Estamos comemorando o 1º de maio procurando trabalho. Buscamos pela vida um salário que além de mínimo é indigno e aviltante. Comemos todos os dias o pão que o diabo regurgitou e arrotamos a fome e a vontade de viver. A nossa carteira de trabalho é assinada com suor e gotas de sangue de uma luta árdua pela sobrevivência.
A miséria nesse momento paga o soldo para a inanição e a esperança cobra da dignidade o trabalho que garante o sustento. Os calos da mão ardem, mas a angústia de um futuro sem perspectivas dói muito mais. O 1º de maio é uma data que é uma afronta, em um país que mostra índices de desemprego. O feriado representa o descanso para o descaso. Enquanto os nossos governantes trabalham incessantemente colocando mais fermento em seus bolos (conta bancária), nós, míseros desempregados nos contentamos com os farelos (Bolsa-Familia) que sobram de uma padaria (país) suja e inoperante.
Não temos mansões para curtirmos o feriado, que muitas vezes é prolongado. Temos apenas força de vontade e uma luta quase injusta pela subsistência. O nosso currículo é a nossa força, que vai cessando cada vez que um não é uLULAdo em nossa cara. Temos o diploma de cidadão, mas de que adianta a cidadania se só temos deveres. Direito só o de sobreviver, sem chorar, pois como já dizia minha avó: - HOMEM QUE É HOMEM NÃO CHORA, SOLUÇA! Se chorarmos quem vai ouvir e nos amamentar? As tetas do governo só oferecem o leite para as crianças (políticos) que ficam debaixo das suas asas (poder). O que nos resta é o soro amargo de uma pátria que mostra austeridade, mas nos impõe a humilhação do dia-a-dia.
Salvem o 1º de maio, pois o pão e o circo são oferecidos. O pão é duro e velho. E o circo? Os palhaços estão sempre por aí, fazendo graça em campanha.