A AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

     As avaliações que acontecem nos anos posteriores a educação infantil partem das matérias: português, matemática, educação física, entre outras atribuindo notas aos alunos para que assim possam seguir passar de ano letivo. Porém na educação infantil a avaliação acontece de modo diferente, avaliamos – o todo da criança, como se deu o processo de ensino e aprendizagem, como ela se relaciona com o colega, e consigo mesma, suas percepções de mundo, como demonstra seus sentimentos e lida com as situações que lhe acontecem, entre outras. O foco não está meramente se consegue ou não escrever seu nome, ou contar, saber as cores, ou as letras do alfabeto, por exemplo. Claro que essas observações também são importantes, pois é por meio dela que o educador revê a sua práxis e ajusta para ajudar a criança, mas ele não se delimita apenas nessas observações.

    Partindo dessa premissa, o educador infantil tem que estar sempre estar observando e anotando no seu diário de campo suas percepções sobre cada criança, para que depois essas anotações possam contribuir para a construção do relatório de cada uma. Devemos levar em consideração também que o relatório da educação infantil serve para orientar o próximo professor e os pais sobre como ocorreu o desenvolvimento da criança no decorrer do ano letivo. Assim, a observação diária é o instrumento principal para que o educador consiga fazer uma avaliação coerente com a criança. Além de observar as crianças nesse processor o educador deve também observar sua prática e como ele vem colocando em prática seus aprendizados, quando essas duas andam alinhadas a possibilidade de avanço das crianças é ainda maior, pois o professor não fica estagnado, ou pior ainda, acredita que o problema são as crianças.

  Dessa forma, o foco não está nos aspectos negativos da criança e sim nos avanços e quais medidas podemos continuar tomando para que ela avance cada dia mais. Por isso é importante também o educador estar estudando sobre as fases de desenvolvimento das crianças, para que não confunda uma fase já esperada pela idade com mal comportamento por exemplo. Sendo assim, o foco da avaliação é sempre a criança, e tentar corrigir ou mesmo rotular a criança como sendo briguenta, ciumenta, implicante, entre tantos outros adjetivos que acabam sendo intitulados nas crianças e que de maneira alguma contribuem para o desenvolvimento delas. Pois quando o profissional está comprometido com avanço e desenvolvimento das crianças, compreende que ela é um ser ímpar, com suas singularidades, desejos, anseios e respeita o seu tempo e até o seu entendimento sobre infância faz diferença nesse processo de construção da avaliação.

    Afinal, as crianças já foram consideradas miniadultas, em que não tinham voz, e deveriam fazer apenas o que lhe era solicitado, atualmente essa realidade vem se transformando, mas ainda precisamos continuar estudando para que as mudanças continuem reverberando na sociedade. Quando compreendemos que as crianças são como nós, e estão em fase de desenvolvimento que são necessárias para o seu processo de crescimento, paramos de culpa-las por diversas situações e começamos a mudar a nossa atitude para com elas. Dessa forma, é notório observar que a nossa concepção de educação, de infância e como percebemos cada criança na sociedade, tendo em vista que cada uma tem suas particularidades e ainda aprendermos como se dá seu ensino aprendizagem e consequentemente atuarmos nos pontos que a criança pode melhorar, pode sim afetar na construção do relatório. Vale ressaltar que não há como padronizar um modelo de relatório, pois como já sabemos cada criança é única, tem o seu tempo e tem saberes diferentes, sendo assim impossível fazer e todos iguais.

Professoras da Rede municipal de educação de Rondonópolis, Andreia Paula de Oliveira, Daiane Cristina da Silva, Fabiani Dias dos Santos, Vânia Silveira de Souza.