Jucelena Azevedo¹

RESUMO

Sabe-se que para algumas pessoas aprender a ler e escrever é um tanto complexo e confuso, mas é uma habilidade essencial para nossa vivência em sociedade. Ser alfabetizado e de preferencia letrado é algo muito importante para nossa formação, por isso, a necessidade do aluno que se encontra no terceiro ano do ensino fundamental, está dominando essa habilidade. Por isso, a pesquisa se justifica, em desenvolver e estimular a aprendizagem da leitura e da escrita, solucionando problemas relacionados ao atraso na aprendizagem destes alunos. Assim, contudo que foi pesquisado e observado pode-se concluir que respondendo ao objetivo de estudo da pesquisa que foi descrever algumas ações que são realizadas, para promover a aprendizagem da leitura e da escrita com os alunos do terceiro ano do Ensino Fundamental. Pode-se sugerir que as escolas públicas e privadas criem espaços de leitura específicos, recheados de elementos lúdicos e de materiais que estimulem sua interpretação, com o desejo de conhecer novos mundos trazidos pela leitura, ampliando sua interpretação visual e escrita. Paralelamente a isso, sugerir também que os professores tenham uma pequena biblioteca em sala de aula permitindo que os alunos manuseiem os livros de seu interesse ao concluir suas atividades ao invés de ficarem com tempo ocioso dentro de sala.

Palavras-chave: Aprendizagem, Leitura, Escrita, Aluno, Terceiro Ano e Ensino Fundamental.

Objetivo Geral: Descrever algumas ações que são realizadas para promover a aprendizagem da leitura e da escrita com os alunos do terceiro ano do Ensino Fundamental. Tanto nos aspectos teóricos, como os práticos, facilitando a aprendizagem.

Objetivos específicos: 1. Mostrar algumas práticas de ensino que contribuem para formação de leitores; 2. Relatar algumas atividades que favorecem o desenvolvimento da língua portuguesa; e 3. Analisar possibilidades que os alunos podem ter com o conhecimento do processo de leitura e de escrita.

INTRODUÇÃO

Conforme leituras sobre o assunto pode-se afirmar que as dificuldades de aprendizagem são comuns no ambiente escolar uma vez que os alunos precisam se apropriar cotidianamente de um grande conjunto de conhecimentos determinados pelo currículo escolar e que são considerados essenciais para sua formação, devendo ao final do bimestre ter se apropriado de no mínimo 60% dos conteúdos ensinados pelo professor. (FREIRE, 1982).

Na medida em que o aluno apresenta algum tipo de limitação que não lhe permite entender as mediações promovidas pelo educador, terá grandes problemas uma vez que todo o processo educacional é regido por testes que constatam se conseguiu ou não efetivar sua aprendizagem. Caso não tenha aprendido, estará fadado à reprovação e ao fracasso escolar que, geralmente, culmina no abandono da escola sem que tenha concluído ao menos o ensino fundamental.

Para algumas pessoas aprender a ler e escrever são um tanto complexos e confusos. Contudo, é uma habilidade essencial para nossa vivencia em sociedade. Ser alfabetizado e de preferencia letrado é algo muito importante para nossa formação, por isso a importância do aluno que se encontra no terceiro ano do ensino fundamental, estar dominando essa habilidade.

Assim, a alfabetização visa desenvolver e estimular a aprendizagem da leitura e da escrita nos alunos.

Portanto, é preciso lembrar que a leitura e a escrita não podem virar algo mecânico, e apenas feito quando a escola obriga, é importante que seja um ato prazeroso para o aluno, por isso é preciso desenvolver mais que habilidades, e sim o gosto e a vontade por estes dois elementos.

A metodologia utilizada para a elaboração desta pesquisa fundamentou-se em pesquisas bibliográficas capazes de relatar o que distintos autores já analisaram sobre esta temática, bem como os reflexos trazidos pelas dificuldades de aprendizagem ao longo do processo de alfabetização e, sobretudo, as possibilidades para reduzi-las.

 

PRÁTICAS DE ENSINO QUE CONTRIBUEM PARA FORMAÇÃO DE LEITORES

 

O gosto pela leitura é despertado pelo próprio professor que incentiva o aluno ao aproximar-se dos livros. Ou seja, para formar leitores, é preciso que o mediador desse processo se interesse por livros de tipos variados e que compartilhe suas descobertas e aprendizagens.

 

Para facilitar a formação de leitores, é necessário que o professor se apresente como leitor, atualizado e participante. É fundamental que os alunos vejam seu professor envolvido com a leitura e com o que se conquista através dela.

 

Assim, Freire (1982, p. 8) afirma que: “Aprender a ler não é uma atividade natural, para a qual o aluno se capacita sozinho. Entre livros e leitores há importantes mediadores. E o mediador mais importante é o professor, presença fundamental na história de cada um dos alunos”.

 

Cabe ao professor o papel de desenvolver no aluno o gosto pela leitura através de uma aproximação significativa com os livros. Cada professor, de acordo com sua história de leitura e as necessidades de seus alunos, tem condições de avaliar o melhor caminho a ser traçado.

 

Porém, para que haja êxito na formação do leitor, é preciso efetuar uma leitura estimulante, reflexiva, diversificada, crítica, ensinando os alunos a usarem a leitura para viverem melhor.

 

O professor no trabalho com a leitura, segundo Neves (2007, p. 14) é:

 

Aquele que apresenta o que será lido: o livro, o texto, a paisagem, a imagem, a partitura, o corpo em movimento, o mundo. É ele quem auxilia a interpretar e a estabelecer significados. Cabe a ele criar, promover experiências, situações novas e manipulações que conduzam à formação de uma geração de leitores capazes de dominar as múltiplas formas de linguagem e de reconhecer os variados e inovadores recursos tecnológicos, disponíveis para a comunicação humana presentes no dia-a-dia.

 

O educador deve saber o quanto sua prática e ação em sala de aula são importantes e que sua mediação motivará ou não o aluno à prática da leitura.

 

Conforme leituras sobre o assunto pode-se relatar, que o primeiro passo para a formação do hábito da leitura na escola diz respeito à seleção de material, que deve servir para informação e recreação, e não ser imposto como obrigação, uma vez que a passagem pela escola, muitas vezes, é a única oportunidade que o aluno tem de entrar em contato com a leitura.

 

Nesse espaço, o professor é um dos maiores responsáveis por desenvolver a prática da leitura em seus alunos, fornecendo-lhes livros e outros materiais de leitura, indicações bibliográficas, abrindo-lhes, enfim, o universo da leitura. Há que se refletir também sobre o papel da escola na sistematização e utilização das múltiplas linguagens.

 

A importância do ler e escrever chega, então, por diversos meios, aos professores das diferentes áreas para que reflitam sobre suas práticas e promovam um novo esforço em direção à leitura e à escrita como conhecimentos privilegiados pela sociedade.

 

Assim, destaca-se a importância do trabalho com a leitura nas mais diversas áreas e não apenas na disciplina de Língua Portuguesa, pois os professores da escola participam da mesma grande tarefa: a formação de novos cidadãos para um mundo cada vez mais exigente quanto à qualidade da leitura.

 

Para Neves (2007) uma das atividades que se mostra eficiente entre os alunos, na aplicação da leitura, foi a de promover perguntas dos alunos sobre um texto.

 

Na atividade de leitura de história em quadrinhos, há atividades prévias à leitura do texto, ocorrendo referência aos aspectos da linguagem verbal e não verbal do texto e ao contexto em que o material da história em quadrinhos escolhida será produzido.

 

É notória a importância de propiciar situações em que “se trabalha” a leitura e outras em que simplesmente “se lê”. Na escola, as duas devem estar presentes, pois são relevantes.

 

Faz-se necessário também que o professor articule diferentes situações de leitura como: oral, coletiva, individual e silenciosa, compartilhada; e que encontre os textos mais adequados para alcançar os objetivos delineados para cada momento. O fundamental é conseguir que a atividade de leitura seja significativa para os alunos, corresponda a uma finalidade que eles possam compreender e compartilhem.

 

Antes de iniciar o trabalho com a leitura, o professor deve refletir na complexidade que o caracteriza e na capacidade que os alunos têm para enfrentar – de sua maneira – essa complexidade. Dessa forma, o professor passará a observá-los e oferecer ajudas adequadas para que superem os desafios que envolvem a atividade de leitura.

 

Para isso o professor deve escolher textos que sejam mais adequados aos alunos para que o entendimento da leitura seja produtivo, mas também outros de leitura complexa, que orientados pelo professor permitam tornar o diálogo possível.

 

Deve-se garantir também que o leitor compreenda o texto, mesmo que vá sendo orientado para construir uma ideia sobre seu conteúdo, extraindo dele o que lhe interessa, de acordo com seus objetivos. Isto pode ser feito através de uma leitura individual, que permita avançar e retroceder de forma que o aluno pense, recapitule, relacione a informação com o conhecimento prévio, formule perguntas, decida o que é importante e o que é secundário.

 

Este é um processo interno do aluno, mas que deve ser ensinado, ou seja, o professor orientará sua leitura e interpretação, ensinando-lhe assim, estratégias para a compreensão dos textos. Estas estratégias encaminharão a construção de uma interpretação para o texto, tornando o leitor consciente do que entende e do que não entende, para procurar resolver o problema que lhe surge. As estratégias devem auxiliar o leitor a escolher outros caminhos quando se defrontar com problemas na leitura.

 

Motivar para a leitura consiste em planejar muito bem a tarefa de leitura, escolher com critério os materiais que serão utilizados, dar ajudas prévias a alunos que possam necessitar, e evitar situações de concorrência entre os alunos, utilizar sempre que possíveis situações de uso real da leitura e deixar o aluno avançarem em seu próprio ritmo, construindo sua própria interpretação.

 

É importante que o professor oriente nas pesquisas que devem realizar e a utilização dos recursos disponibilizados como localizar livros, informações; selecionar, registrar e tomar notas do que lê. Na aplicação dessa atividade, segundo Neves (2007) é visível a dificuldade que a maioria dos alunos têm de fazer uma pesquisa na biblioteca com autonomia. Mais uma vez as orientações da professora mostraram-se indispensáveis para o entendimento dessa atividade.

 

Diversas pesquisas sobre a realidade da leitura no Brasil mostram o perfil de grande parte dos profissionais da educação como não leitores. A imprensa algumas vezes divulga o baixo grau de letramento dos professores.

 

No entanto, não há como contestar que todo professor deve ser leitor, pois sua formação e práxis exigem tal condição. Portanto, é necessário aprimorar as ações de leitura que já vêm sendo desenvolvidas na escola, com subsídios teóricos aos professores, buscando melhorar suas ações docentes a partir da leitura.

 

Isso porque a experiência do professor como leitor é um dos elementos imprescindíveis no trabalho que desenvolverá em sala de aula com o objetivo de formar novos leitores.

 

ATIVIDADES QUE FAVORECEM O DESENVOLVIMENTO DA LÍNGUA PORTUGUESA

 

Conforme o que relata nos Parâmetros Curriculares Nacionais (1998, p. 22) “Ao professor cabe planejar, programar e dirigir as atividades didáticas, com o objetivo de desencadear, apoiar e orientar o esforço de ação e reflexão do aluno, procurando garantir uma boa aprendizagem”.

 

Pode-se considerar o ensino e a aprendizagem de Língua Portuguesa, como prática pedagógica, resultantes da articulação de três variáveis: • o aluno; • os conhecimentos com os quais se opera nas práticas de linguagem; e a mediação do professor.

 

O aluno é o sujeito da ação de aprender, aquele que age com e sobre o objeto de conhecimento. O segundo elemento o objeto de conhecimento são os conhecimentos discursivo-textuais e linguísticos implicados nas práticas sociais de linguagem. E o terceiro elemento é a prática educacional do professor e da escola que organiza a mediação entre sujeito e objeto do conhecimento.

 

Assim, o objeto de ensino e, portanto, de aprendizagem é o conhecimento linguístico e discursivo com o qual o sujeito opera ao participar das práticas sociais mediadas pela linguagem. Organizar situações de aprendizado como: planejar situações de interação nas quais esses conhecimentos sejam construídos e/ou tematizados; organizar atividades que procurem recriar na sala de aula situações enunciativas de outros espaços que não o escolar, considerando-se sua especificidade e a inevitável transposição didática que o conteúdo sofrerá; saber que a escola é um espaço de interação social onde práticas sociais de linguagem acontecem e se circunstanciam, assumindo características bastante específicas em função de sua finalidade: o ensino.

 

POSSIBILIDADES QUE OS ALUNOS PODEM TER COM O CONHECIMENTO DO PROCESSO DE LEITURA E DE ESCRITA

 

Cordeiro (2005, p. 10) afirma que “enquanto lê, o indivíduo interage, dialoga com o texto que tem à sua frente, ativando uma série de operações mentais e estratégias de leitura”. Formar um leitor crítico requer um trabalho diferenciado por parte dos professores.

 

O material selecionado deve ser adequado ao interesse dos alunos e deve estimular o gosto pela leitura. É interessante também que o professor, antes de tudo, seja um leitor crítico e capacitado a ensinar.

 

Assim, o processo de ensino-aprendizagem terá um obstáculo a menos a ser vencido. Para Jolibert (1994) apud Cordeiro (2005, p. 12): “Ensinar é ajudar alguém em seus próprios processos de aprendizado”. Se ensinar é ajudar alguém, o professor de língua portuguesa deve, então, ter em mãos um material adequado ao ensino de leitura e compreensão textual.

 

Como antecipa a referida autora, “não se ensina uma criança a ler”: é ela quem se ensina com a ajuda do professor, de seus colegas, dos instrumentos da aula e também de seus pais. Cada criança possui seus próprios processos, seus obstáculos e dificuldades a vencer.

 

 A leitura propicia uma interação entre o conhecimento prévio do leitor e os dados fornecidos pelo texto. Conscientes disso, os alunos compreenderão suas próprias estratégias de leitura, ou seja, “o quê” e “como” fizeram para alcançar a compreensão de um texto.

 

“Leitor maduro é aquele para quem cada nova leitura desloca e altera o significado de tudo o que ele já leu, tornando mais profunda sua compreensão dos livros, das gentes e da vida”. LAJOLO (1993) apud CORDEIRO (2005, p. 15).

 

A leitura começa na percepção do objeto pelos olhos através de um movimento não linear. Grande parte da mensagem daquilo que lemos é inferida ou adivinhada, levando a crer que a leitura é um “jogo de adivinhações”, como afirma Goodman (1991) apud Cordeiro (2005).

 

Independentemente do objetivo de leitura e do tipo de tarefa, os alunos podem utilizar estratégias de leitura, operações utilizadas para abordar o texto, as quais podem ser cognitivas (operações inconscientes) e metacognitivas (passíveis de controle consciente, pois partem do senso comum). São as estratégias que particularizam a construção do sentido da leitura, uma vez que ler exige a ativação de diferentes competências e esquemas apropriados. Trata-se do conhecimento de cada leitor trabalhando de forma ativa e determinando como o texto será compreendido. (Cordeiro, 2005).

 

Outra possibilidade que os alunos podem ter na estratégia cognitiva utilizada na leitura é a previsão. É constituída pela habilidade do leitor em prever e antecipar o que ainda está por vir. Baseia-se tanto nas informações explícitas como nas inferidas, de modo que o leitor, no decorrer do processo, dificilmente tem consciência se determinado conteúdo estava explícito ou se foi inferido.

 

CONCLUSÃO

Contudo, pode-se concluir que no contexto educacional a aprendizagem é o objeto de interesse de todos os profissionais que atuam e organizam o funcionamento das distintas instituições de ensino, sobretudo, dos professores que precisam abordar os conteúdos curriculares e se utilizar de métodos de ensino diversificados para facilitar a aprendizagem de seus alunos.

Ao delimitar seu planejamento e as práticas metodológicas a serem utilizadas para direcionar o processo de alfabetização dos alunos matriculados nas primeiras séries do ensino fundamental, é de grande importância que este profissional considere seus distintos ritmos de desenvolvimento, dificuldades e potenciais estabelecendo um processo de ensino que estimule a todos.

Por isso, é de fundamental importância que o professor alfabetizador possua os conhecimentos necessários para identificar os fatores que limitam o desenvolvimento de seu aluno, encontrando as metodologias de ensino que mais se adéquam as suas necessidades.

Portanto, respondendo ao objetivo de estudo da pesquisa que foi descrever algumas ações que são realizadas, para promover a aprendizagem da leitura e da escrita com os alunos do terceiro ano do Ensino Fundamental.

Pode-se sugerir que as escolas públicas e privadas criem espaços de leitura específicos, recheados de elementos lúdicos e de materiais que estimulem sua interpretação, com o desejo de conhecer novos mundos trazidos pela leitura, ampliando sua interpretação visual e escrita.

Paralelamente é possível sugerir que os professores tenham uma pequena biblioteca em sala de aula permitindo que os alunos manuseiem os livros de seu interesse ao concluir suas atividades ao invés de ficarem com tempo ocioso dentro de sala.

 

REFERÊNCIAS

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclo do ensino fundamental: língua portuguesa. Brasília: MEC, 1998.

CORDEIRO, Isabel Cristina. Argumentação e Leitura: a importância do conhecimento prévio. UEL: PG, 2005.

FREIRE, Paulo. Da leitura do mundo à leitura da palavra. Leitura: teoria e prática. Porto Alegre: Mercado Aberto, Nov. 1982.

GOODMAN, Kenneth S. “Unidade na leitura – um modelo psicolingüístico transacional”.  Letras de Hoje. nº 26, dez 91. p. 09-41. 

JOLIBERT, Josette e colaboradores. Formando crianças leitoras. Porto Alegre, Artes Médicas, 1994.

LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo, Ática, 1993.

NEVES, Iara Conceição Bitencourt; SOUZA, Jusamara Vieira; SCHÄFFER , Neiva Otero et al. (orgs.). Ler e Escrever: compromisso de todas as áreas. 8. ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2007.

VOIDGINSKI, Vanessa. Aprendizagem na Alfabetização de alunos do 3º ano do Ensino Fundamental. Monografia. Universidade do Paraná: Medianeira, 2013.

 

  1. Graduanda em Pedagogia pela Faculdade de Estudos Sociais Aplicados de Viana-FESAV. Artigo publicado com avaliação na Disciplina De Didática 1 da Professora Doutora Monique Ferreira Monteiro Beltrão.