A AFETIVIDADE NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM: “Um Caminho de Sucesso e Superação”.

JOSÉ SÉRGIO DA CUNHA

RESUMO:

            Esse artigo possui por meta enfatizar com precisão a importância da afetividade no processo da aprendizagem, evidenciando o fato de que a presença do afeto consiste numa excelente ferramenta notavelmente benéfica para auxiliar no processo de aprender, o qual para clarificar tal fenômeno consultou-se vários autores no assunto, como Piaget, (1971), Vygotsky, (1996), Wallon, (2007), entre outros.

ABSTRACT

This article is aimed at emphasizing how important the importance of non-process learning, evidencing or evidence that a presença do affect is an excellent ferramenta notably beneficial to help not learn, or to clarify such phenomenon consult several authors no subject, like Piaget, (1971), Vygotsky, (1996), Wallon, (2007), among others.

INTRODUÇÃO

A afetividade é uma ação muito intensa e complexa de que o ser humano pode participar, ela é a mistura de todos os sentimentos como: amor, motivação, ciúme, raiva e outros, e aprender a cuidar adequadamente de todos nas emoções é que vai proporcionar ao sujeito uma vida emocional plena e equilibrada.

Considerando o fato de que todo desenvolvimento cognitivo representa também a constituição de um sujeito. A criança seja em casa, na escola, em todo lugar, está se constituindo como ser humano, através de suas experiências com o outro naquele lugar, naquele momento. A construção do real acontece, através de informações e desafios sobre as coisas do mundo, mas o aspecto afetivo nesta construção continua, sempre, muito presente.

A escolha deste tema surgiu da continua evidência de que a afetividade implica em um elemento de suma significância no processo de aprendizagem, de acordo com muitas pesquisas que foram realizadas em torno desse fenômeno. A literatura acadêmica demonstra que a este fenômeno, perante a realidade da escola, favorece de maneira significativa quanto ao processo de ensino e aprendizagem.  

Portanto uma vez que a afetividade consiste num dos aspectos da tendência   humana bastante significante no processo de desenvolvimento intelectual e da pessoa na sua plenitude, a qual costuma ser evidenciada por meio dos anseios, sonhos, fantasias, expectativas, palavras, gestos, ações e pensamentos, conferindo-lhes sentido e significado.

E mesmo estando tão presente em toda dinâmica humana, a afetividade não tem recebido a devida importância nos estudos e ciências atuais. Ela tem sua função na vida. Sendo elemento que atua em todos os aspectos, está em constante interação no desenvolvimento humano, podendo causar prazer ou desprazer.

A afetividade impulsiona o homem a agir, pensar, inteirar-se com o meio e com os outros indivíduos e se manifesta através de emoções, que vem frequentemente acompanhada de reações orgânicas e de sentimentos, estes mais duradouros. A afetividade, além de ser um aspecto inseparável da cognição, é elemento necessário para que a estrutura cognitiva passe a operar. Para Davis (2000, p.84) “influencia a velocidade com que se constrói o conhecimento, pois, quando as pessoas se sentem seguras, aprendem com mais facilidade”.

Um outro fator merecedor de análise, conforme Freud (1969¨), é que existe vários fatores que contribuem para que a criança se aproxime de uma maneira positiva ou negativa a alguém de acordo com as representações que ela mesma desenvolve nessa relação de cuidados e o processo de ensino e aprendizagem, não deixa de ser uma forma de cuidar.

Indo de encontro as ressalvas de Freud (1913), quando alega que a familiaridade presente entre a psicanálise e educação surgiu há bastante tempo, no momento em que este psicanalista deu forte evidência de que se envolveu com a pedagogia tendo por objetivo contribuir para um maior entendimento para os professores quanto ao progresso sócio educacional dos indivíduos.

 I CAPITULO

DEFININDO AFETO NO APRENDER

Para (CODO & GAZZOTTI, 1999: 48-59), a afetividade implica num item essencial para o desenvolvimento do indivíduo, que é uma reunião de fatos que são evidenciados que se fazem presente nas emoções diversas que fazem parte da rotina humana. Essa definição de afetividade é justamente o centro dessa pesquisa dissertativa, onde começará por meio da afirmação de Galvão (1999), ao deixar claro que as mais diversas emoções são demonstrações da nossa vida cotidiana.

            Quanto ao afeto na construção da aprendizagem, convém ressaltar de acordo com Wallon (apud Almeida, 1997, p.51), afeto e o potencial cognitivo formam uma parceria de muito valor quanto ao ato do aprender e assim poder chegar ao sucesso no processo de ensino e aprendizagem.

A afetividade e potencial cognitivo são intimamente ligados, havendo uma supremacia quanto ao potencial cognitivo.  Como alega Dantas (1992):

 

“Ao longo do trajeto elas alternam preponderâncias, e a afetividade reflui para dar espaço à intensa atividade cognitiva assim que a maturação põe em ação o equipamento sensório-motor necessário á exploração da realidade”. 22 Revista Didática Sistêmica, ISSN 1809-3108, Volume 4, julho a dezembro de 2006. Dessa forma “a afetividade depende, para evoluir de conquistas realizadas no plano da inteligência e vice-versa” (DANTAS, 1992a: 90).

 

             E assim conforme salienta Wallon, (1986), não é possível poder pensar em uma única postura corporal que garanta a atenção em qualquer atividade, porque às vezes, são as mudanças na posição do corpo que proporcionam melhor e maior atenção na atividade desempenhada pela criança. Percebe-se que uma série de fatores, ao longo do desenvolvimento da criança, contribuem para sua formação enquanto ser social.

           E assim fica evidentemente comprovado que o afeto está intimamente ligado ao aprender.

II CAPITULO

O AFETO BEM EMPREGADO FAZ AS DIFICULDADES SEREM VENCIDAS

Quanto aos sentimentos, como a ansiedade, a raiva, a culpa e a tristeza estão de acordo com a psicanálise, segundo Pedroza (1993), relacionadas aos afetos negativos. Apesar da temática cognição e afetividade serem consideradas de modo separado pela psicologia tradicional, as emoções e os sentimentos dos alunos não se dissociam no processo ensino-aprendizagem, pois beneficiam a ampliação do desenvolvimento cognitivo.

O desenvolvimento afetivo depende, dentre outros fatores, da qualidade dos estímulos do ambiente para que satisfaçam as necessidades básicas de afeto, apego, desapego, segurança, disciplina e comunicação, pois é nessas situações que as crianças constroem suas relações afetivas com outros. Um forte exemplo é o relacionamento entre mãe e o seu bebê, onde se constroem as primeiras evidências de afeto, as quais irão ser de muita relevância no progresso do indivíduo.

 Em seus postulados, Arantes (2003) esclarece que a carência afetiva origina muitos  fatores que danificam o desenvolvimento global da criança, tanto na esfera física como psíquica. Essa carência pode ser coligada pela inaptidão do sujeito em conservar trocas afetivas habituais com outros seres humanos. Segundo ela, esses indícios diagnosticados na escola são decorrentes de uma desordem na relação mãe-filho, pois tanto a carência como o exagerado cuidado favorece a origem de problemas emocionais graves na criança pequena. Como alega Arantes, (2003):

 

 “O desvinculamento do seio da mãe poderá desencadear sintomas de angústia e mal-estar que variam conforme a sua idade, grau de dependência dos pais e, principalmente, quanto a natureza dos cuidados maternos. Essa angústia revela uma relação emocional e afetiva normal entre a mãe e a criança, pois retrata uma quebra no processo de afetividade que vem sendo construído por ambas”, (ARANTES 2003, p.46)

 

No domínio da compreensão do autor supracitado a carência afetiva materna não só produz choque imediato, mas deterioração progressiva, tanto mais grave, quanto mais longa e precoce for a carência. Essa deterioração é um processo evolutivo que pode culminar numa desintegração da personalidade, como também provocar distúrbios sérios na área somática.

 

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

 

Para elaboração desse artigo, fizemos uso de uma metodologia bibliográfica e também qualitativa, onde se aplicou questionários referente a importância da afetividade como mecanismo facilitador no processo da aprendizagem.  Por outro lado, a própria natureza da investigadora se identifica com este instrumento de investigação ‒ o questionário.

Porém, a escolha do questionário está também justificada por este instrumento de trabalho ter sido utilizado nesta área de pesquisa, como afirma Vygotsky (1996, p. 115), contribuindo para que assim, se possa analisar com precisão o fenômeno em estudo, tendo em mente que as relações com o mundo real, do qual faz parte, o indivíduo desenvolve um aprendizado significativo muito antes de entrar na escola.

               Enfatizando assim que a afetividade realmente consiste num mecanismo de melhoria tanto na sala de aula como em muitos outros ambientes, nos fazendo lembrar das sábias colocações de Paro, (1993), ao enfatizar que de maneira efetiva:

“Parece haver, uma incapacidade de compreensão por parte dos pais, daquilo que é transmitido na escola; por outro lado, uma falta de habilidade dos professores para promoverem essa comunicação, (PARO, 1993, p. 68).

             Portanto uma das melhorias no desempenho do aluno pode estar na prática da afetividade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos fatos aqui evidenciados fica claro que um dos fatores significantes para levarmos ao sucesso educacional, aqueles a quem atendemos. Essa relação é manifestada a partir do convívio dentro do ambiente escolar.

A relação sócio afetiva é de fundamental importância para a formação da sociedade em geral, pois ensinará a todos viver em harmonia e ser inseridos com respeito e empatia necessária no ambiente onde atua bem como melhorará o cotidiano educacional, onde irá fazer parte deste ambiente sadias relações sócio afetivas. Lembrando que todo e qualquer ambiente precisa de relações sócio afetivas positivas, a quais infelizmente no âmbito escolar, tem sido negligenciada. Alguns fatores que evidenciam a negligência quanto a tais relações, são a falta de disciplina, a ausência de empatia familiar, a falta de respeito de muitos pais e responsáveis, como também a ausência de interesses de alguns profissionais que fazem parte do ambiente escolar.

Todos esses elementos podem conduzir tanto o professor como os educandos a chegar a total defasagem na prática de boas relações sócio afetivas.

A ausência de boas relações afetivas, pode conduzir muitos dos educandos ao fracasso escolar, uma vez que por falta deste tão significante fator, muitos perdem a vontade de ir adiante nos estudos, gerar a falta de respeito, a falta de disciplina necessária, baixa autoestima e outros problemas educacionais. 

Enfim, em virtude de tais relações sócio afetivas ser a essência do sucesso educacional de muitos, não adianta investir apenas em equipamentos físicos: biblioteca, laboratórios, quadra esportiva e auditório, dentre outros.

Portanto deve ser feito um forte investimento tanto no professor, como nos demais profissionais da educação, nos alunos e nas famílias destes, para que dessa forma possamos melhorar as relações sócio afetivas e assim aprimorar o processo de ensino e aprendizagem.  

 

REFERÊNCIAS

           

ALMEIDA, A. R. S. (1997) A emoção e o professor: um estudo à luz da teoria de Henri Wallon. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 13, n º 2, p. 239-249, mai/ago.

ANTUNES, C. A afetividade na escola: educando com firmeza. Londrina: Maxiprint, 2006.

ARANTES, Valéria Amorim. et al. Afetividade na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 2003. CURY, Augusto Jorge. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.

ARENA, D. A literatura ensino fundamental como produção cultural e como instrumento de iniciação da criança no mundo da cultura escrita. São Paulo: Cortez, 2015.

VYGOTSKY, Lev S. Teoria e método em psicologia. São Paulo: Martins Fontes, 1996. WADSW.