Reduzir custos, está muito mais ligado ao lado cultural do que estratégico da empresa. Quando algo se torna apenas estratégico, se busca alcançar determinado resultado em determinado período de tempo. Geralmente, essas ações são implementadas na maioria dos casos em momentos de crise. Já partindo pelo lado cultural, independentemente de crise ou não, a busca pela redução de custos se torna natural no dia a dia da empresa. É algo que já se encontra em seu DNA. É espontâneo.

No entanto, antes que qualquer custo seja reduzido ou extinto, é necessário se fazer uma análise criteriosa a respeito. Todo e qualquer movimento deve sempre se atentar para não abalar a qualidade final do produto ou serviço a que o custo se refere. A regra é: fazer mais, com menos e melhor. Todavia, cabe ressaltar que, o custo da não qualidade, sempre irá existir. O que se deve fazer é minimizá-lo o quanto se conseguir. Em resumo, a busca deve estar focada na eliminação de desperdícios e não no que se refere somente a redução de custos.

A redução em pequenos custos tais como: o cafezinho, lanches, material de escritório e outras pequenas regalias, podem até não ter muita representatividade no montante final dos custos. Porém, se trata muito mais como uma forma de se envolver a todos no processo de redução, uma vez que, tais ações atingem a todos diretamente, desde os mais baixos cargos até os maiores. É uma forma de provocar todos os colaboradores a caminharem juntos em uma nova linha cultural dentro da empresa.

Um bom trabalho de redução de custos deve seguir alguns critérios. São eles:

  1. É um trabalho árduo e oneroso. Portanto, procure não acelerar o processo em demasia;
  2. Ações para redução de custos devem ser baseadas em números;
  3. Não corte custos das contas que trazem dinheiro para a empresa, como por exemplo, reduzir o orçamento do setor de vendas;
  4. Desenvolva novos fornecedores. Comprando bem, se vende bem;
  5. Se a meta é crescer, os custos vão aumentar. É inevitável;
  6. Se seu objetivo é criar uma cultura implacável de combates a custos, dê importância a todos os custos, sejam eles grandes ou pequenos;
  7. Cada processo da empresa tem seus produtos, sejam finais ou intermediários. Sendo assim, aplicar a técnica de Análise de Valor proporciona definir a relação custo/benefício do produto, o que levará a concluir que muitos destes produtos nem são mais necessários e como decorrência, seus processos também não;
  8. O corpo gerencial da empresa precisa se preocupar e acompanhar a contabilização dos custos que estão sob sua responsabilidade, não deixando esta tarefa a cargo somente dos contadores;
  9. É preciso organizar o lançamento dos custos de tal maneira que seja possível conhecer perfeitamente sua natureza e sua fonte geradora;
  10. Compreenda claramente a natureza dos custos, uma vez que, custos cujas naturezas sejam diferentes, necessitam de ações diferentes para combatê-los.

Vale colocar aqui também que, todo projeto de redução de custos enfrenta alguns obstáculos iniciais. São eles:

  1. Desconhecimento do comportamento dos custos em função do tempo;
  2. Falta conscientização dos setores produtivos no que se refere a reavaliação de todos os seus processos produtivos de forma contínua;
  3. Focar em somente reduzir custos e não na eliminação de desperdícios;
  4. Entender que, toda melhora de produtividade tem ligação direta com a redução de custos. É o famoso: fazer mais, com menos;
  5. Começar os trabalhos sem apontar claramente o estado atual dos custos e o estado desejado a se alcançar;
  6. Não vislumbrar que, a organização do trabalho é uma riquíssima fonte de oportunidades no corte adequado de custos e principalmente na visualização de desperdícios;
  7. Propostas de cortes horizontais de custos, ou seja, propor percentuais de redução de custos sem ter realizado uma análise mais aprofundada do cenário. A esse movimento dá se o nome de Corte Burro de custos.

O segredo para a lucratividade está na redução de custos. A nova economia exige isto. No entanto, devemos reduzir nossos custos sem:

  1. Desestruturar nossas equipes;
  2. Sufocar nossos orçamentos, e;
  3. Enfraquecer a empresa a longo prazo.

Atacar os custos se torna obrigatório para qualquer empresa que tenha como objetivo alavancar sua competitividade. O mercado está cada vez mais pulverizado pela concorrência. O preço de venda está cada vez mais fixo, com isso, a lucratividade depende de um rigoroso controle de custos.

Não se pode depender única e exclusivamente do mercado no que se refere a formação do preço final do produto ou serviço oferecido. É preciso focar a maior parte da energia interna da empresa na busca de alternativas inteligentes e eficazes que possibilitem produzir com qualidade e com custos cada vez menores.