A BOLA

Girando desde os primórdios,ela, a famosa bola,iniciou sua evolução.Entre o sentido lato e restrito há histórias fascinantes, jamais vivenciadas por um quadrado.
Jogo a bola para os filósofos,insuperáveis,ainda donos incontestáveis da bola,enxergaram-na inaugurando a concepção do redondo perfeito,linhas arredondadas...
O universo não consegue com eles jogar,ainda hoje são redondos demais.Ficamos na platéia passivos,assistindo a um jogo milenar onde eles ainda dominam.
Pega-se a bola o homem,gira,gira,marca gols de placa inúmeras vezes contra.Por ser considerar tão craque,gira em torno de si mesmo.Satisfaz o quadrado dominante abstrato,redondo no que é tangível.De tanto girar fica escravo do objeto.A criatura supera o criador.Que vício fatal!
Às vezes,num canto sem encanto,no vai e vem do balanço,solta a mão do menino e sobe pelo ar,entre galhos e pássaros se acomoda.Mas tão certo é,ela se encontrará.A esfera se fecha,as pontas se encontram.Valeu o jogo?
Ela está aí,brinquedo,perfeição,mundo.Os olhos são seus,únicos,veja-a como quiser:a bola.