecho todas as cortinas para não ver o sol nascer; mais uma vez, apago todas as luzes para minha dor não enxergar. No silêncio da minha casa de vidro, nada faz sentido até que você possa ver. Possa ver todos os móveis, a sala, os quartos e a cozinha; o pássaro preso na gaiola e as fotos mais antigas. Cada peça que compõe este meu ninho, prazer, esta é minha frágil casa de vidro.

É clara como a água pura, mas para esconder-me a torno turva como um grande rio em dia de chuva. Profunda e complexa como alguns livros, prazer esta é minha casa de vidro. Confusa e transparente, acalorada como uma taça de vinho, prazer esta é minha casa de vidro. Quero estilhaçar os vidros, levantar paredes de tijolos e torná-la forte, mas o vento sopra e sopra forte e n sendo digna de sorte, não me deixa caminhar. Quero um dia ver o sol e modificar os móveis para q tudo faça sentido. Poder acalmar as águas e n ser mais casa de vidro.