90 ANOS DA PARÓQUIA SÃO PAULO APÓSTOLO (MINHAS MEMÓRIAS) PARTE I

Professor Me. Ciro José Toaldo 

 

            Escrever algo que faz parte da nossa vida é prazeroso, especialmente quando temos a oportunidade de reavivar a memória. Paróquia São Paulo Apóstolo, Padres (Freis) Capuchinhos, Igreja Matriz e a vida em comunidade trazem-me alegria de relatar a estreita relação que há da dimensão da vida religiosa com o povo de minha terra natal.

            Nos álbuns de fotografias de meus pais, assim como na casa de muitos conterrâneos é comum encontrar fotos ligadas com a Igreja Matriz, como demonstrado nas duas fotos (1ª da noiva Terezinha Zulmira Rosseti, 1966, observe os aspectos externos e 2ª de minha 1ª Comunhão, 1971, veja detalhes internos). A Terezinha cuidou de mim quando criança, para tanto serei sempre grato e Deus derrame sobre ela bênçãos!

Pelo que se observa pelas fotos, pessoalmente tenho relação próxima com essa Igreja e com a Paróquia, assim como milhares de famílias de Capinzal e Ouro. Nela aconteceu o casamento de meus pais, o batizado e a crisma de minhas três irmãs, onde fui batizado, fiz 1ª comunhão (ver foto), casei, minha filha foi batizada e neste local o corpo do finado pai foi encomendado.

            Ao rememorar a história desta Paróquia, não poderia deixar de lembrar meu avô paterno, Anselmo Toaldo (in memorian), pois ao visitá-lo, por horas, na varanda de sua casa, localizada em frente à Igreja Matriz, ele contava-me como aconteceu sua construção. Tinha paixão por aquelas histórias, creio ser esta aproximação com meus avós (paternos e maternos) que me levaram a ser um historiador.

            Nono Anselmo enaltecia a coragem e luta daqueles padres, como Frei Beda, era amigo da família; este padre, como seus sucessores, mobilizavam a comunidade, sobretudo do interior para contribuir braçalmente na construção da Igreja. Este trabalho voluntário magnífico, feito por mutirão era compensado com farta comida, tendo a maestria de minhas avós Maria Lúcia e Leonor, juntamente com tantas outras senhoras que alimentavam aqueles heroicos trabalhadores!

Este aspecto é relevante: a liderança dos padres (freis) capuchinhos para mobilizar seus fiéis a fim de construir uma obra ‘faraônica’ que se tornou símbolo de Capinzal, algo que ocorreu em um tempo de difícil locomoção e sem as comodidades das tratativas de construção.

Portanto, quando ocorre a celebração destes noventa anos da Paróquia São Paulo Apóstolo, em 25 de janeiro, não deve ser uma festa apenas de católicos, mas de todos os munícipes, pois quem visita Capinzal, tira foto em frente a este monumento que identifica essa terra e faz parte do patrimônio histórico local. Renegar sua importância é desconhecer o contexto histórico deste munícipio.

            A edificação da Igreja Matriz demonstra a riqueza dos 90 anos desta Paróquia: a união da comunidade em torno de um objetivo. Os Freis Capuchinhos devem ter tido muita preocupação no transcorrer desta construção, não esmoreceram e com a comunidade, celebravam a cada tijolo assentado. É maravilhoso olhar para essa Igreja sabendo que é fruto do povo lutador que edificou um lugar para Deus, assim como foi o visionário fundador da Ordem dos Frades Capuchinhos, São Francisco de Assis ao ouvir o apelo de Nosso Senhor: “Francisco, reconstrói a minha Igreja”!

            Noventa anos de uma Paróquia que nasceu alicerçada na unidade de seus pastores e de seu povo. Aos Freis Capuchinhos eterna gratidão. Ao fiel povo capinzalense e ourense reconhecimento. Tenho orgulho em ser filho de uma terra onde a religião é um tronco que respalda as famílias, mesmo em época que se nega Deus, nosso povo continua firme, com olhar para o alto, sabendo que somos passageiros nesta terra! 

            No próximo artigo continuarei! Paz e bem!