Em 31 de outubro de 1517, o monge agostiniano Martinho Lutero (1483-1546) prega na porta da Igreja de Wimtterbeg, suas 95 teses, que tinham como objetivo refutar os ensinos das indulgencias, questionar a infalibilidade papal e mostrar que todos os homens e mulheres são pecadores (Cairns, 2008). Trazendo então ensinamentos sobre o verdadeiro perdão dos pecados que está somente na fé em Cristo Jesus. 

            Sustentada em cinco pilares, as ideias da reforma protestante, resgatavam, princípios fundamentais da doutrina cristã. Sendo os reformadores, profetas que uma vez mais, anunciaram a vontade Divina nos púlpitos, vilarejos e cidades, apregoando as mensagens da Sagrada Palavra, que são: Somente a Fé, Somente a Escritura, Somente Cristo, Somente a Graça e Somente a Deus a Glória (Cairns, 2008). 

            Ao imaginarmos um contexto onde as "doutrinas" das indulgencias haviam retirado a mensagem pura e simples do evangelho da boca dos clérigos. Ensinos heréticos baseados no perdão dos pecados por meio de pagamentos, compra de objetos ditos sagrados ou palavras de homens, que era a infalibilidade dos escritos do papa, ou tratando suas bulas, como infalíveis e sagradas. Tais ensinamentos renegavam os princípios das Sagradas Escrituras como Palavra inspirada por Deus, única regra de fé, infalível e apta para discernir, interpretar e revelar o caminho da salvação aos seres humanos por meio da graça.   

            Os princípios da reforma norteiam os pioneiros Gunnar Vingren e Daniel Berg, que ao fundar a Assembleia de Deus no Brasil, em 1911, tem estes pilares e a mensagem do batismo com o Espírito Santo como base dos sermões e escritos, aonde o Espírito Santo os levassem em todo território brasileiro. E passado 106 anos, de fundação, onde também comemorasse os 500 anos da reforma protestante, o desafio de uma nova reforma surge para essa geração, em ambientes diferentes, mas o contexto das heresias e modismo se assemelham aos ensinos que naquela época trouxeram erros e atos incompatíveis com a Palavra de Deus. 

            Na contemporaneidade, encontramos cultos que tem ênfase em mensagens de autoajuda, um suposto evangelho que tem a arrecadação financeira como balança para pesar a fé, e reuniões com características de eventos mundanos, e não na reverência e comunhão com o Senhor Jesus Cristo. Outros desprezam os dons espirituais e não trazem mais a mensagem de poder, santificação e arrebatamento como essenciais para a Igreja. 

            Havendo uma gama de comunidades, Igrejas históricas e até pessoas utilizando o nome da Assembleia de Deus, para enganar, defraudar e apregoar falsos milagres e ensinos que remetem a glória de homens ou mulheres, o nome das instituições ou aos eventos realizados. Desprezando assim a mensagem que somente a Deus a Glória. Sendo um tempo que se fala muito em ecumenismo ou paz entre as religiões. Mas também havendo um desprezo aos valores da família e que pautam uma sociedade baseada na ética e na moral. 

            Como haver paz entre os homens, se não existe a paz com o Senhor? Se no Senhor está a verdadeira Paz? Pois somente é possível a paz do Senhor em nossas vidas, se seguirmos seus ensinamentos e o adorarmos em Espírito e em verdade. Não se conformando com este mundo, mas transformando pela renovação do vosso entendimento, pela fé que há em Cristo Jesus (Rm 12.1). Neste novo momento, os pastores e obreiros devem estar preparados para anunciar a mensagem que aprendemos desde nossos pais, que Jesus Cristo cura, liberta, salva, batiza com o Espírito Santo e em Breve Voltará. 

            Essa é mensagem que renova crentes, Igrejas e salva vidas. A mensagem pura e simples do evangelho, que tem em sua essência, a unção do Espírito, que convence os seres humanos do pecado, e opera poderosamente no corpo de Cristo. Realizando maravilha e prodígios por meio da fé. Sendo a Palavra nosso guia, Cristo nossa Esperança, a Graça de Deus nossa salvação, a Fé a semente que gera frutos eternos e tudo que fizermos a Deus toda Glória, para sempre, amém.

 

Referência Bibliográfica

 CAIRNS, Earle E. O Cristianismo através dos séculosVida nova, São Paulo, 2008.