Antônio Carlos Cavalcante dos Santos[1]

Gerdevane Silva de Jesus[2]

Caracterização

Consiste em despertar no aluno a consciência de que por trás de todo conhecimento empírico há um conhecimento filosófico. 

Fundamentação Teórica

A experiência filosófica a partir da vivência cultural de um povo poderá fazer com que o aluno tome consciência de que o ato filosófico não se restringe apenas ao trabalho sistemático de livros ou conceitos enciclopédicos, que estão para além da realidade na qual está inserido, mas o qual poderá criar seu próprio objeto de reflexão filosófica para melhorar sua existência. Em função disso Lima nos fala ( 2005, p.1)” oportunizar estudos e vivências sobre a cultura em sua diversidade aos estudantes nas várias realidades culturais, poderia significar o desenvolvimento de potencialidades individuais que possam ser determinantes e significativas a sociedade”.

A escola do ensino médio, dessa maneira pode contribuir para que os alunos promovam o desenvolvimento estético por intermédio da experiência na qual vivem os alunos, utilizando aquilo que é especifico da cultura deles para promover o desenvolvimento  cognitivo dos seus alunos fazendo com que os educandos ao entrarem e contato com os elementos de sua cultura que antes eram relegada, possam agora sentir um profundo respeito por Lea em função do seu significado para vida deles e assim a arte possa possibilitar novas formas de aprendizagem para vida. Conforme os PCN (2000,p.45), “ na escola de ensino médio, continuar a promover o desenvolvimento cultural e estético dos alunos  com qualidade, no âmbito da educação básica pode favorece-lhes o interesse por novas possibilidades de ações, de trabalho com a arte para o longo da vida”.

Através disso é impossível não concebermos a arte como um mecanismo de ensino e aprendizagem já que a mesma nos leva a compreensão do ser humano e da sua cultura e por isso ela é um mecanismo tão importante para obtenção de êxito na relação de ensino e aprendizagem. Conforme Morin ( 2003, p.57) “ a desintegração de uma cultura sob o efeito destruidor da dominação técnico-civilizacional é uma perda para toda humanidade, cuja diversidade cultural constitui o mais precioso tesouro”.

Dito isso, não estamos negando de modo algum a relevância dos textos filosóficos para o ensino aprendizagem do aluno, contudo, demonstramos que essa experiência com a arte regional possibilitará o crescimento intelectual do aluno. Como acrescenta Ledur (2012, p. 3) “a área da arte tem potencial para provocar transformações necessárias no campo da educação, tornando s práticas de ensino aprendizagem mais significativa para o professor e aluno”. Nessa perspectiva podemos perceber que existe uma ligação naturalmente clara e profunda entre a concepção de arte e teoria para com o modo do professor na sala de aula, pois este, nesse processo interativo usará dos elementos que são da cotidianidade do aluno como forma de violenta-lo intelectualmente, ou seja, guia-lo para descobrir a melhor forma de relacionar-se com o mundo. Nesse contexto acrescenta Danto (2006, p. 197) “que ele terá uma visão de mundo e de viver no mundo”.

Outro autor que corrobora com a ideia de que arte tem  o papel de transformar a vida na sociedade é Dewey, pois para este a arte é uma característica irredutível da via, ou seja, uma negociação consciente entre o eu e o mundo. “ A arte é a prova viva e concreta de que o homem é capaz de restabelecer conscientemente e, portanto no plano do significado, a união entre sentido, necessário, impulso e ação que é característica do ser vivo” ( Dewey, 2010 p.93).

Nessa visão o conhecimento se dá através da relação entre experiência passada com as novas experiências que são vivenciadas no dia a dia, pois essas experiências são profundas em uma única unidade, dando ao aluno o poder de conectar as realidades vivenciadas em todas as circunstâncias de sua vida. Para o autor essa relação entre experiência vivida irá incitar o aluno a desenvolver sua imaginação criativa. De acordo com essa afirmação Lima acrescenta que (2002, p.4) “arte pode favorecer abordagens diversas da cultura no processo educativo e uma relação criadora com outras disciplinas, uma vez que a própria arte possui uma dimensão interdisciplinar”.

Objetivo Geral

Despertar nos alunos o interesse pela filosofia a partir do contato com a arte regional.

Objetivos Específicos

  1. Demonstrar as implicações da arte regional para o desenvolvimento do ensino-aprendizagem da filosofia no Ensino Médio.
  2. Promover um debate em sala de aula;
  • Avaliar individualmente a participação dos alunos a partir do conteúdo proposto.   

Especifico da filosofia

O ensino da arte na filosofia tem como pressuposto fazer com que o aluno possa por intermédio da arte desenvolver sua capacidade de conectar saberes que não se restrinja apenas a uma disciplina especifica, mas que o aluno possa intercambiar conhecimentos que possam favorecer a vida nas suas múltiplas dimensões existências, como por exemplo: política, cultural, econômico, social, religioso e afetivo.

Etapas:

O prazo para o cumprimento das etapas metodológicas será de quatro semanas, sendo “uma aula por semana”.   

Aula expositiva: slides, vídeos, músicas,

  1. No primeiro dia será realizada uma aula expositiva através de slides, vídeos, músicas e bibliografias pertinentes em que será apresentada aos alunos a relação existente entre a Arte Regional e a Filosofia.

Roda de conversas: ouvir histórias regionais “contadas pelos alunos”

  1. No segundo dia será feito uma roda de conversa com o intuito de ouvir as histórias regionais que os alunos conhecem.

Atividade impressa: identificar nas imagens a cultura regional amazônica.

  1. No terceiro dia será aplicada uma atividade impressa, onde os alunos deverão identificar nas imagens apresentadas, a cultura regional amazônica.

Debate: a partir do conteúdo apresentado e da atividade desenvolvida os alunos devem caracterizar a relação existente entre a Arte Regional e a Filosofia.

  1. No quarto dia será promovido um debate no qual, a partir do conteúdo apresentado e da atividade desenvolvida os alunos deverão caracterizar a relação existente entre a Arte Regional e a Filosofia.
  2. Entrevista com os familiares dos estudantes na busca de comparações de épocas diferentes em relação às músicas, às brincadeiras e aos jogos tradicionais possibilitando a contextualização e o resgate dos mesmos.

 Para melhor compreendermos as etapas metodológicas desta estratégia, podemos nos remeter, por exemplo; as músicas das festas de São João.  Nessa fase o professor levará a música para o fórum da discussão com o intuito de que os alunos possam desvelar a mensagem oculta que música quer transmitir.

Recursos:

  • Data show;
  • Livros;
  • Pincel,
  • Quadro branco;
  • Apagador;
  • Computador;

Espaço/tempo: Esse nosso trabalho será realizado no ambiente escolar, em sala de aula; o tempo previsto para realização dessa atividade é de 45 minutos, a cada aula.

Avaliação: Avaliação consiste de acordo com os resultados apresentados pelos alunos diante do tema proposto na sala de aula. Com isso esperaríamos o “feedback” daquilo que foi possível ser apreendido  por eles. Sendo que na avaliação formal seria exigido um texto dissertativo para avaliarmos se houve realmente algum impacto desse trabalho em sua vida.

Limites: Um dos limites que mencionamos para execução dessa estratégia é a falta de elementos programáticos que possibilite a realização dessa estratégia. Outro não menos importante seria a figura do professor como um mero orientador para que os alunos exercitem sua autonomia intelectiva frente aos conhecimentos que serão experênciados.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Secretária de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares Nacionais: arte. 2. Ed. Rio de Janeiro: D& A, 2000.

DEWEY, John. Arte como experiência. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

DANTO, Athur C. Após o fim da Arte: Arte contemporânea e os limites da história. São Paulo: Odysseus Editora, Vozes, 2006.

MORIN, Edgar. Os Sete Saberes Necessários à educação do futuro. Tradução Catarina Eleonor F. da Silva e Jeane Sawaya; Revisão técnica de Edgar de Assis de Carvalho. 8º Ed. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2003.

LUDER, R, R. Arte Contemporânea e experiência estética no Ensino da Arte. Disponível em: < htpp:// WWW.ucs.br/etc/conferências/ índex. php/anpedsul/paper/view File/1966/763>. Acessado em 15/04/15.

LIMA, E.H.M. A arte- no processo de ensino- aprendizagem  através da cultura popular. Disponível em: <htpp://portal. mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/cienciah.pdf. > Acessado em: 15/04/15

 [1] Acadêmicos do 5º Período do Curso de Licenciatura  em Filosofia da Faculdade Salesiana Dom Bosco.