A árvore Das Folhas De Ouro
Publicado em 26 de novembro de 2007 por Marcelo Cardoso
Não sei se devo contar ou se devo guardar esse segredo só para mim ... Minha vontade é contar, mas tenho medo ... dos ecologistas e dos curiosos, porque os primeiros podem me acusar de fomentar a destruição das árvores e os segundos talvez a destruam mesmo, para colecionarem as suas folhas douradas ...
Não sei o que fazer ... Sinto-me como Humberto de Campos num conto que intitulou “Chuta Porqueirinha” ... É uma estória verídica em que Humberto de Campos se reporta à sua infância, quando êle tinha mais ou menos 7 anos de idade ...
Êle fôra convocado para jogar no time infantil oficial da sua cidade, com camisa, meias, chuteira e tudo o mais a que tinha direito ... E como era natural, ficou contentíssimo ... Entrou no campo e começou a correr de um lado para o outro, até que chutaram a bola para êle e, só então é que êle se deu conta de como a bola era grande ou, talvez, de como êle ainda era pequeno ...
Êle olhou para o gol do time adversário e percebeu que êle estava muito longe e que talvez o seu chute não tivesse força suficiente para fazer com que a bola chegasse até lá e, então, pensou em passar a bola para o seu companheiro que estava um pouco mais à sua direita mas, de súbito, pensou também que se êle fizesse isso, o seu companheiro é que chutaria para o gol adversário e, então, êle perderia a oportunidade que estava nos seus pés ...
E ficou nessa indecisão, balançando de um lado para o outro, até que alguém gritou para êle:
* “CHUTA, PORQUEIRINHA!” ...
E o grande Humberto de Campos, já velho, disse que essa frase marcou profundamente a sua vida ... e que foi talvez a maior verdade que já lhe disseram a seu respeito porque, na sua vida inteira, êle não passara mesmo é de um “PORQUEIRINHA” ...
Diante das situações de decisão, êle sempre ficava assim ... Não sabia se chutava ou se não chutava ... Se passava ou se não passava a bola ... E agora, aqui estou eu também dando uma de “PORQUEIRINHA” : sem saber se conto ou se não conto a verdade sobre A ÁRVORE DAS FOLHAS DE OURO , com medo de que possam arrancar todas as suas folhas ...
Mas eu resolvi chutar ! ... E danem-se os ecologistas e os colecionadores ...A responsabilidade há de ser de cada um ! ... Se cada pessoa só tirar uma folhinha, como eu fiz, para guardá-la dentro de algum livro, isso certamente não destruirá a árvore e se alguém, ao procurá-la, encontrá-la muito desfolhada, que tenha o bom senso de esperar para que cresçam mais folhas nela, porque seria profundamente injusto que eu guardasse esse segredo só para mim ...
A ÁRVORE DAS FOLHAS DE OURO existe mesmo ! ... De verdade ! ... Ela é uma saponácea que fica na Praia dos Frades, quase chegando na Ponta da Imbuca ... No barranco que desce para a praia ... Por cima, as suas folhas são verde-escuro, da cor de um musgo, mas por baixo elas são completamente douradas e brilham como ouro quando refletidas ao Sol ... É um achado para todas as crianças e também para os adultos que ainda guardam dentro de si a criança que já foram um dia ... E eu sou um deles: adulto-criança e “PORQUEIRINHA”, como aprendi com Humberto de Campos ...
Não sei o que fazer ... Sinto-me como Humberto de Campos num conto que intitulou “Chuta Porqueirinha” ... É uma estória verídica em que Humberto de Campos se reporta à sua infância, quando êle tinha mais ou menos 7 anos de idade ...
Êle fôra convocado para jogar no time infantil oficial da sua cidade, com camisa, meias, chuteira e tudo o mais a que tinha direito ... E como era natural, ficou contentíssimo ... Entrou no campo e começou a correr de um lado para o outro, até que chutaram a bola para êle e, só então é que êle se deu conta de como a bola era grande ou, talvez, de como êle ainda era pequeno ...
Êle olhou para o gol do time adversário e percebeu que êle estava muito longe e que talvez o seu chute não tivesse força suficiente para fazer com que a bola chegasse até lá e, então, pensou em passar a bola para o seu companheiro que estava um pouco mais à sua direita mas, de súbito, pensou também que se êle fizesse isso, o seu companheiro é que chutaria para o gol adversário e, então, êle perderia a oportunidade que estava nos seus pés ...
E ficou nessa indecisão, balançando de um lado para o outro, até que alguém gritou para êle:
* “CHUTA, PORQUEIRINHA!” ...
E o grande Humberto de Campos, já velho, disse que essa frase marcou profundamente a sua vida ... e que foi talvez a maior verdade que já lhe disseram a seu respeito porque, na sua vida inteira, êle não passara mesmo é de um “PORQUEIRINHA” ...
Diante das situações de decisão, êle sempre ficava assim ... Não sabia se chutava ou se não chutava ... Se passava ou se não passava a bola ... E agora, aqui estou eu também dando uma de “PORQUEIRINHA” : sem saber se conto ou se não conto a verdade sobre A ÁRVORE DAS FOLHAS DE OURO , com medo de que possam arrancar todas as suas folhas ...
Mas eu resolvi chutar ! ... E danem-se os ecologistas e os colecionadores ...A responsabilidade há de ser de cada um ! ... Se cada pessoa só tirar uma folhinha, como eu fiz, para guardá-la dentro de algum livro, isso certamente não destruirá a árvore e se alguém, ao procurá-la, encontrá-la muito desfolhada, que tenha o bom senso de esperar para que cresçam mais folhas nela, porque seria profundamente injusto que eu guardasse esse segredo só para mim ...
A ÁRVORE DAS FOLHAS DE OURO existe mesmo ! ... De verdade ! ... Ela é uma saponácea que fica na Praia dos Frades, quase chegando na Ponta da Imbuca ... No barranco que desce para a praia ... Por cima, as suas folhas são verde-escuro, da cor de um musgo, mas por baixo elas são completamente douradas e brilham como ouro quando refletidas ao Sol ... É um achado para todas as crianças e também para os adultos que ainda guardam dentro de si a criança que já foram um dia ... E eu sou um deles: adulto-criança e “PORQUEIRINHA”, como aprendi com Humberto de Campos ...