O turismo vem sendo valorizado cada vez mais como atividade econômica capaz de gerar riquezas e promover a distribuição de renda. Nesse cenário, é inegável o potencial brasileiro para essa atividade, pelo expressivo acervo de bens paisagísticos, naturais, culturais e sociais. Contudo, o País ainda não obteve as condições ideais, sustentáveis e inclusivas de modo a permitir o acesso de todos à experiência turística.

            O turismo corresponde a uma atividade dinâmica, que necessita de um amplo conjunto de prestadores de serviços, a fim de satisfazer seus clientes, porém questões como a acessibilidade ainda passam despercebidas quando se trata do turismo. Hoje o país possui uma ampla gama de leis, decretos e normas sobre a acessibilidade para as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, que infelizmente, na maioria dos estabelecimentos, não são cumpridos.

            Conforme os dados do IBGE (2010) foram registrados cerca de 45,6 milhões de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida no Brasil, passando a ser alvo de atenção por parte dos governantes.

            Antes mesmo dos dados revelados pelo IBGE, em 2004 o Governo Federal assinava o Decreto Federal nº 5296 que permitiu que pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida pudessem ter o direito de fazer turismo como mais um meio de inclusão social. Porém, ainda hoje existem muitas incoerências em torno da temática, o que faz com que as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida enfrentem sérios obstáculos no que tange o turismo acessivo.

            A questão fundamental sobre tal aspecto corresponde ao fato de que as pessoas que compõem a população com algum tipo de deficiência ou mobilidade reduzida, cada vez mais estão inseridas na sociedade, se utilizando praticamente de todos os serviços oferecidos pelo mercado, porém a identificação desse grupo ainda não é registrada ou é simplesmente ignorado, por se pensar que um determinado estabelecimento não recebe este tipo de cliente.

            Tal situação insere-se entre os desafios que a sociedade brasileira contemporânea ainda enfrenta em relação às questões da desigualdade social.

            A acessibilidade não pode mais ser tratada de forma improvisada, pois as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida necessitam de adaptações nas estruturas físicas dos estabelecimentos turísticos que venham a minimizar os efeitos da falta de acesso livre ao espaço. Os estabelecimentos turísticos precisam entender que as pessoas com deficiência estão cada vez mais crescendo, tornando-se um mercado que não pode mais ser esquecido pelos empreendedores.

            Desse modo o Brasil não se pode considerar ainda como um país turisticamente acessível, principalmente pela carência de ações conjuntas entre poder público e privado. Por outro lado, também não se pode negar que a acessibilidade esta cada vez mais vem sendo revista, passando a ser tratada de maneira mais holística, considerando todas as suas interfaces e sua abrangência, repensando assim a inclusão social como decorrência da acessibilidade.