Pero Vaz de Caminha foi escritor de nacionalidade portuguesa e participou da esquadra, comandada por Pedro Álvares Cabrasl, que chegou ao Brasil em 1500. Sua função era de escrivão da esquadra.

A carta do descobrimento, também conhecida como "Carta de Pero Vaz de Caminha", redigida por ele e enviada ao rei de Portugal  D. Manuel I. Nesta carta ele relatou com detalhes a paisagem do liltoral do nordeste brasileiro em 1500, os índios que habitavam e os primeiros contatos entre portugueses e indígenas. É um das principais fontes históricas sobre o Descobrimento do Brasil. Assim, é considero o “marco zero” ou o pontapé inicial para a construção da história Brasileira após o descobrimento. O termo “descobrimento” é muito questionado hoje em dia, pois quando usado nos faz esquecer que estas terras já eram habitadas por índios.Na carta de Caminha estão também registradas as primeiras tentativas de manejar categorias para apreender esse outro ainda tão novo. Conforme apontam as notas ao texto, as duas mais importantes categorias europeias futuras, relativas à índia tanto a do "bom selvagem" quanto à do "selvagem inferior e bestial" (à qual se associou, muitas vezes, a característica “demoníaca") -, estão já sugeridas na carta. Caminha, portanto, construiu não só um inventário das diferenças entre europeus e índios, mas também insinuou categorias importantes para começar a pensar o diferente e com ele lidar.O texto do escrivão foi além. Reunindo o que viu às categorias que construiu, Caminha completou o ciclo: propôs ao rei, no final de seu texto, caminhos concretos para o aproveitamento do território e de seus habitantes, a saber: o desenvolvimento da agricultura e a cristianização dos índios. O escrivão viu o diferente, apreendeu-o segundo a sua própria mentalidade e, porque fez isso, foi capaz de dar o terceiro passo: sugerir ao monarca os caminhos do futuro, que eram os caminhos da desigualdade entre visitantes e habitantes, os caminhos da dominação portuguesa. Os acontecimentos descritos na carta - o tempo presente da chegada a terra - podiam incluir - como efetivamente incluíram - congraçamentos e danças coletivas entre navegadores portugueses e índios, além de atitudes legítimas de curiosidade, espanto e tolerância, profundamente humanas, por parte do escrivão ou de outros tripulantes, frente à terra bela e à sua gente agreste. Mas o futuro importava, e foi com o olho no futuro que Caminha escreveu sua carta.