Ribeiro Suely ¹

                                                                                          Nome do Orientado ²              

                                                RESUMO

Crianças com dificuldades de aprendizagem geralmente apresentam desmotivação e incomodo com as tarefas escolares gerados por sentimentos de incapacidade, que leva á frustração. Desenvolvimento humano e sobre a aprendizagem, e de estudiosos sobre as dificuldades e problemas de aprendizagem das crianças. Pensar em todos os alunos, enquanto seres em processo de crescimento e desenvolvimento e que vivenciam a discriminação por suas dificuldades, buscando atendê-los em sua especificidade, é tarefa essencial dos educadores.

     A sala de aula é pensada, neste estudo, como um espaço mais amplo para se poder ir além do ensinar a ler e escrever; um espaço apropriado ao desenvolvimento pleno das potencialidades de cada aluno; um lugar de pesquisa, um instrumento valioso para formação da personalidade, na convivência, no afeto, na organização do pensamento, na resolução de problemas. Essa busca precisa deixar de ser um sonho para ir se tornando realidade e temos cidadãos alfabetizados, letrados e aptos para interagir na sociedade.

Palavras chave:  Educação, Aprendizagem, Dificuldades

INTRODUÇÃO

Ao analisar as dificuldades de ensino e aprendizagem, o seu processo e as suas dificuldades, foi buscada uma área em que abrangesse e tratasse desse problema, encontrando soluções.

Deste modo, através de inúmeras pesquisas, surgiu um novo campo, sendo ele, a “Psicopedagogia”.

A Psicopedagogia é uma área própria que busca conhecer o sujeito de uma forma completa, com todas as suas limitações e dificuldades, para intervir no foco em que o indivíduo consiga desenvolver seus aspectos cognitivos, sociais e afetivos.

A Psicopedagogia não representa uma aplicação da psicologia à pedagogia, sendo específica em sua área de atuação.

De acordo com PAIN (1992) a Psicopedagogia está preocupada em fortalecer os procedimentos sintéticos do ego do indivíduo, e deste modo, facilitar o desenvolvimento das funções cognitivas.

De acordo com KIGUEL (1990) a Psicopedagogia é um campo de saber relativamente novo que surgiu na fronteira entre a Pedagogia e a Psicologia. Encontrando-se em uma etapa de preparação de um corpo teórico específico, buscando à integração das ciências pedagógica, psicológica, fonoaudiológica, neuropsicológica e psicolingüística. Seu campo de saber situa-se onde se processa a relação de ensino e de aprendizagem.

Neste sentido, FERNÁNDEZ (1991) complementa que se configura a partir da interação do organismo/corpo/inteligência/desejo na relação com o outro.

A Psicopedagogia como sendo uma área específica apresenta objetivos próprios, sendo o processo de ensino e de aprendizagem do ponto de vista da saúde e da educação.

Ao analisarmos o desenvolvimento dos indivíduos em nossa sociedade atual, podemos perceber que muitos possuem certas dificuldades ao aprender, que muitas vezes são passadas despercebidamente, dificultando assim o desenvolvimento pleno do indivíduo, e muitos desses indivíduos ao se verem nesta situação, sentem-se impedidos de crescer, vindo a mais tarde desistir da escola, levando assim, ao fracasso escolar, que este é uma das mais graves dificuldades tanto econômicas quanto sociais, no qual nos deparamos.

Pain (1981, citado por Rubinstein, 1996) afirma que quando um indivíduo possui certa dificuldade ao aprender, seria como um sintoma, e este exerce

certa função de caráter prático de modo tão integrado como o ato de aprender, podendo ser determinado por fatores orgânicos, fatores específicos, fatores psicógenos e fatores ambientais.

Para considerar o que é Dificuldade de Aprendizagem a National Joint Committee of Learning Disabilities, em Fonseca, 1995, p. 71, nos diz:

Dificuldades de aprendizagem (DA) é um termo geral que se refere a um grupo heterogêneo de desordens manifestadas por dificuldades significativas na aquisição e utilização da compreensão auditiva, da fala, da leitura, da escrita e do raciocínio matemático. Tais desordens, considerando intrínsecas ao indivíduo, presumindo-se que sejam devidas a uma disfunção do sistema nervoso central, podem ocorrer durante toda a vida. Problemas na auto-regulação do comportamento, na percepção social e na interação social podem existir com as DA. Apesar das DA ocorrerem com outras deficiências (por exemplo, deficiência sensorial, deficiência mental, distúrbios sócio-emocionais) ou com influências extrínsecas (por exemplo, diferenças culturais, insuficiente ou inapropriada instrução, etc.), elas não são o resultado dessas condições.

Depois de entender o que é DA fica mais fácil para o psicopedagogo trabalhar esta questão com indivíduos com DA, pois irá diagnosticar qual é a sua DA e analisará a fundo esta questão para encontrar a solução e obter resultados satisfatórios.

Para Zorzi (1994) as dificuldades de aprendizagem (learning disabilities) são consideradas como certo conflito presente em um ou mais dos processos psicológicos que podem estar ligados na concepção ou no uso da linguagem, seja na falada ou na escrita também, podendo estar propensa como uma aptidão incorreta seja para pensar, ouvir, falar, escrever a até mesmo ler ou também realizar cálculos matemáticos.

Quando analisamos a fundo a questão das DA, percebemos que não está limitada a um só significado ou especificidade, pois está ligada a diversas concepções, como está conectada também ao fracasso escolar. Pois se o indivíduo possui DA, logo então se tornará incapaz de aprender e virá a ser um

fracassado e logo desistirá da escola, e isto, podem acorrer dificuldades em seu relacionamento com o meio social, como também em sua vida pessoal, vindo a ser um indivíduo frustrado.

Deste modo, é papel do psicopedagogo resgatar nos indivíduos com quem entra em contato, a auto-estima e a capacidade de ser alguém melhor, por isso, o psicopedagogo precisa usar diversas estratégias em sua intervenção para proporcionar resultados significativos no indivíduo, para que este perceba que pode ser melhor do que imagina.

Portanto, o psicopedagogo precisa estar preparado para lidar com estas questões, pois lidar com o indivíduo vai muito além das suas DA, é preciso lidar com suas emoções e tentar resgatar a sua importância para a sociedade, assim, conseguirá obter bons resultados.

 De acordo com as fases do desenvolvimento é natural que a criança demonstre dificuldade para sustentar a atenção em algumas tarefas, entretanto, a criança com TDAH tem uma dificuldade que “salta aos olhos” do professor preparado e com olhar direcionado aos seus alunos. As crianças pequenas costumam conceder adjetivo de “chata”, a escola e, sobretudo as tarefas, quando as mesmas em idades mais avançadas modificam o olhar de crítica à escola para si mesma colocando então a crença de ser “burra”, esperando os aspectos de auto-estima.

É quase um pleonasmo quanto ao questionamento, o incômodo, uma indignação de pais e professores sobre o fato de criança com dificuldade de atenção, conseguir apresentar atenção, ou melhor, concentrarem-se nas atividades que gostam ou quando realizam lição com a professora, no atendimento profissional.

A apresentação dos sintomas e suas mudanças de acordo com a fase do desenvolvimento das crianças e adolescentes têm demonstrado que existe variação nos sintomas mais evidentes do transtorno, de acordo com a faixa etária. Nas crianças em idade pré-escolar (três a seis anos), os sintomas mais evidentes são os de marcada hiperatividade associada a dificuldades em tolerar limites e frustrações. Na idade escolar, podemos ter uma combinação bastante variável de sintomas na área de desatenção, de hiperatividade e de impulsividade. [...] (CATURANI, 2005, p.87)

Ainda de acordo com Caturani[3] (2005), existem crianças que em alguns casos conseguem desempenhar uma concentração expressiva que levantam dúvidas quanto à presença de TDAH, entretanto necessitamos ficar atentos a esses períodos de quietude e concentração uma vez que se observa que a atenção e o controle motor são muito dependentes da motivação e de atividades individuais. Em atividades em que a motivação é grande e os estímulos são mais individuais, as crianças podem conseguir realizar sua atividade com maior quietude e concentração.

BIBLIOGRAFIA

RUBISTEIN, E. A especificidade do diagnóstico psicopedagógico, In: SISTO, F. et al. Atuação psicopedagógica e aprendizagem escolar. Petrópolis, RJ: Vozes, 1996.

FONSECA, V. Dificuldades de aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995

 FERREIRA, Claúdia. TDAH NA INFÂNCIA: Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade Orientações e técnicas facilitadoras.  Belo Horizonte: MG: Uni Duni Editora, 2008, 56 p..

ZORZI, J. L. Dificuldades na leitura e escrita. Contribuições da fonoaudiologia. Psicopedagogia, 13 (29), 15-23, 1994

 CANTURANI, A. W. Dificuldade de aprendizagem e integração social em crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). In: WAJNSZTEJN, R. Dificuldades escolares: um desafio superável. São Paulo: Editora Ártemis, 2005, p. 207.