A AVENIDA DAS MANGUEIRAS

A AVENIDA DAS MANGUEIRAS

 

Por: Wilamy Carneiro

 

Numa região seca e semiárida, algo impressiona na flora cearense e embeleza as ruas e avenida do Município de Sobral.

Como sabemos, o Ceará, estado da Região Nordeste, é uma região seca e árida conforme mostra o Clima e sua Geografia. A região é quente e seca, com variações pluviométrica que varia ente janeiro a junho, quando há inverno. Ao contrario, nos anos que não ocorrem essas chuvas na região, os meses ficam reduzidos em janeiro e fevereiro. Se não chover até 19 de março, "Dia do Padroeiro do Ceará - São José", é sinal de seca no estado.  O clima é marcado pela aridez e seca periódicas. Desde o período da Colonização, nosso povo tenta suprir as problemáticas e escassez da água.  

Destarte, um ato cívico de um bairro da cidade de Sobral, cidade que fica 235 km da capital cearense, veio repercutir e sensibilizar toda população. Nesse bairro, que está em expansão imobiliária, inaugurado aproximadamente cinco anos na cidade, adotou de implantar numa avenida, ou seja, “plantar” na via expressa que divide a avenida duzentas mudas de árvores.

Eventualmente, percebemos que em vias expressas dos municípios brasileiros, avistamos árvores de porte mediano e com características endêmicas da região. Ademais, as árvores plantadas nos canteiros e avenidas são árvores da própria região demográficas. Por outro lado, dificilmente não encontramos árvores frutíferas e frondosas nos canteiros e praças. Mas, aqui apostaram em plantar mudas de mangueiras, e digo foram plantadas mais de cem mudas que totalizando somei in loco mais de dois centos. Algumas não vingaram, claro.

O percurso para chegar na “Avenida das Mangueiras,” que aqui denominei tem uma peculiaridade entre si. Nossa região é semiárida e faz muito calor como descrevi anteriormente sobre nosso clima. Por isso, um fato que vem quebrando o tabu de muitos curiosos. E digo-lhes com precisão, Já encontramos na avenida bons frutos das frondosas mangueiras. Diante disso, alimentam os pássaros e mata a fome dos ribeirinhos, pedestres e transeuntes que moram na região rural.  

A Avenida que vos falo, recebeu o codinome de Avenida Maria da Conceição Pontes de Azevedo, que fica no Bairro Boa Vizinhança. O bairro é belo, aconchegante, com casarões modernos e bem arejados. Uma realização desafiadora para os grandes empreendedores. Afinal, apostaram e deu certo.

Em outrora, o local era uma fazenda de gado, que não faz muito tempo, nos idos anos 80 e 90, enquanto eu menino traquino perambulava de bicicleta para deixar o gado nessa região. Ali, onde hoje existe o bairro e a avenida existia apenas um descampado de mata virgem cheio de pé de carnaúba, jurema, pau-branco, cactos, catingueira. Hoje avistamos as frondosas mangueiras embelezando a avenida que separa o bairro, as ruas e os casarões.

Talvez, eu seja um mutante de época distinta, que embora não ter nascido na zona rural, descrevo a ambiguidade dessas duas fases e do clima cearense. A seca sempre foi presente na vida do sertanejo e na vida do cearense. Basta relembrar dos livros históricos descritos por escritores cearenses.  Entre eles Rachel de Queiroz, Domingos Olympio com a retirante na obra Luzia-Homem e outros nordestinos como Euclides da Cunha em “Os Sertões”. Dos relatos descritos dos retirantes em o “Cortiço”. ”Vida Morte Severina.” “O Quinze”. “Canudos.” Na história de Antônio Conselheiro em Quixeramobim e Bahia. A História do Cangaço na cidade de Crato, Juazeiro e Crateús.  

De uma parte na História do Brasil, relembro da frase de Pero Vaz de Caminha enviada ao rei Dom Manuel de Portugal, no ano de 1500, quando ele mesmo descreveu “Nesta terra, em si plantando tudo dá”. E aqui em Sobral, município do Ceará não é diferente. Alguém plantou e vingaram lindos “pés de mangueiras” com frutos para matar a fome e alimentar os pássaros e filhos de nossa terra.Comcomitantemente, embelezaram a via expressa com frondosas e belas árvores frutíferas. 

Basta acreditar!

 

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Wilamy Carneiro é historiador, especialista em Meio-Ambiente, tendo concluído o Curso na Universidade Estadual Vale do Acaraú em Sobral. Bacharelou em Direito no ano de 2013, pela Faculdade Luciano Feijão. É membro da ALMECE – Academia e Letras dos Municípios do Ceará. Patrono da Cadeira nº 97 do Município de Forquilha – Ceará. É poeta, escritor cronista e cordelista. Uma de suas paixões é escrever Literatura Popular em Cordel. Autor dos Livros “Einstein e Sobral – A Cidade Luz”. Em 2019 publicou na FLINAU – o livro “Sonhos do Amanhã – O Zé dos Sonhos”. No mesmo ano publicou na Casa de Cultura de Sobral o livro “Os Estados Unidos de Sobral.”  .