1984: o “Big brother”

Joacir Soares d’Abadia

 

No livro “1984” do filósofo George Orwell é apresentado uma nítida relação entre o Estado o homem. O Estado, contudo, não olha a pessoa como indivíduo que está sempre evoluindo e crescendo em vários aspectos da vida e principalmente na sua intelectualidade. Aqui, ou seja, no livro o Estado se coloca como um grande protetor que não quer que a pessoa caminhe com suas próprias pernas, mas sim que ele direciona o caminhar de cada cidadão.

O filósofo ao usar o termo “big brother” (grande irmão) mostra que o Estado “quer” se tornar próximo das pessoas, mas na realidade ele possibilita mecanismos para que as pessoas fiquem sempre dependentes dele para que melhor sejam manipuladas. Isto é notório, no livro, quando faltam as coisas mais básicas para a sobrevivência do individuo: a comida.

Sem levar em conta ocorrências não mais essenciais do que a comida, como, por exemplo, lâmina de barbear, cadarço para sapato, tabaco e tantas coisas deste tipo, qualquer pessoa usando sua racionalidade percebe que o homem pode ser manipulado a partir do momento que tira dele toda a dignidade de pessoa humana.

Quando a pessoa perde sua dignidade de pessoa humana ela passa a si igualar a objetos, ou seja, a pessoa passa a ser considerada como uma coisa no meio das outras coisas. Como isso se dá a coisificação da pessoa (cf. “Riqueza da humanidade...” cap. I, na internet).

Na medida em que a pessoa é considerada uma coisa, ela fica desprovida das realidades mais simples do ser humano: sua capacidade racional. Esta capacidade de poder pensar é algo que jamais pode ser deletado do homem. Porque se ele não pensa acaba fazendo as coisas sem refletir, quer dizer, vai mais pelo instinto ou pela massa. Esse é o objetivo, ao menos no livro, do Estado, em síntese.